- Sim, Emmy. Acordei até mais disposta hoje, inclusive, já liguei pra Carlos e pedi que chamasse todos os principais funcionários e avisei que faríamos uma reunião, assim que chegar lá.

- Ótimo. Então irei me aprontar. - levantei-me e olhei Mary. - Mamãe, marque um jantar no restaurante pra nós? Iremos passar o dia resolvendo tudo o que for necessário antes de viajarmos pra São Paulo e iremos pra lá assim que sairmos da empresa.

- Sim, claro. Pedirei a Francesco que reserve uma mesa quando chegar.

Agradeci e fui ao quarto.Tomei um banho morno e me aprontei.
Nos despedimos de mamãe e fomos ao trabalho, teríamos muito o que fazer e preparar antes de viajarmos, mas pouparia Regina para que não se cansasse.

Chegamos à Máxima Construtora e já nos dirigimos direto para a sala de reuniões onde Carlos, Laís e Walney já nos aguardavam e tinha preocupação em suas faces.

- Bom dia a todos. - cumprimentei-os e responderam em uníssono.

-  Aconteceu algo? Fiquei preocupado quando nos pediram essa reunião com extrema urgência...Está tudo bem? - Carlos perguntou realmente preocupado. O engenheiro havia tornado-se não só um excelente funcionário como também um amigo confiável.

- Antes vamos lhes dar as últimas notícias de nossas viagens e então entraremos na pauta principal. - Regina disse e todos assentiram

Dissemos sobre os resultados positivos de nossas viagens à São Paulo e Campina Grande e todos ficaram satisfeitos com as novidades que nos faria evoluir ainda mais em nossas empreitadas.
E por fim fomos ao principal assunto: a atual condição de Regina. Ela explicava tudo calmamente e se mostrava forte, segurei em sua mão e me senti ainda mais admirada pela mulher incrível que amava. Falamos de nossa viagem à Capital paulista e que decidimos que Carlos ficaria responsável por tudo em nossa ausência. Todos se compadeceram da situação de Regina, desejando sua melhora e disseram palavras de força e conforto.

Laís esperou que os homens saíssem da sala para se pronunciar, chegou até Regina e a mim pedindo desculpas pelo acontecido no bar, fato esse que não tive tempo e nem momento para explicar a minha mulher. A contadora foi sincera em suas palavras e disse que aceitaria sua demissão, se assim fosse de nossa vontade. Regina ouviu tudo atentamente e sua expressão facial não mostrava nada, até que se pronunciou depois de uns minutos que o silêncio predominou.

- Admiro sua coragem e sinceridade por ter vindo até mim e esclarecer tudo. Confesso estar decepcionada com sua atitude, Laís. - a moça abaixou a cabeça envergonhada. - Poderia sim te demitir, afinal você ultrapassou o limite, deu em cima da minha mulher, sua chefe - pausou e continuou. - No entanto, você é uma excelente profissional e prezamos muito por isso. Por você ter sido franca e eu confiar na lealdade e fidelidade da minha esposa, irei relevar. Mas tenha certeza que, se você preza pelo seu emprego, saiba que não serei condescendente se souber que isso se repetiu. - finalizou de forma austera. Eu me arrepiei inteira.

- Não vai ter próxima vez, isso eu garanto e mais uma vez peço desculpas por esse mal entendido. Sei que passei dos limites e nem me atrevo a pôr culpa no álcool essa minha atitude impensada. Isso jamais irá se repetir. - falava constrangida. Olhou para nós e nos desejou sorte em nossa viagem, logo após saiu da sala.

Fiquei receosa por não ter tido tempo de contar esse fato lamentável a minha inglesa. O medo de que ela achasse que correspondi às investidas descabidas de Laís me tomou, mesmo a contadora deixado claro que não houve atitude positiva de minha parte. Aquilo fez com que me aproximasse cautelosamente dela e a olhasse, com medo de alguma repreensão de sua parte.

Além do TempoWhere stories live. Discover now