Workaholic

By OkayAutora

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Gregório é um executivo de notável sucesso financeiro atribuído a trabalho duro. Não apenas duro, como também... More

Capítulo 1 - Coincidência.
Capítulo 2 - Prioridades.
Capítulo 3 - Trato.
Capítulo 4 - Prosas.
Capítulo 5 - Esconderijo.
Capítulo 6 - Agindo.
Capítulo 8 - Compromisso.
Capítulo 9 - Ilusão.
Capítulo 10 - Desiludindo.
Capítulo 11 - Vulnerável.
Capítulo 12 - Vomitando.
Capítulo 13 - Neura.
Capítulo 14 - Solucionando.
Capítulo 15 - Descobrindo.
Capítulo 16 - Castigo.
Capítulo 17 - Coragem.
Capítulo 18 - Saída.
Capítulo 19 - Dor.
Capítulo 20 - Ordem.
Capítulo 21 - Intenção.
Capítulo 22 - Surpresa.
Capítulo 23 - Noite.
Capítulo 24 - Cinco Sentidos.
Capítulo 25 - Manhã.
Capítulo 26 - Retorno.
Capítulo 27 - Versões.
Capítulo 28 - Alívio.
Capítulo 29 - Onisciente
Capítulo 30 - Experiência.
Capítulo 31 - Excitação.
Capítulo 32 - Divulgando.
Capítulo 33 - Proposta.
Capítulo 34 - Expressão.
Capítulo 35 - Revista.
Capítulo 36 - Resposta.
Capítulo 37 - Arrependimento.
Capítulo 38 - Paralisado.
Capítulo 39 - Percebendo.
Capítulo 40 - Choque.
Capítulo 41 - Afronta.
Capítulo 42 - Procura.
Capítulo 43 - Sozinho.
Capítulo 44 - Perdão.
Capítulo 45 - Arbítrio.
Capítulo 46 - Proximidade.
Capítulo 47 - Realidade.
Capítulo 48 - Caminhos.
Capítulo 49 - Estrutura.
Epílogo.

Capítulo 7 - Gatilho.

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By OkayAutora

Capítulo 7 — Gatilho.

— Fico feliz por você, é bom que esteja se esforçando no estágio, muito provavelmente eles podem te efetivar. — Augusto falou, após ouvir tudo o que o amigo tinha lhe dito sobre o dia de trabalho. — Mas ainda acho que você não deve fazer as coisas esperando ganhar um elogio do Gregório em troca.

— Eu sei o que você está pensando. — Francisco ergueu os ombros. — Mesmo assim, foi muito bom ser reconhecido.

— Não tente me enganar, a essa altura você já deve estar cogitando em formas de fazer com que ele te note novamente, tô mentindo? — O amigo deduziu.

— Ah, querer um pouco mais de atenção não é tão ruim assim, vai... — Francisco admitiu.

— Eu sabia! — Augusto riu, mas logo continuou. — Só que você não pode viajar, ele sempre vai ser seu superior e você deve respeito a ele. Não é só porque você descobriu que ele é gay, que pode começar a azarar o cara.

— Não vou fazer isso. — Respondeu, fechando a cara. — Por mais que eu queira.

— Você não presta mesmo! — O amigo gargalhou.

Francisco riu com ele, sabia que Augusto conhecia-o quase tão bem quanto sua mãe. E por mais que ele desse bons conselhos, o estagiário não se contentava com pouco, no fundo, não conseguia tirar de sua mente se Gregório naquele momento estaria pensando nele.

•••

— Shh. — Otávio pediu silêncio. — Geme mais baixo.

Gregório mordeu o tecido do travesseiro, afundando ainda mais sua cabeça contra ele, abafando os sons que escapavam de sua garganta. O namorado estapeou a parte que estava empinada para ele, onde também tinha uma visão privilegiada pela posição.

Otávio alisou as costas suadas do gerente, sentindo arrepios pela sua respiração ofegante, indo ainda mais fundo, com força e rápido como sabia que ele gostava. Adorava a maneira que o formato de sua mão combinava com a região que mais agarrava, sempre deixando a marca de seus dedos na pele branca do traseiro dele.

Com o corpo trêmulo pelo prazer, Gregório não se masturbava, não queria gozar tão rapidamente. Mal percebia que já havia deixado a fronha úmida, pois sua boca salivava e não conseguia soltar o tecido, não deixando de mordê-lo.

