Capítulo 20

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Não vou mentir e assumirei que logo depois da foda rápida no banheiro nós fomos para a casa do doutor e fodemos feito dois loucos no cio madrugada a dentro — e reforçar que não era mentira o lance de me amarrar e me foder até me ter desmaiada de prazer.

Não consigo resistir, isso é um fato. Então decidi que não posso mais adiar o inadiável, eu e ele não conseguimos ficar longe e não tenho mais argumentos ou coração para conseguir manter essa ilusão.

Preciso do doutor, do seu corpo, do seu sorriso, das nossas conversas, dos momentos e até mesmo da sua grosseria.

Depois dessa minha decisão de meter o foda-se nós ficamos finalmente bem. Não totalmente já que não tínhamos conversado com Letícia ainda, mas nós passamos quase todas as noites da semana juntos, fomos para a academia perto do serviço e almoçamos também.

Como se fossemos namorados, mas sem o título em si. Até porque não tinha como rotular alguma coisa agora, ainda é o comecinho e tudo pode dar errado.

— Vamos jantar fora?

Era sábado à noite e estávamos deitados no sofá maratonando House a horas, o sofá dele é retrátil e conseguíamos ficar juntinhos e confortável.

— É uma boa, mas... — meu lado racional não deixada de ponderar todas as situações que poderiam nos comprometer.

— Podemos ir até Campos do Jordão, nós dormimos por lá e passeamos no domingo — sugeriu pausando o seriado.

— É uma ótima ideia — sorri pela consideração. — Mas vamos assim? No susto? — tive que perguntar já que é uma viagem de quase três horas.

Muitas vezes o doutor é grosseiro quando o assunto é nos esconder por conta da Letícia, mas eu via seu esforço em tentar não me magoar. Não entendo o motivo dele ser assim, considerando que desde que o conheço Emerson sempre fez de tudo para ser discreto e afastar as pessoas que mostravam interesse em algo a mais.

Mas não comigo, ele parecia querer se arriscar quando o assunto era nós.

E isso me assusta na mesma na mesma proporção que faz as borboletas do meu estômago se agitarem afoitas.

— E ainda te como de sobremesa quando chegarmos — afirmou beijando minha boca em um beijo roubado.

Corremos tomar um banho e nos arrumar para a mini viagem, Emerson colocou algumas coisas em uma mochila e fomos até meu apartamento para que eu pudesse arrumar minha malinha.

Saímos estrada a fora umas sete e meia e o caminho foi muito agradável, descobri que seu jeito rústico combinava muito bem com o gosto musical, gostava de sertanejo universitário e modão — além de saber cantar todas as músicas que tocava —, eu até consegui acompanhar e cantar alguns trechos das músicas mais populares, mas a maior parte eu fiquei quieta babando por aquele homem com a voz grossa que parecia cantar para minha menininha que já batia palmas para ele.

— Deixa eu dirigir para você descansar um pouco — me ofereci percebendo que já estava tenso demais no banco, mas ele apenas negou com a cabeça. — Para de besteira, estamos em dois no carro, posso muito bem dirigir também — argumentei.

— Já estamos chegando — o navegador mostrava que chegaríamos em quarenta minutos, então só olhei para ele e cerrei os olhos.

— Não posso dirigir seu carro?

— Não é isso Angel.

— O que é então?

— Não estou cansado, relaxamos o dia todo, consigo tocar até a pousada.

Ardentemente SuaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora