Capítulo 31

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— Acho melhor você não fazer isso — adverti meu ex, me afastando para que a briga não acabasse respingando em mim.

— Tá maluco? — Henrique gritou exaltado indo para cima do doutor todo desajeitado.

Foram três passos para frente e o segundo soco o Emerson acertou sem nem precisar deixar a bebida de lado.

— Isso é para você aprender a respeitar uma mulher — o comunicado veio seguido do terceiro.

Quando digo que o pedaço de bosta é três vezes menor que o Gupper, quero dizer que ele deve ter uns setenta quilos no máximo, contra mais de cem quilos de pura massa muscular, e mesmo assim ele insistia em querer sustentar a briga.

— Eu só dei oi pra ela seu retardado — Henrique se levantou com a mão no nariz que passou a sangrar sem parar, dessa vez ele não foi tão dissimulado e tomou distância do meu ogro musculoso.

— Sabe do que estou falando — o olhar dele era intimidador e eu poderia jurar que se o fulano chegasse perto novamente, com uma tacada só ele seria fincado no chão igual o desenho do Tom e Jerry. — Fica dando com a língua nos dentes, é isso o que ganha.

Henrique pareceu entender o motivo da briga e estacou por alguns segundos no lugar antes de voltar a abrir a boca como se tivesse alguma propriedade sobre o que diz.

— Me bateu porque está saindo com uma puta? Não acredito, já faz anos que eu nem ouço falar dela mano — alguém apareceu com uma toalha e estendeu para que ele tentasse amenizar o sangramento do nariz. — Sem contar que nada do que eu já falei sobre ela é mentira.

Ele poderia não ter terminado a frase, mas o fez e isso só deixou o Emerson mais agitado.

— Lambe o chão antes de falar da minha mulher — ele rosnou querendo se aproximar, mas um cara alto e forte o segurou, impedindo-o de se aproximar do varapau.

— Eu fiz basicamente isso agora — ele não perdeu a chance de ironizar. — Você está metendo o louco, essa puta não vale o meu nariz quebrado. Cacete que dor!

Henrique fez uma careta afastando a toalha do nariz e então voltou a tapa-lo quando uma grande quantidade de sangue pingou no chão.

— Lava a boca antes de falar da minha mulher seu merda, e se eu fosse você sumiria da minha frente antes que eu decida quebrar bem mais do que o seu nariz.

— Calma brother, ele já vai embora — o cara que o segurava tentou acalmar meu ogro enquanto tudo o que eu conseguia fazer era olhar a situação que se formou em pouco tempo. — Anda, vaza.

— Eu vou te processar seu maluco — Henrique reclamou pegando sua carteira no chão, que caiu logo no primeiro soco que recebeu.

— Você não seria louco, eu acabo com a sua vida seu merda brocha — Emerson exclamou revoltado, fazendo algumas pessoas rirem do seu comentário.

Henrique cruzou seu olhar com meu e senti o ódio de onde estava, como se me julgasse por eu ter falado alguma coisa.

E olha que eu nunca comentei sobre as brochadas, só sobre ele não conseguir me dar prazer.

Mas se a carapuça serviu não posso fazer nada.

— Vai conseguir muito dinheiro com esse tiozinho aí, no golpe ele já caiu — o varapau não deixou de fazer um comentário infeliz antes de sair junto com outros dois caras.

— Nem me deu um oi antes de começar a caçar encrenca — o cara forte soltou o Emerson quando Henrique já não estava a nossa vista.

— Pô Caio, me desculpa por isso — o doutor o puxou para um abraço de lado e um bateu nas costas do outro.

Ardentemente SuaOnde histórias criam vida. Descubra agora