Não era a posição preferida do gerente, mas adorava a maneira que aquela pose estimulava o namorado, bastava erguer seu quadril e ficar de costas para ele, que Otávio sempre dava o seu melhor desempenho.

Gregório afastou sua cabeça do travesseiro quando sentiu seu corpo ser puxado para trás mais vigorosamente, deixando outro gemido alto escapar, evitando para que acontecesse novamente; como estavam no apartamento, os vizinhos facilmente os ouviriam.

Otávio também segurou a voz quando avisou o namorado de que estava próximo ao ápice, firmando suas mãos ainda mais ao quadril dele, aumentando seus movimentos, vendo-o contorcer-se abaixo de si.

Continuou até parar bruscamente, retirando o preservativo que usava e masturbando-se até deixar escorrer seu líquido pelas costas de Gregório.

— Nas minhas costas de novo, não... — Reclamou ao mesmo tempo que ria.

— Se você me deixasse gozar dentro de você, isso não aconteceria. — Otávio pegou um lenço dentro da caixa ao lado da cama, para limpá-lo.

— A camisinha serve para isso, goze dentro dela. — Rebateu, enquanto ele limpava suas costas.

— Prontinho. — Beijou sua pele após enxugá-la. — Tá limpinho.

Gregório sentou-se na cama, exibindo a parte inferior de seu corpo ainda rígida, como se implorasse para se saciar. Otávio nada comentou, indo ao seu encontro até que sua boca estivesse completamente ocupada pelo membro do namorado.

Chupou-o e lambuzou-o até a base, ouvindo novamente os suspiros que o enlouquecia, continuando delicadamente a movimentar sua cabeça, mantendo os movimentos lentos, querendo provocá-lo até que não aguentasse mais.

Conseguia percorrer toda a extensão de seu pênis com facilidade, aproveitando alguns intervalos para rodeá-lo com a língua e encharcá-lo ainda mais. O namorado já estava inquieto, movendo seu corpo abaixo do seu, murmurando para que ele fosse mais rápido.

Obedeceu-o, fazendo Gregório agarrar seus cabelos e soltar um gemido indevido, movimentando-se ainda mais rápido, querendo enlouquecê-lo. Sabia que estava conseguindo aquilo, pois o namorado teve que morder o próprio lábio com força, para que não gemesse ainda mais alto.

Otávio notou que o corpo do gerente se contorcia, onde via as mãos dele percorrendo todos os cantos, procurando um lugar para se agarrar. Os grunhidos dele aumentavam, onde então ouviu a voz dele dizer timidamente que estava próximo, não aguentando segurar por muito tempo, preenchendo toda sua boca.

Engoliu sem esperar muito, em seguida já subindo com beijos pelo abdômen do namorado e mordidas que marcavam toda a pele por onde passava. Gregório abraçou-o quando suas bocas se alcançaram, descendo suas mãos pelas costas também suadas dele.

— Por que você pode gozar dentro da minha boca e eu não posso gozar dentro de você? — Otávio perguntou rindo baixinho, em meio ao beijo.

— Já falamos disso, você pode muito bem usar uma camisinha em mim para me chupar.

— Não, não quero. — Riu mais uma vez, voltando a roubar sua boca.

— Você não tem jeito. — Gregório soltou uma risada alta. — Bom, eu vou tomar um banho, você vem comigo?

— Eu vou, pode ir indo na frente. — Respondeu, saindo de cima do namorado, deitando-se ao lado.

— Tá bom, só não demora, você sabe que sempre acaba dormindo. — Afirmou, dando-lhe um selinho, em seguida indo ao banheiro da suíte.

Otávio viu-o andar até o cômodo ao lado, onde a porta ficaria aberta para ele. Assim esperou até ouvir o chuveiro ligando, para que em seguida saísse da cama. Sentou-se na beirada, pegando a calça do namorado que estava ao chão, achando no bolso dela o que tanto procurava.

Já tinha um tempo que não olhava o celular de Gregório por ter-lhe prometido que jamais invadiria a privacidade dele novamente, então a maneira que encontrou para não o chatear, seria ver suas conversas de forma que ele não soubesse.

Como já sabia a senha, vasculhou primeiramente as redes sociais de forma rápida, em seguida partindo para as ligações. A única desconfiança que surgiu, foi de um número que não estava salvo, vendo uma chamada de um pouco mais de uma hora; com isso, salvou o número em seu celular, ligaria nele mais tarde.

