Capítulo 43

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Sabe quando você espera tanto por algo que acha que a hora nunca vai chegar? Foi assim quando as meninas estavam nos forninhos e por incrível que pareça fiquei ainda mais ansiosa quando o casamento foi marcado e da data parecia não se aproximar.

Eu e o Emerson concordamos em esperar as gêmeas completarem um ano antes de marcamos o casamento. Sei que ainda seriam pequenas demais para se lembrarem da celebração, mas pelo menos curtirão mais a festa ao invés de ficarem somente no carrinho.

Então marcamos o casamento, e desde esse dia eu sou a pura ansiedade.

Eu seria, finalmente, a Angel Duarte Gupper. A mulher do doutor Emerson Gupper, o homem mais safado que já conheci, o maior pai desse mundo, melhor amigo e esposo que alguém poderia ter.

Admito que a caminhada até aqui foi longa, passamos por muitos altos e baixos, mas sem sombra de dúvidas eu não mudaria nada, nem uma vírgula sequer, para estar com o homem que se deita ao meu lado hoje.

O destino é realmente muito contraditório e bizarramente extraordinário. Tem quem diga que não existem coincidências, mas se tudo o que aconteceu comigo não foi uma série de coincidências encaixadas por obra do destino, então o que foi?

— Me desculpa por não poder ir no casamento Angel — o Otávio estava há uns bons metros de mim, estávamos na academia de casa mesmo, menos de uma semana antes do casamento, e juro que considerei se conseguiria jogar os halteres nele dessa distância.

Eu ainda não tinha voltado aos atendimentos, minha rotina cada dia mais vem sendo estar com minhas filhas e administrar a empresa do João — pode se passar anos e anos, ele sempre terá o mérito sobre a plataforma de nutrição que ele criou, sempre seria lembrado e considerado por mim.

Apesar de tudo não posso dizer que me tornei uma dona de casa, praticamente deixo toda essa parte para a Jana, que já não era mais "a babá da Clara", e sim uma grande amiga e funcionária, a governanta da casa. Hoje temos quatro mulheres maravilhosas que nos ajudam com as meninas e com os afazeres domésticos e posso afirmar que sem elas eu não seria ninguém.

A Jana e o Otho ainda mantém um rolo que nós fingimos não perceber, pelo menos até finalmente se assumirem de vez. Eles são dois cabeça dura e tenho certeza que uma hora se amarram de vez.

Eu entendo que ainda é difícil para o casal. Jana é uma mulher caseira, em quase dois anos que a conheço posso contar nos dedos os dias que ela pegou folga ou que a vi sair para se divertir. Enquanto o Otávio tem uma vida muito agitada, as vezes fica semanas fora, volta por poucos dias e já some de novo para o mundo.

Sei que ele nunca vai deixar a agência de lado, assim como uma hora vai desistir da ideia de se mudar definitivamente para cá, infelizmente interior não é para pessoas com o trabalho como o dele.

Então uma hora eles vão ter que sentar e se resolver.

Ele, a muito custo, comprou o terreno ao lado do nosso, mas só assinou os documentos do mesmo essa semana, e por estar começando do zero, a empresa contratada deu o prazo de mais dois anos para finalizar a obra. Acho que esse será o prazo para ele decidir a vida, só que não seria eu a pessoa que vai abrir seus olhos.

— Mas você é meu padrinho, como não vai no casamento? — deixei os pesos no chão e joguei as mãos teatralmente no ar.

— Aconteceu um imprevisto e vou ter que estar em Londres até quinta-feira — o Otho não se abalou ao falar, continuando a série de supino despreocupadamente.

Como se não estivesse falando que não estaria presente em um dos dias mais importante para mim.

— Você é dono dessa merda, manda o Jorge ir resolver — continuei abismada, porque isso não é coisa que se fale para uma noiva com os nervos a flor da pele três dias antes do casamento.

Ardentemente SuaWhere stories live. Discover now