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[ 31 de março, quarta-feira ]



    Aguardo ansiosamente Castiel voltar da reunião com os chefões da Moon Records. Até me ofereci para acompanhá-lo, mas eu não poderia participar da conversa e ele achou que seria melhor ficar em casa. Ainda não jantei. Castiel disse que não preciso esperá-lo para comer porque não sabemos quanto tempo a reunião vai levar; no entanto, apesar de estar com fome, estou com preguiça de cozinhar.

    Espero mesmo que dê tudo certo. Keith disse que o senhor Yang afirmou que eles querem investir na Crowstorm, mas isso não é garantia de nada. E se apresentarem um contrato desvantajoso para os rapazes? E se a estratégia de marketing deles for ruim? Há empresas que fazem um péssimo trabalho na hora de promover certos artistas — dizem que é o que rola com o Jimin. Se nem um integrante do BTS está isento disso, quem estará?

    Batidas na porta me distraem por um instante. Isso me intriga, às vezes; o porteiro telefona para avisar quando entregadores de comida ou o carteiro chegam, mas visitantes podem subir direto para o apartamento. Talvez eu deva trazer essa pauta na reunião de moradores. Me levanto para abrir a porta, e fico muito feliz em ver as três pessoas paradas no corredor. Ariana, Lysandre e Leigh — que está segurando uma sacola com algo deliciosamente cheiroso.

    — Hey, senhorita — Leigh sorri. — Espero que ainda não tenha jantado. Trouxemos comida mexicana.

    Dou um grande abraço em cada um — até na minha irmã, apesar de tê-la visto recentemente. Os Frey só ficaram quatro dias fora, mas é muito bom vê-los. Convido todos para entrar. Digo que teremos que comer na sala porque a mesa da cozinha está com um pequeno problema, e Ana me lança um sorrisinho que indica que tem uma boa ideia de qual seja o problema. Não me surpreende. Segundo todas as histórias que ela já me contou, a mesa é o lugar menos inusitado onde ela já foliou.

    Leigh me acompanha até a cozinha para pegar pratos, talheres e copos. Tem suco de laranja na geladeira.

    — Fico muito feliz que tenham voltado — digo, pegando as coisas no armário. — Imagino que seu pai esteja bem melhor.

    — Está, sim, felizmente. Ainda fico preocupado por deixá-los lá, mas insisti que contratassem um ajudante. Gostaria mesmo é que viessem ficar conosco por um tempo.

    — Bom, ao menos um ajudante vai tirar uma boa parte do peso dos ombros deles — consolo. — Keith sabe que voltaram?

    — Ah, não — suas bochechas adquirem um leve rubor. — Chegamos há pouco tempo. Ele disse que a Crowstorm teria uma reunião importante essa noite, então pensei que poderia, sabe, fazer uma surpresa. Como fizemos com você e a Ana.

    — Tenho certeza de que ele ficará tão feliz quanto nós. Talvez até mais.

    Leigh me lança um olhar curioso e eu sorrio discretamente, fingindo não notar. Imagino o quanto ele ficará feliz quando souber que seus sentimentos são quase cem por cento recíprocos, principalmente quando em nossa última conversa achávamos que isso era impossível.

    Nós nos sentamos em volta da mesa de centro, comemos e conversamos e rimos dos perrengues rurais pelos quais os irmãos passaram nos últimos dias. É estranhos imaginá-los crescendo numa fazenda; eles nem falam como as pessoas que vivem ou viveram no interior. Há pouca comida sobrando quando a porta se abre e os quatro músicos adentram o apartamento. Fico em pé no mesmo momento, nervosa para saber as notícias. Os olhos de Castiel encontram os meus, brilhantes e felizes, e ele corre até mim para um abraço apertado.

    — Temos um contrato — sussurra. — Fazemos parte de uma gravadora profissional.

    Meu coração se enche de alegria. Estou tão feliz por eles! Esmago meu namorado em meus braços com o máximo de força que consigo reunir. Ele segura as laterais da minha cabeça, enterrando os dedos no meu cabelo, e me beija. Esqueço que não estamos a sós durante o tempo em que seus lábios deslizam sobre os meus, mas estou tão contente que nem me sinto envergonhada.

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