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Pessoal, esse cap. tá alternando entre a Ari e o Castiel, espero que não fique confuso :)




[ 31 de dezembro, sexta-feira ]






  Trinta e um de dezembro, último dia do ano. Mal posso acreditar em como minha vida mudou nos últimos seis meses. Arranjei um emprego que adoro e permaneci nele, conheci Keith — que se transformou em um ótimo amigo —, conheci Lysandre, me apaixonei por Lysandre, me apaixonei por Castiel, comecei a namorar, perdi a virgindade, conheci Leigh, tive a oportunidade de trabalhar com uma coisa que amo… Tudo em minha vida sempre foi monótono e rotineiro, e eu com certeza não esperava que isso fosse mudar tão rápido. 

  Também não esperava que eu fosse mudar. Talvez eu não goste ou queira admitir, mas é verdade — não sou a mesma pessoa que eu era no começo do ano. Eu enganei meus pais e os enfrentei, soquei uma pessoa bem na cara, entrei numa briga para ajudar um amigo, ingeri álcool e permiti que alguém me tocasse intimamente, de uma forma que ninguém nunca havia feito antes. Me sinto mais corajosa e confiante. E pode ser que eu seja a culpada por tudo isso, por assim dizer, mas me parece óbvio que Castiel exerceu e ainda exerce muita influência sobre mim. 

  — Então, não vai mesmo poder ir ao show?

  Dou um leve salto; tinha me esquecido da chamada de vídeo com Castiel. Termino de colocar a blusa de mangas compridas rapidamente, pego o celular da mesa de cabeceira e me sento na cama.

  — Infelizmente, não. Já convenci meu pai a nos devolver os celulares, não quis forçar a barra. Só a menção de sair de casa o fez me dar um enorme sermão sobre como essas datas devem ser passadas em família.

  — Talvez ele deva dar um sermão nos meus pais.

  Ah, os pais de Castiel. Nós não falamos muito sobre eles. Seu pai é piloto de avião e sua mãe é comissária de bordo, ambos da mesma linha aérea. O trabalho toma muito tempo e eles tem uma casa em outra cidade, então os três quase não se vêem. Perguntei ao Castiel algumas vezes se isso o incomoda, crente de que toda essa ausência lhe causa algum tipo de dor e vulnerabilidade emocional, mas ele disse que não. Disse que não tem nenhum problema em viver sozinho e que os pais telefonam de tempos em tempos. Aparentemente, apesar de tudo, eles têm uma boa relação.

  — Onde é que vai ser o show mesmo? 

  — Numa festa de faculdade. Ao contrário do que seu pai pensa, muita gente prefere passar o réveillon longe da família.

  É uma pena que não poderei estar lá. Quem é que vai te dar um beijo à meia-noite? Você pode ter azar o ano todo se não beijar ninguém. 

  — Eu não acredito muito em superstições, mas posso beijar o Keith se isso fizer você se sentir melhor — ele brinca, e sou capaz de ouvir Keith xingar em algum lugar do apartamento. 

  — Nosso primeiro fim de ano como um casal e não poderemos ficar juntos. Que mundo cruel — faço um bico. — E, sinceramente, não sei se fico muito confortável com você passando a virada em um lugar cheio de universitárias bonitas. Sabe como as garotas têm uma queda por músicos, principalmente quando eles são altos, tatuados e muito gatos. 

  — E com uma voz angelical, não se esqueça — faço uma careta. — Qual é, Greene. Eu acabei de ver você se secar e trocar de roupa, acha mesmo que pensarei em qualquer outra coisa durante a noite?

  Eu estava esperando um “ não se preocupe, não olharei para nenhuma outra mulher porque só tenho olhos para você ”. 

  — Não olharei para nenhuma outra mulher porque só tenho olhos para você, minha musa — Castiel diz com um pouco de exagero, e eu sorrio. — E eu sei que os Frey vão passar o réveillon aí, então vê se não beija ninguém também. E ficarei feliz se não se fechar com o Leigh no seu quarto outra vez.

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