Colocou o celular do namorado no mesmo lugar de antes, para não deixar rastros. Assustou-se quando a voz dele ecoou do banheiro, chamando-o mais uma vez para o banho, pedindo para que não dormisse. Otávio se levantou em um impulso, dando passos rápidos até lá, abraçando-o dentro do box.

•••

Dezesseis de março, quinta-feira.

A reunião com a cervejaria seria no dia seguinte e Gregório mais uma vez tinha passado boa parte da madrugada acordado, para finalizar os detalhes da propaganda da sorveteria local. Não gostava de se comprometer com uma empresa sem antes finalizar o trabalho atual e era aquilo que tinha feito.

Por sorte, todos do escritório também haviam se esforçado depois de seu sermão e enviaram o que tinha pedido, ou seja, só faltava organizar aqueles arquivos para programar a reunião das dez horas do dia seguinte.

Aquela noite no apartamento de Otávio tinha sido tão agradável que mal imaginava o que estava acontecendo por trás de tudo. Gregório estava despreocupado e aquele era o momento que seu trabalho conseguia fluir de maneira natural, sem que se forçasse para aquilo.

Ainda não sabia que sua mãe havia ido conversar com o namorado alguns dias atrás e não imaginava que ele, naquele mesmo momento, estaria ligando para o telefone que encontrou em sua lista de chamadas.

Otávio sempre se preocupava ao extremo, o que nem para todos era considerado normal, mas para Gregório, já fazia parte da rotina todo aquele ciúme. No entanto, quando sentia que ele estava passando dos limites, fazia o possível para que aquela situação mudasse.

Naquela mesma manhã, após o gerente ter saído do apartamento, logo no primeiro momento, Otávio pegou seu telefone e ligou para o número que havia encontrado no celular do namorado. Quando a pessoa do outro lado da linha atendeu, viu que era uma recepcionista de uma cervejaria cujo nome tinha ouvido Gregório comentar.

Não respondeu e desligou a chamada. Ficou aliviado por aquilo, não podia negar que se sentia mal por ter vasculhado mais uma vez a vida dele, mas simplesmente não conseguia evitar. Somente após aquilo, conseguiu concentrar-se nos assuntos de seu negócio, partindo para o trabalho em seguida.

•••

Gregório esquecia até mesmo do próprio nome quando estava totalmente imerso no mundo do marketing. Antigamente conseguia esquecer-se de almoçar e do horário de ir para casa, mudando aquilo quando acrescentou um sistema de lembrete em sua agenda.

Quando ouviu um alarme avisando-lhe que já era meio-dia, partiu ao refeitório, pensou em somente comer um lanche leve como almoço, pois não queria perder muito tempo, então comeria em sua sala.

Francisco, por mais que tivesse direito ao almoço da empresa, alguns dias escolhia voltar para casa e descansar, que era o que faria naquele dia, porque ficar duas horas perambulando pelo escritório sem ter o que fazer não lhe levaria a nada.

Então quando estava prestes a sair, o estagiário passou pelo mesmo corredor que o gerente, sentindo mais uma vez, o cheiro daquela colônia deliciosa — provavelmente importada — que aquele homem usava. Era sempre hipnotizante.

Gregório nunca notava a maneira que Francisco o olhava, porém, o rapaz também não sabia que estava na mira dele e sob sua constante observação. O estagiário permaneceu com o aroma em suas narinas até o momento que entrou no elevador, tendo devaneios com o seu superior, interrompendo-os quando chegou no térreo.

Por ter cruzado seu caminho, o gerente não tirou o jovem da cabeça até que se sentasse na poltrona de sua sala, por algum motivo em especial, Francisco sempre tomava a sua atenção, onde pensava que muito provavelmente fosse pelo bom humor dele, que era uma das coisas que mais sentia falta em sua vida nesse momento.

Mas Gregório esqueceu-se de tudo, quando retirou a embalagem do lanche natural que havia pegado, começando sua leitura, relendo o que tinha feito até aquele momento, corrigindo as faltas de informação que encontrava.

Quando terminou de comer, jogou no lixo a embalagem e o guardanapo que tinha limpado a boca; em seguida pensando se aquele lanche o sustentaria até o fim do expediente. Principalmente quando sabia que tinha muito apetite e que se não controlasse a boca, poderia engordar facilmente.

