78 - Ansiedades

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- Conversamos melhor sobre isso depois dessa sessão, ok? - acarinhou os cabelos loiros, beijou a testa e colou a sua com a dela em seguida. - Eu te amo! Eu te amo demais! E quero tudo o que você quer, tudo o que nos fazer felizes. - concluiu sorrindo.

E mais uma sessão de quimio se iniciava, mais um momento sofrido para Regina. No entanto, era possível enxergar uma grande melhora, os remédios estavam fazendo seu efeito positivo e David se encontrava radiante quando deu a notícia para a filha e a nora, que mesmo sabendo que passaria por mais aquela semana cansativa de tratamento, fez com vontade, pois estava feliz.

Mas David ocultou de Regina o assunto que envolvia Luna, para não preocupar a morena. Então chamou Emma para sua sala, para que pudessem conversar com mais tranquilidade. 

- Filha, sente-se! - Emma notou a preocupacão no semblante do pai. 

- Aconteceu alguma coisa? - David assentiu. 

- Serei direto… - suspirou. - Gold me mostrou documentos onde há um grande débito do casal Jones, referente ao tratamento de Luna. - Emma o fitou tensa e pediu para que prosseguisse, sentiu que não seria nada bom o que ouviria. - Eles devem R$22.000,00 ao Hospital, Emma! 

O sangue fugiu do rosto alvo a deixando pálida. 

- Como é que é? - praticamente gritou. - Pai! Como permitiram que deixassem chegar a esse valor tão alto? - perguntou transtornada e lembrou do que Killian havia dito sobre não poderem pagar pelo tratamento. - Era isso… - sussurrou mais para si, mas David a ouviu. 

- Sim. Fez sentido o que Jones disse para Milah na discussão que ouviu e também lembrei disso enquanto conversava com Gold. - pousou os braços sobre a mesa e inclinou-se para frente. - O pior é que, se não começarem a quitar a dívida, Luna pode ser transferida para uma unidade pública e isso poderá piorar sua situação. - David falava cauteloso, via o quanto aquilo afetava a filha, era nítido o amor que foi construído entre Emma e a menina.

Emma não sabia mais o que dizer, pensou, mas nada fazia sentido em sua mente. David se levantou de sua cadeira, contornou a mesa e se ajoelhou em frente a filha, tomando suas mãos. 

- Emma, olhe pra mim. - ela o fez e os verdes se encontraram. - Você não está só, nós vamos resolver isso. Não pense que ficarei parado de mãos atadas. Porém, esse não é o momento. - falava de forma branda e confiante. - Precisamos nos concentrar na sessão que Regina terá essa semana, até mesmo não mencionei nada a ela pra que não se preocupasse. Por mais que ela esteja melhorando, não pode passar por esse estresse. Então peço que não diga nada, pelo menos por enquanto. 

- Tá certo! - suspirou cansada e olhou o nada. Não seria fácil não se preocupar, mas Regina precisava dela.

- Vá para casa, tome um banho e descanse. - intimou. - Você está precisando. - Se abraçaram. Emma a cada dia que passava ia se afeiçoando cada vez mais ao pai, e sentia uma segurança e proteção vinda daquele abraço. 

          ☆☆♤☆☆

Desde o acontecido no dia anterior, Cora se manteve reclusa em seu quarto, nem mesmo havia ido visitar Regina. Acreditava que ficaria louca se não tirasse aquelas imagens de Ingrid a abraçando, a prendendo em seus braços fortes. Não tirava o beijo da memória, sempre que fechava os olhos lá estava aquela maldita loira lhe invadindo. O problema é que as lembranças traziam com elas as sensações de todo o ocorrido, não deixando Cora esquecer. E como era gostoso pensar naqueles lábios a tomando daquele jeito singelo, mas que ao mesmo tempo selvagem. Não se lembrava de ter sido beijada com tamanha devoção. Queria apagar aqueles pensamentos, mas seu coração teimoso não permitia que o fizesse.

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