Capítulo 2

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Fomos a pé mesmo até um pub no final da rua, ainda era cedo demais para estar lotado, mas tinha mais pessoas em plena seis e meia do que nos bares de Florianópolis as onze da noite.

— Acho que acabei desacostumando com o quanto aqui é agitado — comentei pegando o copo de cerveja que Emerson tinha me servido.

— É ótimo para quem gosta da vida noturna — ele descansou o corpo na cadeira relaxando com o copo de bebida na mão. — Pelo o que me lembre você gostava muito disso, não te imagino em uma cidade com menos que happy hour lotado as cinco da tarde.

— Acho que não sou mais a mesma de quando nos vimos a última vez — inclinei a cabeça e lhe lancei um sorriso fraco, mas feliz por não ser mais escrava da vida noturna.

— E o que mudou? Se casou? — percebi seu olhar desviar para minhas mãos em busca de uma aliança.

— Mais ou menos isso — respondi não querendo aprofundar nesse assunto que ainda doía.

— Isso quer dizer que preciso me preocupar por estar flertando com você ou estou no caminho certo? — as pedras preciosas dos seus olhos azuis refletiam ansiosas demais para aquela resposta e eu sabia que dependendo do que dissesse o destino para sua cama estaria velado.

— Você sempre no caminho certo doutor — sorri dando outro gole na minha bebida e acompanhei o movimento do seu pomo de adão ao me acompanhar.

Ficamos algum tempo em silêncio, apenas aproveitando aquela troca de olhares gostosa entre nós, aumentando ainda mais o clima entre minhas pernas.

Emerson continuava exatamente do jeito que me lembrava, um verdadeiro modelo disfarçado de veterinário.

Os lábios finos e desenhados eram protegidos por uma barba muito bem feita e farta o suficiente para que afundasse meus dedos nela, seus olhos azuis ficavam entre o claro do céu e o nublado da tempestade dependendo do seu humor, mas os cílios longos estavam sempre acompanhando-os independente da sua feição, seu nariz não era fino, mas tinha o formato e tamanho perfeito para acompanhar a masculinidade do seu rosto.

Desci o olhar lentamente encontrando novamente seu pomo de adão para em seguida reparar na camisa marcada pelos seus músculos que continuavam excessivamente grandes e aparentavam ainda maiores do que da última vez que o vi.

Deus abençoe a consciência muscular.

Eu queria experimentá-lo novamente, tive a certeza quando o vi e minha xoxota só me confirmava cada vez que olhava para aquelas mãos cheias de veias.

— Sabe Angel, não sei o que você tem que me deixa desconcertado toda vez que te vejo — o doutor se ajeitou na cadeira apoiando os cotovelos na mesa e deixando o copo sobre ela, ficando intrigantemente mais próximo a mim. — Sempre achei que era a sua inocência que me deixava descontrolado, mas a mulher que eu vejo agora não tem nada de inocente e mesmo assim está me deixando de bolas roxas nessa calça jeans.

Porra! Eu nunca me acostumaria àquele homem cachorro na minha frente.

— Os anos só te deixaram ainda mais cafajeste — comentei encabulada o suficiente para querer mudar de assunto.

Me deem um desconto, posso ser atrevida, mas há anos eu não precisava flertar com ninguém.

— Posso te provar que fiquei melhor em outras coisas também — o sorriso de lado me desarmou inteira e eu já estava a ponto de pedir a conta e me deixar levar. — Já fixou moradia aqui ou está em algum hotel?

A rapidez de Emerson me deixava excitada ao mesmo tempo que me desesperava, porquê ele exalava testosterona misturada com problema.

— Meu apartamento não ficou pronto ainda, estou ficando no da Letícia até terminarem — comentei e pela primeira vez vi Emerson Gupper hesitar por alguma coisa, mesmo que rapidamente. — Algum problema? — questionei incerta de como terminou a relação dos dois há anos atrás.

Ardentemente SuaWhere stories live. Discover now