- Ô meu Pai, obrigado!
Andei rapidamente até a casa e em frente à porta congelei. Era exatamente como no sonho. Idêntica!
"Cristo Santo, que eu faço agora?"
Passei a mão nos cabelos e cruzei os braços abraçando a mim mesma. Dei voltas sem sair do lugar, o coração acelerou, as mãos ficaram geladas.
"Ai meu Deus o que eu faço? Bato palmas e chamo o nome dela? E se ela tiver em casa eu digo o que? Oi, lembra de mim? Eu sou Emma, aquela filha que você não quis..."
A ansiedade me consumia e eu não conseguia sair do lugar até que uma voz me chamou à realidade.
- Ô mulé! Tu procura quem?
Procurei ver quem me falava, e era uma mulher de uns trinta e poucos anos, gorda, baixinha, com traços de índia.
- Ah... oi! A senhora sabe se aqui nesta casa mora... – comecei a esfregar as mãos – uma mulher... assim! O nome dela é...
- Aí quem mora é Mary! – apontou para a casa.
Abri a boca e não conseguia falar direito.
- É... é... Mary? Quer dizer... Mary Margaret? Uma carioca que...
- Que parece até contigo, mulé! É tua parenta, é? – pôs as mãos na cintura e me olhou de cima a baixo.
- Parenta? – cocei a cabeça – É... conhecida... – engoli em seco – Sabe se ela tá aí? – apontei para casa rapidamente.
- Tá não! Ela foi botá mais o menino dela no hospital. Ele tá internado faz uns dia... Mary dá sorte com filho não...
"Eu tenho irmão!"
- Por que não dá sorte? – perguntei intrigada.
- Porque eles morre tudo! Primeiro foi Tatinha com onze ano, depois Rodrigo com sete e agora Diego tá... acho que não vinga também não! Pena que o bichinho num tem nem cinco aninho! – balançou a cabeça se lamentando.
"Os filhos dela morrem cedo! Eu devo ter sido a mais saudável. E justamente a única que ela não quis!"
- Ela é casada? – coloquei as mãos nos bolsos.
- É não... Ela era juntada com o pai do Diego, mas deu um arranca rabo dia desses e ela botou ele pra correr debaixo de caxotada na cabeça! – riu rapidamente – Ô mulé doida!
- E hoje ela não volta mais... né?
- Ai, volta não...
- Sabe em que hospital eles estão? – perguntei arriscando.
- Sei não... Ela ia pro posto todo dia, mas aí arrumou internação. Sei não...
- Tá... Então... – esfreguei o pé no chão – Então eu já vou. Outro dia eu volto aí. – comecei a andar – Tchau! – acenei.
Meu coração parecia que ia saltar do peito. Estava nervosa. Então era verdade e era ali mesmo que ela vivia. Minha mãe... Nossa, parecia mentira! E eu tinha até irmão.
- Ei! – a mulher me chamou.
Olhei para trás.
- Qual teu nome?
Pensei e respondi:
- Ruth!
☆☆♤☆☆
- E então é isso, Regina... Minha mãe mora mesmo lá em Recife e tem um filho que tá mal e internado não sei em que hospital. – olhei para o chão – Num ponto foi até bom a gente ter desencontrado porque eu não saberia o que dizer se a visse. – ri nervosamente.
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Além do Tempo
RomanceO amor não escolhe clásse social, personalidade, etnia... não escolhe hora, nem lugar. Ele simplesmente acontece. Sem pedir permissão, invade a alma e o coração. Emma Swan e Regina Mills, mostrarão que esse sentimento tão sublime, pode sim quebrar...
56 - Novos Caminhos
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