Capítulo 45

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Bianca

Eu olho ele dirigindo todo sério, fica muito gostoso desse jeito, tá assim desde que eu falei que precisava voltar pra casa. Olho ele virando a esquina que corta pra minha casa e em segundos ele estaciona o carro bem na minha porta, só o som do ar condicionado nesse momento.

Eu: Victor, tu vai ficar desse jeito mesmo? - ele continua olhando pra frente e eu levo minhas mãos no rosto dele, virando pra mim - Olha pra mim, você tá com raiva? - sim, ele tá.

Borges: Tô suave, papo reto - eu me aproximo pra dar um selinho nele que só fica parado - Desce.

Eu: Eu ia dormir contigo, cara, mas acabei tendo um imprevisto - ele confirma duvidando de mim - É sério, lindo...

E realmente é verdade, quando a gente tava no banho eu senti um pouco de cólica, mas continuei normal achando que era pelo sexo, mas depois eu vi um pouquinho de sangue. Não ia dormir com ele desse jeito, preciso me organizar, porque gosto de fazer minhas coisas certinhas nesse período. Ele continua calado e eu desço do carro, porque se ele não quer acreditar é com ele mesmo.

Não gosto de ficar adulando ninguém, falo no máximo duas vezes, não resolveu então eu saio e evito me estressar.

Dou a volta pelo carro prata, descendo os três degraus da minha casa, ouvindo o carro desligando e a porta abrindo, mas eu continuo de costas. Pego a chave de casa e coloco na fechadura, mas me viro ouvindo o som de ar, como se fosse algo estourando, olho o Victor abaixado no pneu do carro dele e vou até ele.

Bianca: O que foi isso? - toco nas costas dele que ainda tá agachado - Hein?

Borges: Porra, o pneu do carro furou - ele estala a língua no céu da boca, se apoiando nos joelhos pra se levantar, ficando bem maior que eu - Entra.

Eu olho ele ainda sério e fico pensativa, do nada furou, tava normal, que azar.

Bianca: E tu não pode chamar alguém pra resolver isso pra você? - ele nega, cruzando os braços e eu olho o pneu totalmente seco - E tu vai ficar aqui na rua, Victor?

Borges: Se preocupa não, pô - ele ainda tá de braços cruzados, eu olho pros lado não vendo ninguém a essa hora da noite, só alguns meninos do movimento passando de uma esquina a outra - Pode ir, eu fico aqui no carro até amanhecer.

Respiro fundo olhando pra ele, descruzo os braços dele puxando pra entrar comigo, aproveitar que minha avó não tá em casa. Ele caminha junto comigo até a porta que ainda tá fechada, só a chave que eu deixei pendurada.

Borges: Se não quiser, não tem problema, papo reto - eu nego, não vou deixar ele dormir na rua, mesmo ele sendo quem é, não por ser perigoso, mas sim pra não deixar o bichinho dormir no carro - Falta de sorte ele ter furado justo agora - eu paro em frente a porta, puxando ele pra um selinho, a cara dele ainda é séria pra mim.

Por que esse homem insiste tanto pra dormir comigo? Parece criança com medo do bicho papão.

Bianca: Já foi, então agora tu vai ter que dormir aqui comigo - ele confirma e eu giro a chave, abrindo a porta em seguida, segurando a mão do Victor, mas eu volto rápido - Merda!

Borges: O que foi? - boto a mão na boca dele que fica sem entender - Hum?

Eu: Minha avó tava fora, mas tá dormindo aí no sofá e eu não sabia que ela estaria aqui - ele se inclina pra frente olhando minha avó dormindo com o meu gatinho deitado no sofá - E agora?

Borges: Poxa, pretinha - ele me olha tirando minha mão na boca dele e agora eu não sei se me arrisco - Entra e eu fico aqui mermo - nego.

Bianca: Você vai primeiro e entra na primeira porta aqui desse lado - aponto pro lado esquerdo enquanto falo baixo - Só não faz barulho, pelo amor de Deus - ele confirma se abaixando pra dar um cheirinho no meu pescoço - Agora tá de bom humor né?

Além do ImpossívelWhere stories live. Discover now