Capítulo 39 - Bônus POV. Emerson Gupper

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Nervoso não é nem perto a palavra que define como estou agora.

Se no nascimento da Clarinha eu estava uma pilha, agora estou fodido e não sei nem dizer os motivos pelo agravante.

Na real eu sei sim, são duas crianças! Todo aquele procedimento do parto agora o médico terá que fazer em dobro.

Outra coisa que tento nem pensar para não ficar mais nervoso é que a Angel enfiou na cabeça que vai tentar o parto normal. Na última consulta o médico disse que a qualquer momento entre essa semana e a próxima ela já poderia entrar em trabalho de parto e por algum motivo que eu não fiquei no consultório para entender ela decidiu tentar.

Eu sei que o corpo é dela e que se ela se sente preparada é bom tentar o parto sem a cesárea. Mas meu amigo... Estamos falando de dois bebês saindo da minha mulher, de um buraquinho apertadinho, gostoso e quentinho. Sei que é natural e que o corpo dela está mudado, adaptado, pronto para o parto, mas meu, é minha mulher e meus bebês!

Só de pensar que alguma coisa pode dar errado eu chego a suar frio. Estou soando frio agora.

Ela está apertando a minha mão, respirando fundo e tem um homem no meio das pernas dela, mas acho que sou eu quem estou prestes a desmaiar.

— Amor, acho que não vou conseguir — sua voz estava cansada, seus cabelos molhados do suor colavam na sua testa, o médico era paciente e tentava acalmá-la e repetia incansavelmente para ela forçar.

Eu não sei nem dizer há quanto tempo estamos aqui, só sei que a Angel é uma guerreira e que a cada segundo que passo ao lado dela eu tenho a certeza absoluta que a amo ainda mais.

Cada segundo mais.

— Claro que vai conseguir vida, falta pouco e vamos pegar nossas meninas no colo — apertei sua mão para lhe dar forças, mesmo sentindo que minhas pernas irão falhar.

— Amor, salva elas... E-eu... Tem alguma coisa errada — lágrimas escorriam dos seus olhos, encarei o doutor sem entender o que estava acontecendo.

— Tem alguma coisa errada? — gritei sem nem controlar o tom de voz.

Foda-se se estou sendo grosseiro ou sem educação. Foda-se qualquer coisa.

— Está tudo bem mãezinha a primeira já está vindo — o médico prometeu e então minha mulher gritou aliviada e vi as enfermeiras se aproximarem do doutor. — E lá vem ela, a primeira neném às oito e quarenta a dois.

Não sabia para quem olhar, se para minha mulher ou minha segunda filha, minhas mãos tremendo demais para conseguir reagir ao pitoco de bebê a minha frente.

A enfermeira a entregou para a Angel e nessa hora ela pareceu brilhar ainda mais.

Minha Stella.

É minúscula, tem o nariz fininho, é carequinha e nem tem sobrancelhas, confisquei todo seu corpinho em segundos e conclui que é simplesmente perfeita.

— Doutor... — vi seus olhos desviarem da filha, o sorriso da Angel se transformar em uma careta e o pânico tomar conta do seu rosto. — O que está acontecendo?

— Deixa eu pegar essa bebezinha... — ouvi em segundo plano e vi a moça tirar Stella de nós.

— Precisamos abrir rápido, antes que falte oxigênio, merda, anestesista, agora — percebi as enfermeiras andando de um lado para o outro.

— Merda? Porra, merda? O que está acontecendo? — gritei na intenção de chegar perto do médico, mas senti Angel apertando minha mão na dela, o que me fez recuar.

Ardentemente SuaOù les histoires vivent. Découvrez maintenant