Gregório não tinha um porte físico musculoso, mas também não era magro, era simplesmente um homem que parecia se importar com seu peso, o que definia exatamente o que era. O gerente sempre se preocupava com cada quilo que ganhava e por não ter tempo de malhar, tinha que ficar atento ao que comia.

Voltou a atenção ao computador e mais uma vez não viu o dia passar.

Só despertou do transe que o trabalho lhe causava quando ouviu novamente o alarme da agenda, que foi quando se assustou, não acreditando que as horas tinham passado tão rápido. Então assim recolheu as coisas da mesa e guardou-as em suas respectivas pastas, ficando em sua sala por mais alguns minutos antes de sair.

Olhou em seu relógio de pulso e digitou uma mensagem enquanto descia pelo elevador, avisando Otávio que passaria em sua casa antes de ir ao apartamento, Guilherme havia mandado uma mensagem e queria saber o que o irmão tinha para lhe dizer.

Já no carro, não demorou muito para que chegasse em casa, estacionando do lado de fora porque não pretendia demorar. Avistou um carro que reconhecia de longe, o conversível BMW de sua mãe, tocando o interfone, imaginando que tinha na verdade sido convocado por ela para mais uma daquelas conversas.

Foi recebido na porta pelo irmão e pela mãe que o abraçou, em seguida depositando um beijo em sua bochecha. Valquíria abriu seu maior sorriso, com Gregório estranhando aquilo, sabendo talvez que ela estava feliz daquela maneira por ele estar desacompanhado.

— Eu estou com medo. — O gerente afirmou, adentrando a casa, rumando com eles até a cozinha.

— Medo de quê? — Guilherme riu.

— Vocês não são santos, já sabem do que eu quero dizer.

— Bom, de qualquer maneira, eu só te chamei porque a mãe chegou, além disso, a Rosa acabou de ir embora e fez um bolinho pra gente. — Guilherme destacou, sentando-se ao balcão, roubando outro pedaço de bolo. — Tem café também.

— Tudo isso porque eu estou tentando manter a forma. — Gregório reclamou de brincadeira, indo lavar as mãos.

— De onde tirou que precisa emagrecer? Aquele homem não está colocando essas ideias na sua cabeça, está? — Valquíria inquiriu, mudando a tonalidade da voz.

— Não, mãe, o Otávio não me diz nada desse tipo. — Enxugou as mãos, em seguida pegando um pequeno prato de sobremesa para se servir do bolo. — E eu não falei que quero emagrecer, eu só não quero engordar.

— Acho bom. — Ela sentou-se ao lado do filho recém-chegado. — Se algum dia ele te disser algo do tipo... Deixa quieto, não quero te aborrecer novamente.

— O quê? — O filho mais velho estranhou.

— Eu não quero mais te botar contra ele, eu perdi a razão aquele dia e repito isso quantas vezes forem necessárias.

— Não se preocupe. — O gerente sorriu, tentando demonstrar que não havia guardado rancor.

— Saiba que nós, mães, falamos muitas coisas que não queremos na grande parte das vezes...

— Eu sei disso. — Gregório concordou. — Eu também faço isso.

— Quem será que é? — Guilherme perguntou, curioso, ao ouvir o interfone. — Vou lá ver, já volto.

Ele retirou-se da cozinha para conferir a câmera de segurança e só voltou para o mesmo cômodo, quando já estava acompanhado por alguém. A presença de Otávio não era esperada e surpreendeu a todos, inclusive seu próprio namorado.

— Amor, o que tá fazendo aqui? — Gregório indagou, recebendo um rápido beijo dele.

— Como estava no carro voltando e vi sua mensagem, decidi vir direto pra cá. — Respondeu.

— Quer bolo, Otávio? Tem café também. — Guilherme ofereceu.

— Não, eu agradeço, agora mesmo já tomei um lanche da tarde. — Falou ao cunhado, logo encarando a sogra. — Boa noite, Valquíria, como está?

— Estava melhor. — Ela rebateu, sem negar o descontentamento.

— Mãe... — Gregório chamou-a em voz baixa, como se a repreendesse.

— Eu disse que evitaria aborrecimentos e não que seria amigável. — Valquíria olhou para o filho mais velho e depois para o caçula.

— Se é isso que eu entendi, todo esse incômodo é por minha causa, não é? E olha que eu mal cheguei. — Otávio cruzou os braços, falando pacientemente. — Eu não tenho medo da sinceridade não, Val, eu até gosto, mas eu acharia ainda melhor que depois da nossa conversa no meu apartamento, você me tratasse pelo menos cinco minutos como um ser humano digno de respeito. Podemos fazer esse acordo?

