Capítulo 18

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Na sexta-feira fui na casa do doutor e depois dele me persuadir com muito sexo nós sentamos e falamos sobre a conversa que tive com Letícia, foi nessa hora que novamente bati o pé quanto a termos que nos afastar até a criança nascer. No decorrer da conversa senti que ele começou a ficar de saco cheio e eu o entendo já que de novo estávamos conversando sobre o mesmo assunto.

Entendo que ele não goste que eu fique batendo na mesma tecla, mas é o mais inteligente a se fazer agora, ainda mais que foi constatado que Letícia está de fato com problemas psicológicos e eu tenho certeza que se continuarmos a sair como estamos, logo ela vai descobrir e será pior.

Contar é uma opção, mas não agora, nesses últimos três dias ela anda muito bem, está conseguindo controlar seus impulsos e quando começa a se alterar faz alguns exercícios de respiração até se acalmar novamente.

Estou orgulhosa dela. Para alguém que não queria nem ir a psicóloga sozinha ela estava aceitando muito bem o tratamento.

Fiz alguns atendimentos no sábado pela manhã e passamos o restante do dia inteiro juntas. Letícia me contou que a partir da próxima sessão ela iria sozinha e o Emerson só a acompanhará quando a psicóloga achar necessário.

Por incrível que pareça ela estava muito bem com isso, parecia melhor resolvida quanto ao doutor, não falava sobre ele necessariamente, mas comentava vez ou outra sobre o pai do bebê quando era conveniente. Entendi que isso fazia parte do combinado com a senhora Ferreira e em momento algum tentei captar alguma informação a mais sobre o Gupper — mesmo morrendo de vontade.

No domingo conversamos sobre o chá revelação, a Let me passou a data que queria, o local e o tema, o restante deixou para que eu resolvesse. Não demorei a fechar o buffet e agora teria que correr atrás da arte dos convites e decoração.

Contratei uma grande empresa de eventos e na quarta a moça me passou as ideias de convite, conversamos até acharmos o que seria perfeito. Falei com a mamãe de primeira viagem para nós jantarmos na casa dela para eu lhe mostrar a ideia e é claro que Letícia topou sem pestanejar.

Desde sexta o Emerson não tinha falado comigo, nem mesmo o tinha visto pelos corredores do prédio comercial. Apesar de eu ter dado uma ou outra olhada nas suas redes sociais também não insisti, até porque não faria sentido sendo que eu quem decidi que nos afastar seria o melhor — por ora.

Esse era o quinto dia sem notícias e eu já estava subindo pelas paredes de saudades dele e principalmente do seu amiguinho em mim.

É um saco querer ser sensata. Pelo menos eu estava mais tranquila ao deitar a cabeça no travesseiro para dormir. Poderia estar deitando no corpo malhado do Emer... Não, não poderia! Foco!

Passei no mercado antes de ir, comprei meu vinho bordô preferido, a H2O que Letícia gostava e uns amendoins e castanhas de aperitivo.

Quando Let abriu a porta ela parecia radiante, seu sorriso estava iluminado, os cabelos escorridos e uma maquiagem leve no rosto, vestida com uma camisa baby look que deixava sua barriga redondinha a mostra, um short de malha e chinelos de dedos.

Entrei desajeitada com as sacolas na mão e corri para a cozinha, encontrando um brutamontes na boca do fogão mexendo uma panela.

Uau.

Eu só podia estar delirando e um dos meus sonhos eróticos estava se idealizando na minha frente. Só percebi que era real porque Emerson estava completamente vestido e se fosse no meu sonho ele não teria nada mais do que uma cueca — e olhe lá.

— Comentei com ele que íamos escolher os convites e o chamei para participar — Let contou atrás de mim e vi o doutor molhar os lábios antes de me dar um boa noite.

Ardentemente SuaWhere stories live. Discover now