- Ah, mas acontece que isso não é um carro numa estrada ruim! Se um troço desses cai, e no meio do mar, é pra matar essa galera toda! Inclusive a gente! – nesse momento aconteceu um movimento mais forte – Ave Maria! – olhei apavorada para os lados.
Eu estava na poltrona do meio e Regina na janela. Ela apertou minha mão.
- Calma, querida. – disse suavemente.
- Será que tem uísque aqui? – olhei para ela com os olhos arregalados.
- Uísque?? – franziu a testa sem entender.
- Quero beber até me danar! – outro solavanco – Virgem Santa! – me agarrei no assento.
- Você dizendo isso? A coisa está mesmo séria. – riu - Vamos fazer assim: encoste no assento. – tocou meu ombro e me empurrou de leve contra o assento – Feche os olhos. - obedeci – E apenas me ouça. – aproximou os lábios no meu ouvido – Pense em Deus, dará tudo certo. - disse suave e pausadamente.
Senti que me acariciava a cabeça e rezava baixinho. Aos poucos fui me acalmando e dormi. Só fui acordar quando as comissárias serviam o café da manhã.
Chegamos no sábado de manhã e fomos para casa. Regina lavou as roupas e arrumou as coisas que comprou. Eu fiz uma faxina e comprei comida no mercadinho próximo que estava aberto. Fui olhar a caixa de correio e havia um bilhete de dona Márcia avisando que queria a quitinete até o dia 30 de maio.
"Que beleza, temos 22 dias para achar outro lugar!"
- Regina, - abri a porta entrando em casa – dona Márcia escreveu em um bilhetinho que quer a quitinete até o final do mês! – fechei a porta.
- Ai amor, e agora? É pouco tempo para encontrar algo! – ela veio até a sala preocupada.
- Faremos aquele esquema de alugar outro lugar e no futuro comprar nosso apartamento. Amanhã eu compro o jornal e a gente lê nos Classificados. – coloquei as sacolas sobre a mesa e me aproximei beijando seus lábios – Fica tranqüila que vai dar tudo certo.
- E se Júlio ou Arthur arrumarem viagens para fazermos?
- A gente negocia de alternar. Vai uma e a outra fica.
- Se você não se incomodar eu preferia ficar e procurar apartamento. – segurou minha mão.
- Não me incomodo não. Me sinto até mais segura com você aqui do que viajando sozinha. – abracei-a pela cintura.
- Você sempre age como se eu fosse uma menininha indefesa... – envolveu meu pescoço e beijou-me o queixo.
- Mas pra mim você é a minha menininha... - beijei sua boca – linda... - beijo – gostosa... - beijo – e indefesa... – mais beijo.
Nós nos abraçamos carinhosamente e então o telefone tocou.
- Deus do céu, quem será? – fiz cara feia – Não me diga que já é trabalho? – olhei para ela – Peraí amor, vou atender.
Caminhei até o telefone e atendi desconfiada. Regina foi até a mesa e começou a retirar as compras de dentro das sacolas.
- Alô?
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Além do Tempo
RomanceO amor não escolhe clásse social, personalidade, etnia... não escolhe hora, nem lugar. Ele simplesmente acontece. Sem pedir permissão, invade a alma e o coração. Emma Swan e Regina Mills, mostrarão que esse sentimento tão sublime, pode sim quebrar...
55 - Memórias
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