— Que conversa? — Gregório inquiriu, curioso.

— Eles não te contaram, não? — O namorado devolveu. — Eu não me surpreendo com isso.

— Por que "eles"? — Olhou para todos ao redor.

— Seu irmão e a sua mãe foram anteontem no meu apartamento para terem uma conversa séria sobre aquela discussão que tivemos. Inicialmente era para todos nós fazermos um acordo de paz e sermos felizes para sempre, mas já deve imaginar que não deu certo. — Otávio revelou, irônico.

— Por que não me contou isso, Gui? — Indagou ao irmão, sem acreditar.

— Eu achei que ele já teria contado, principalmente porque foi ele quem fez o convite. — Guilherme confessou.

Gregório novamente virou-se e encarou Otávio, fazendo com que ele abrisse a boca novamente.

— Eu já disse que eu queria tentar conciliar todas as coisas, conversar civilizadamente com a sua mãe...

— Ele não queria conversar civilizadamente, se quisesse não teria me chamado de víbora! — Valquíria se exaltou.

— Você fez o quê? — Gregório novamente se volta para Otávio. — Você disse isso mesmo?

— Eu não vou mentir, eu disse, mas você sabe muito bem o tipo de coisa que a sua mãe é capaz de dizer, o Guilherme estava lá, ele é testemunha.

— Por favor, não me metam nisso de novo, não. — O caçula falou, com a boca cheia de bolo.

— Eu não disse nada além do que você merecia! — A mulher se defendeu.

— Parem! — O gerente abriu os braços, interrompendo-os. — Olha, eu convivi com ela grande parte da minha vida e sei bem o tipo de coisa que a minha mãe diz, mas nada do que você fale pode justificar uma ofensa desse nível!

— Eu concordo. — Valquíria se recompôs. — Eu sei que eu posso ter a língua afiada, mas eu não digo nada à toa, se eu falei foi porque eu achei que você bem mereceu!

— Ela falou claramente que não queria a gente junto, você acha isso certo?! — Otávio enfrentou o namorado.

— E eu continuo não querendo!

— Parem! Vocês estão agindo como crianças! — Gregório se alterou novamente. — O que o Dante diria se estivesse aqui, hein? Acharia bonito isso?

— Seria diferente, o meu marido jamais deixaria que falassem dessa maneira comigo. — Valquíria respirou fundo.

— Nisso eu concordo, é muito errado vocês ficarem assim um com o outro. — O gerente pareceu ainda mais desapontado, olhando no fundo dos olhos do namorado. — Olha, amor, já foi tão difícil fazer com que o meu pai se acostumasse com a ideia de ter você como genro, por favor, não o decepcione.

— Para começo de conversa, você está se preocupando demais com o que todos estão dizendo, sendo que você disse que jamais faria isso, outra coisa, o Dante não é seu pai! — Otávio deixou o ódio lhe dominar. — Ele é o pai do Guilherme, se conforme com isso!

Valquíria arregalou os olhos, não acreditando no que tinha ouvido, Guilherme também parecia em choque e Gregório esperou alguns segundos para que toda a informação fosse absorvida, enquanto sentia seu sangue subir para a cabeça, ameaçando estourar uma veia em sua testa.

— Primeiramente, eu não me importo mesmo com o que pensam de mim... Mas eu me importo com o que a minha família pensa de mim! Eu não tenho culpa se você não sabe o que é isso! — O gerente atingiu uma tonalidade que nenhum deles ali presentes já tinha ouvido antes, onde Otávio podia até mesmo sentir as gotas de saliva em seu rosto pelos gritos dele. — E o Dante me criou com todo amor do mundo, ao contrário do seu pai, que mesmo biológico, foi um completo imbecil!

Não pensou nas consequências de suas palavras, nem mesmo se elas ativariam um gatilho emocional dentro do namorado ou não. Gregório não se sentiu mais aliviado por aquilo, pelo contrário, seu peito apertou no mesmo instante, principalmente ao ver a expressão derrotada a sua frente, ele realmente tinha conseguido destruí-lo.

— Eles conseguiram o que queriam. — Otávio afirmou, antes de dar dois passos para trás, demostrando que estava prestes a ir embora. — Nós não temos mais nada, Gregório.

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