Capítulo 15 - Descobrindo.

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Capítulo 15 — Descobrindo.

— Claro, pode falar. — Francisco arregalou os olhos, era nítido o brilho em seu olhar.

— Venha comigo, por favor. — O gerente pediu.

O estagiário seguiu-o até sua sala, onde nunca imaginou que entraria. O local era exatamente como pensava, com cores iguais ao do restante do andar, com móveis brancos e pretos e uma mesa extremamente organizada. Com a porta encostada, foi indicado para sentar-se na cadeira em frente à mesa, onde Gregório sentou-se ao lado, ao invés de distanciar-se.

— Então, Francisco, nós não tivemos um tempo apropriado para falar a respeito do que aconteceu, não é?

— Na verdade, só queria você pudesse me desculpar e que esqueça tudo o que eu disse, fui grosseiro. — Falou, sem encará-lo.

— Espera, espera. — O gerente interrompeu-o educadamente. — Eu te chamei aqui para dar um ponto final nisso tudo, então sim, de certa forma terei que relembrar o que aconteceu.

— Eu prefiro outro tipo de castigo, um que seja menos constrangedor, como andar pelado no meio do escritório. — Sugeriu, com a testa franzida.

— E isso é menos constrangedor? — Gregório riu, onde Francisco teve que se esforçar para não se derreter com o som de seu riso. — Você não precisa se envergonhar ou ter medo de mim.

— Me desculpe, mas vou ter que discordar, não tem como.

— Tudo bem, eu entendo. Mas eu sei que eu tenho uma parcela de culpa nisso tudo, eu te dei a liberdade de tais pensamentos, eu acredito que quem atravessou a barreira do relacionamento empresarial primeiro, foi eu.

— Não, por favor, não se culpe. — Francisco pediu. — Eu me conheço desde sempre e eu sei bem o tipo de pessoa que sou e... Posso ser sincero com você?

— Claro que pode, estamos aqui pra isso. — Falou, em tom de voz compreensivo.

— Dessa vez eu fui longe demais, porque acredite, isso nunca aconteceu antes, então eu não sabia como agir, todas as vezes que eu me interessava por alguém, a pessoa nunca se aproximava ao ponto de eu perder o controle das idiotices que eu falava, então... Sei lá, não sei o que deu em mim.

— Eu entendo, sério mesmo. — Gregório cruzou as pernas. — Mas a questão é a seguinte, Francisco, nós dois tivemos um pouco de culpa nessa situação constrangedora. E por mais que a minha palavra não vai mudar, porque eu continuo compromissado e amo o meu namorado...

— Sim, sim, sei disso. — Interrompeu-o rapidamente.

— Eu quero que saiba que, de certo modo, você foi uma pessoa especial na minha vida também, você agregou coisas que eu jamais imaginei quando fechamos o contrato de estágio.

— Como assim?

— Você não tem receio para dizer o que pensa, eu admiro isso, a maioria das pessoas são fechadas nesse âmbito. — Gregório observou. — Você também aprende rápido, isso é uma bela virtude.

— Eu realmente estou gostando muito da minha experiência aqui, vai ser uma pena ficar tão pouco.

— Bom, se você continuar a demonstrar o seu grande trabalho como está fazendo hoje, muito provavelmente terá uma vaga aqui conosco.

— Seria uma grande oportunidade, mas ainda assim, mesmo se eu recebesse a proposta de ser efetivado, eu não sei se conseguiria permanecer.

— Não vai me dizer que é por conta disso tudo, é? — O gerente encarou-o.

WorkaholicWhere stories live. Discover now