Capítulo 24 - Cinco Sentidos.

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Capítulo 24 — Cinco Sentidos.

— Você é um bom piadista. — Francisco riu.

— Eu não brincaria com isso, você sabe. — Gregório reafirmou. — Mas eu te entendo se você achar que é demais por enquanto.

— Não! Por favor! — Exclamou, pegando em seu braço, não querendo que ele voltasse atrás. — Me desculpa pelo meu jeito, é que eu achava justamente que você jamais aceitaria uma coisa dessas... Foi por isso que eu fiquei receoso em te dizer.

— Você é inseguro demais, Francisco. — Gregório sorriu. — Quando vai entender que eu gosto de ficar ao seu lado?

— Não fala esse tipo de coisa... Senão vou começar a gaguejar e não vai dar certo. — Falou, roubando uma risada gostosa do gerente. — Ei... Eu sei que você já disse que queria se aproximar de mim, mas eu ainda tô meio sem acreditar, você gosta de mim? Tipo, gosta mesmo?

— Olha, Francisco, eu quero ser sincero com você. — Iniciou. — Sei que você sabe o que eu passei e eu fico feliz com isso, porque você me compreende. Mas quero reforçar que a sua amizade foi fundamental para que eu ficasse interessado em quem você é.

— Traduzindo... Significa que você tá gostando de mim, não tá? — Abriu um sorriso brincalhão.

— Eu não quero precipitar nada colocando um rótulo do que esse momento significa, mas sim, você já é muito especial pra mim. — Gregório se deliciou com a expressão satisfeita do outro.

— Já é mais do que suficiente. — Francisco pegou sua taça na mesa, para enchê-la. — Vai querer mais vinho?

— Por enquanto, não.

Se abraçaram no sofá outra vez e voltaram sua atenção à televisão, mal percebendo a hora passar. Quando notaram que já se aproximava das três da manhã, acabaram o que estavam vendo e se entreolharam, com Francisco bocejando em seguida, indagando:

— Você quer assistir mais alguma coisa? Eu estou com um pouco de sono, mas se quiser a gente assiste.

— Por mais que eu queira, acho que também não vou aguentar.

— Então eu vou ajeitar as coisas e procurar alguma roupa pra te emprestar, aí você fica mais confortável. — Levantou-se do sofá, com ele seguindo-o até a sua suíte. — Bom, aqui é o meu quarto.

— Você tem bom gosto. — Gregório passou os olhos por todo o local, vendo uma escrivaninha organizada e tons claros de móveis.

— Eu não sou muito criativo, então todas as decorações, como os quadros, o abajur ou até mesmo esses vasinhos decorativos, tudo foi presente, algumas coisas minha mãe me deu e outras o Guto... — Francisco explicava enquanto ia ao seu guarda-roupa, procurando uma roupa confortável para o convidado. — Olha, tem esse pijama aqui. Vê se fica bom e me fala. Eu vou deixar você se trocar...

— Obrigado, Francisco. Nem precisava disso, mas eu agradeço a gentileza. — Gregório recebeu o pijama, vendo Francisco esboçar um sorriso tímido, deixando-o curioso. — O que foi?

— Nada... — O estagiário tentou amenizar a vergonha que sentia, encarando-o.

— Me fala, eu sei que você está pensando em alguma coisa. — Aproximou-se do rapaz, puxando-o para se sentar ao seu lado na cama.

— É que eu tô feliz, só isso, eu estou gostando da sua companhia aqui, nem parece real. — Falou, olhando para as próprias mãos, vendo os dedos de Gregório apoiarem sobre os seus.

— Eu também gosto de estar aqui. — Uniu suas mãos. — Espero que não tenha me achado precipitado demais, eu só fiz o que me veio em mente, tentei ser espontâneo como você.

WorkaholicWhere stories live. Discover now