Capítulo 13

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Acordei com a luz do sol no meu rosto pela manhã, estava deitada no peito do Emerson e sua respiração calma não condizia com meu coração que já batia acelerado.

Levantei lentamente para que ele não acordasse, peguei meu celular para olhar a hora, mas estava descarregado já que acabei esquecendo de carregá-lo a noite. Tomei uma ducha rápida, tirando todos os traços do nosso prazer da minha pele, coloquei a camisola novamente e encarei o homem adormecido na minha cama.

O sol da manhã batendo no seu corpo nu era como uma obra de arte, me deu vontade de voltar e lamber cada pedaço da pele que o sol era capaz de iluminar, mas minha barriga roncou antes que eu chegasse até ele, então me forcei a descer e passar um café.

Passei o pretinho enquanto meu notebook ligava, fiz uma tapioca rápida com queijo e trabalhei um pouco, até consegui terminar alguns planos alimentares antes da campainha tocar e minha dor de cabeça entrar como um vendaval.

— Angel, mas que merda que você não atende o telefone — Letícia entrou eufórica, vestia um vestidinho florido, estava bem maquiada e muito bonita.

— Bom dia para você também princesa, dormiu bem? — perguntei rindo de nervoso, só o que me falta é o Emerson sair daquele quarto.

Deus, nunca te pedi nada. Por favor não deixe aquele homem acordar justo agora.

— Não Angel, não estou bem — sentou-se no sofá apoiando as mãos na cabeça e os cotovelos nos joelhos. — Acordei cedo, me arrumei, passei na padaria e comprei comida para um batalhão inteiro — ela passou a soluçar, mas continuou firme a fala. — Fui até a casa do Emerson, queria acordar ele, tomaríamos um café da manhã e nos acertaríamos pelo nosso filho — Let se jogou para trás fitando o teto, apoiando a cabeça no sofá e repousando a mão na barriga minúscula que nem chegava a marcar na blusa. — Mas ele não estava lá, oito horas da manhã e ele não dormiu na casa dele Angel.

— Às vezes ele está trabalhando, atendendo alguém, sei lá — tentei soar despreocupada, mas a essa altura eu já estava suando frio.

— Não está, eu sei que não está — ela gritou em um rompante. — Ele não quer saber de mim amiga, eu e o bebê não somos nada para ele — afirmou se levantando do sofá, passando a andar de um lado para o outro sem parar. — Não adiantou de nada, Emerson não me ama, não ama a gente, de que adianta eu ter esse bebê, não adianta de nada.

Encarei a mulher a minha frente, seus cabelos castanhos lisos estavam em uma trança embutida muito bem feita, a maçã do rosto marcada, lábios carnudos devido ao botox que aplicava anualmente, seus olhos castanhos claros grandes e marcados pela maquiagem que a deixava cheia de vida.

E ao mesmo tempo via uma mulher completamente perdida, desiludida e arrependida de suas escolhas mal pensadas. Sua maquiagem a prova d'água não permitia que os produtos borrassem, mas não a isentava da dor que o peito trazia pela rejeição de um amor não correspondido.

— Let, você precisa se acalmar, não faz bem para o bebê — tentei ser racional, mas sentia minhas mãos soarem de nervoso.

— Que se dane esse bebê Angel — gritou histérica, nitidamente fora da casinha.

— Você comeu alguma coisa? — perguntei tentando mudar o foco.

— Foda-se a comida — respondeu ainda nervosa, sem deixar de andar feito barata tonta pela sala. — Foda-se esse bebê, foda-se tudo, inferno!

— Ok, vou trocar de roupa e vamos a um lugar, tá bom? — falei baixo, tentando não piorar a situação.

— Não quero ir a lugar nenhum, quero voltar na casa daquele merda do pai do meu filho e esperar para ver quem é a biscate que está o tirando de mim — Letícia ainda gritava e não sei se estava com mais medo dela passar mal, ou do Emerson aparecer.

Ardentemente SuaWhere stories live. Discover now