Capítulo 33

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Quando falei que a merda vinha sorrateira era no sentido literal.

Deveria ser umas oito da manhã, Emerson estava de folga da clínica — o que vem sendo cada vez mais comum — e tínhamos fodido até altas horas da madrugada.

Vou confessar que é ótimo estar completamente nua, somente com o meu anel de noivado no dedo.

E ele é lindo.

Emerson não brincou em serviço quando o escolheu, ele é de ouro rose, fininho e discreto, com diamantes e uma pedra de topázio que era o chamativo na joia.

Topázio! Como será que ele adivinhou que comparo seus olhos àquela pedra?

Parei para pensar sobre isso umas duas vezes já e não consigo me lembrar de ter comentado alguma vez.

— Fico feliz em ter acertado — meu noivo sussurrou descendo seus dedos pela minha coluna.

Sim. Meu noivo. Agora eu posso definir um status.

— Cada vez que eu olho fica ainda mais bonito — confessei observando o anel sobre a luz do sol que vinha da janela.

— Você também — falou galanteador e passou a roçar a barba pelo meu pescoço.

Não satisfeito veio por cima e foi descendo pela minha saboneteira e colo, passando reto pelos meus seios e encontrando minha barriga ainda reta, sem indícios da gravidez.

— Será que ela vai se parecer com você? Imagina uma mini Angel — ele suspirou beijando minha barriga, passando as mãos por ela em uma carícia leve, deixando-as na lateral para continuar sua trilha de beijos.

— E quem disse que vai ser ela? — levantei uma sobrancelha em desafio.

— Tenho muitos pecados para pagar — gargalhei da sua desculpa e bati de leve na sua nuca.

— Pode ser que venha um mini doutor com muita paixão — perdi meus dedos no seu cabelo encarando o teto de modo sonhador. — Vamos ensina-lo a ser galanteador e cavalheiro com as mulheres.

— Vai comer todas as amiguinhas da Clara — resmungou encostando a cabeça na minha barriga.

— Assim como os amiguinhos dele, que vão sair com a nossa menina — Emerson se sobressaltou me encarando de olhos esbugalhados.

— Meu Deus, é verdade — exclamou exasperado. — Precisamos providenciar uns três meninos para cuidar da nossa filha. Nenhum marmanjo pode chegar perto dela antes dos trinta.

Ah vá!

Ri do seu desespero a ponto de me faltar o ar e eu ter que virar de lado para respirar melhor.

— Estou fodido, e agora — ele bateu a mão na testa de forma exagerada. — Vamos nos mudar para o interior, lugar isolado, somente nossa casa, sem contato com o mundo, somente nossa família, alguma montanha talvez...

Ele começou a divagar e reclamar sem parar, revirei os olhos e decidi por voltar a dormir e o ignorar, já que daqui uns minutos ele volta para a realidade com a missão de povoar o mundo.

Se eu fosse pela onda dele teríamos uns oito filhos em no máximo dez anos.

— Alô — eu já estava longe, me perdendo no mundo dos sonhos quando o Emerson atendeu o celular, ouvi sua voz cada vez mais distante e despertei somente algum tempo depois com a Clarinha pulando em mim.

Mãmã, blincá — ela estava eufórica e começou a pular como se eu fosse um cavalinho.

A peguei no colo e levantei encarando meu noivo mexer no celular sem parar ao pé da cama.

Ardentemente SuaWhere stories live. Discover now