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[ 22 de janeiro, sábado ] 





  — Então, a noite está legal? 

  São nove e meia da noite e estamos caminhando de mãos dadas na beira do mar. O restaurante não fica longe, então deixamos o carro lá e viemos andando; achamos melhor não arriscar pegar no volante depois de todos aqueles drinks. Estamos num local mais afastado e vazio e há uma névoa, embora a noite esteja quente. 

  — Está brincando? Você cantou uma música de sexo num restaurante chique e nos fez ser expulsos. A noite está incrível! 

  Sorrio, encostando a cabeça em seu braço. Eu nunca havia sido expulsa de um lugar antes e achei que ficaria mais chateada, porém não poderia me importar menos. Eu gostei da forma como me senti enquanto cantava, confiante, sem ligar se estava sendo boa ou não; e a forma como Castiel reagiu fez tudo valer a pena. Pode ser que eu me sinta envergonhada amanhã, quando o álcool tiver sido totalmente absorvido, mas agora estou até meio orgulhosa. 

  — Qual foi a daquela música, afinal? 

  — Sei lá, só me veio à cabeça. E você já fez uma serenata pra mim, então quis fazer uma pra você também. 

  — Com Love Game da Lady Gaga? — ri. — Que fofo. Eu nunca dediquei uma música erótica pra você. 

  — Eu bebi cinco cosmopolitans, me deixa em paz — lhe dou um empurrão de brincadeira. — Você não gostou, por acaso? 

  — Ah, eu adorei, minha querida. Você deve gostar mesmo de mim pra fazer um negócio desses. Sei o quanto detesta ser o centro das atenções. 

  — Eu te amo loucamente. 

  — É mesmo? Vem aqui, então. 

  Solto um gritinho quando Castiel me tira do chão e tento me debater enquanto sou carregada para o oceano, mas não tenho a menor chance. Graças a Deus, deixamos nossos telefones e carteiras no carro. A água está calma e fria e ele ainda até ficarmos submersos até o peito, então nos afunda. Esfrego os olhos quando retorno para a superfície, abrindo a boca para recuperar o fôlego. Ouço Castiel rir e jogo água nele. 

  — Seu maluco! Agora estamos completamente encharcados — coloco o cabelo para trás. — Vamos ter que andar até o hotel para não molharmos os bancos do meu pai. 

  — Um passeio noturno pela cidade para encerrar um encontro romântico me parece perfeito — sorri.

  Faço uma careta. 

  — Ainda bem que não vim de salto. 

  Passo por Castiel para sair do mar, mas ele segura meu pulso e me faz voltar. Seus braços envolvem minha cintura para me manter no lugar e ele cola nossas testas. Sinto um arrepio. 

  — Vai sair assim, sem me dar nem um beijo? — sussurra, e sua voz soa rouca.

  — Posso te beijar quando voltarmos pra areia. 

  — Acho que não — um sorrisinho de canto se desenha em seus lábios. — Somos a porra de um casal brega agora. Fazemos declarações públicas, jantamos à luz de velas e andamos de mãos dadas na beira do mar. Um beijo apaixonado no meio do oceano fecharia o pacote com chave de ouro. 

  — Entendi… Acho que serei obrigada a fazer isso pelo bem da nossa reputação de casalzinho boiola. 

  Castiel não espera nem mais um segundo antes de capturar meus lábios em um beijo quente e intenso, me puxando para ainda mais perto. Quando o ar começa a faltar sua atenção se volta para o meu pescoço, o que me faz arrepiar outra vez. 

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