Capítulo 41 - Colocando os pingos nos is

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— Nós sabemos disso Bela e ele também. Ele só precisa de um pouco mais de tempo para entender as coisas, foram dias difíceis querida.. só de a ele um tempo. — faço um leve aceno com a cabeça.

— Eu, acho que preciso dormir um pouco... — digo sem graça.

— Claro, pode deitar que nós estaremos bem aqui do seu lado. Nada de ruim vai acontecer.

— Obrigado! — Me viro dando as costas para Ana. Longe de seus olhos, deixo as lágrimas escorrerem silenciosamente por meu rosto até que o cansaço me leve por completo e eu adormeça.


Miguel

Retorno algum tempo depois, assim que entro no quarto Ana se vira, sorri e se levanta pegando sua bolsa e saindo do quarto.

— Sabia que você não me decepcionaria. — diz depositando um leve beijo em minha bochecha antes de sair do quarto. — Nos vemos mais tarde, me liguei se precisar de qualquer coisa. Ah! E Miguel, não seja tão duro com ela, ela já faz isso por si própria. — dou um leve aceno de cabeça concordado e sigo diretamente para a poltrona ao lado da cama de Bela.

— Porque você continua fazendo isso comigo Bela? Eu só quero o seu bem meu amor. Será que algum dia você vai me permitir realmente entrar? — dobro os cotovelos sob meus joelhos, cansado.

— Miguel? — sua voz soa tão baixo que penso ter imaginado. Levanto meus olhos e me perco naqueles belos olhos negros. Deus! Ela é tão linda, mesmo com todos esses machucados em seu rosto. Quando eu pegar o filho da puta que fez isso com ela...

— Você voltou...

— É claro! Onde mais eu estaria? Você não vai se livrar tão facil assim de mim. — tendo soar divertido.

— Eu achei que...

— Eu sei... — Pego sua mão delicadamente e a prendo sob a minha dando um leve beijo.— casais brigam... quer dizer — me interrompo um pouco sem graça pelo que disse. Merda! O que que eu to fazendo?

— Somos um casal é? — pergunta timidamente, as bochechas ganhando o mais lindo tom rosado.

— Não, mas... Eu quero Bela, muito. E depois de tudo que aconteceu... Eu...  finalmente percebi que a vida é curta demais para ficar se perdendo tempo com medos bobos. Eu quero você Bela... Ariela, seja lá qual nome devo chama-la. Sempre quis, você me ganhou no primeiro olhar, não tinha como ter sido diferente, não depois daquele chute — digo rindo — Eu sei que esse é um péssimo momento para dizer essas coisas, mas...  Deus... que merda eu to fazendo, desculpa princesa, é que... Merda Bella, só você para me fazer voltar a me sentir um adolescente medroso e inseguro, tremendo só de pensar em falar com a menina bonita — rio sem graça e ela revira os olhos. — Acho melhor deixar esse assunto para...

— Continua — ela diz firme, seus olhos trancados nos meus. 

— Deus! — passo a mão nervosamente pelo rosto — Não era assim que eu imaginei que as coisas aconteceriam. Eu não sei se eu tenho o direito de te perguntar isso, eu me sinto um filho da puta egoista em se quer pensar nisso ainda mais depois de tudo que você passou. Você é tão nova, mal conhece a vida e suas inúmeras possibilidades... Eu não posso fazer isso. — Me levanto angustiado.

— Eu acho que cabe a mim decidir o que eu quero ou não fazer, independente da idade, experiência de vida ou o que quer que seja. Por anos mesmo que indiretamente minha vida foi guiada por outros, mas não mais Miguel. Então apenas pergunte, como você mesmo diz, não tem como saber se não arriscar.

— Quando você se tornou tão esperta? — sorrio, a determinação em sua voz e em seus olhos, quase me faz cair de joelhos.

— Eu tenho um amigo que vez ou outra fala algo que presta — diz com um leve sorriso, o olhar brilhando em diversão.

ConfinadaOnde histórias criam vida. Descubra agora