Capítulo 39

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Bianca

Olho pra baixo, meio escondida, vendo o Borges segurando as mãos da Nayara, pela cara dele, ele tá puto, desse jeito fica ainda mais gostoso, eu olho as tatuagens cobrindo os dois braços, fora as que ele tem que não são visíveis por causa da roupa. Dou risada negando e me viro, coço o cantinho do nariz observando ele falando com uns homens na entrada do camarote, após isso ele vai embora com a Nayara agarrada no braço dele. Eu hein...

Essa noite eu oscilei as emoções a cada momento, primeiro eu tava parecendo uma ratinha com medo do gato. Depois fui me sentindo mais confiante e neguei o pedido do Borges, foi difícil? Muito, porque, pra falar a verdade, ele sabe me deixar molinha sem precisar falar nada, só de olhar aquele homem gostoso, eu fico com vontade de pular em cima dele e deixar ele fazer o que quiser comigo. Toda vez que ele passa aquele cavanhaque no meu pescoço eu fico fraquinha.

A noite toda foi uma prova de Deus testando os meus limites e eu consegui passar. O Ferreira é um fofo comigo, mas ele não tem o jeitinho posturado do Borges, é o que atrapalha tudo, porque ao mesmo tempo que eu queria ficar com o Victor, eu pensava que não deveria, porque iria dar palco pra ele se sentir confortável naquela situação e se achar no direito de me cobrar em outras ocasiões. E eu não quero isso pra mim, se eu sou uma ficante dele é apenas isso, no meu contrato da ficancia não é permitido sentir ciúmes, na verdade pode até sentir, mas ficando caladinho. Eu já quebrei uma regra que foi dormir com ele aquela noite, porque como diz o Cabelinho, dormir com ficante é um erro. Ainda mais o ficante sendo um safado como o Borges é, nessa emboscada eu não caio.

Por enquanto eu tô aqui, curtindo um pouco desse meu momento. Porque daqui a uma semana eu menstruo, então começo o meu período de bipolaridade, fico chata, com raiva e manhosa, é complicado, mas passa...

Passo a língua nos lábios, sentindo o gostinho do gloss na minha boca. Mexo o meu canudo no meu copo grande, fazendo um biquinho olhando ao redor, vendo algumas pessoas que eu não conheço e outras que eu conheço só de vista. A Tifanny aparece no meu campo de visão com o rosto um pouco vermelho e a boca bem suspeita, daquele jeitinho que fica após um beijo.

Eu: Essa sua carinha, hein loira - falo olhando ela sorrir e esconder o rosto com as mãos, destacando as unhas pintadas de vermelho - Tava aprontando né?

Tifanny: O Chokito me comeu - dou risada olhando o gelo se desmanchando na minha bebida - Eu sempre gostei de chokito, mas nunca pensei que seria comida por um - passo meus dedos pela minha correntinha, brincando com o pingente.

Eu: Safada - puxo o pulso dela aproximando seu corpo do meu - Olha o chupão enorme no teu pescoço, Tifanny - o roxo se destaca na pele clarinha dela e eu dou risada - Em casa eu dou um jeito pra tu.

Tifanny: Alguém tinha que se dar bem hoje né? - vejo o Ferreira conversando com outros meninos, um pouco mais afastado da gente - Tu deu mole - balanço a cabeça de um lado pro outro em dúvida - Deu, amiga! Se eu fosse você não pensaria duas vezes em ir ficar com o Borges, porque esse Ferreira é muito fraco - faz gesto com o polegar virado pra baixo. 

Eu: Amiga, se eu fosse eu ia gostar? Óbvio, mas também ia dá abertura pra ele surtar comigo outras vezes, aposto que nas outras vezes ele não vai agir desse jeito maluco que ficou hoje.

Tifanny: Nada disso, gata! Tem uns que pioram, a gente sempre pensa que não tem como ficar pior, mas acredite... sempre tem um jeitinho - ela dá pausa soluçando com a mão na boca - Esse Ferreira tem a carinha de que é duas sentadas e ele já vai dormir - ela fala baixo na minha orelha e eu dou risada empurrando ela.

Eu: Hoje ele tá bem lentinho mesmo - olho pra ele de costas pra posição que nós estamos - No baile onde ele mora, ele foi bem mais ligeirinho, mas logo hoje que eu precisava da colaboração dele, eu não tive.

Além do ImpossívelWhere stories live. Discover now