Capítulo 43 - Sozinho.

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Capítulo 43 — Sozinho.

Francisco sequer conseguiu pensar ao ouvir um disparo, sentia seus ouvidos latejarem e zumbirem após o estrondo do revólver. Seu corpo todo estava anestesiado e apenas soube que não tinha sido atingido quando foi recuperando sua audição e sentindo seu coração palpitar ansioso, entendendo que nenhum local em si doía.

— Isso foi um aviso pra você não tentar nenhuma gracinha. — Otávio falou, após o tiro ao lado.

Ainda ofegante, Francisco retraiu-se mais, com sua venda sendo tirada.

— Onde eu tô? — O estudante indagou, ouvindo cães por perto latirem assustados.

— Não interessa. — Falou seriamente. — E pra deixar bem claro, se o que acontecer aqui vazar para as autoridades, você tá ferrado. Não só você, como sua mãezinha querida, Vanderléa. E sua irmã, Beatriz.

Ao ouvir aqueles nomes, Francisco estremeceu. Não sabia o que ele faria, tentando raciocinar para saber o que ele queria consigo. Tentou se concentrar no fato de que ele o pretendia deixar sair dali, embora não tivesse certeza de como.

•••

Gregório raciocinou, decidindo procurar por Francisco, não queria envolver ninguém em suas preocupações, mas se o que pensava fosse verdade, tinha que ir o mais rápido possível à casa do estagiário para tirar suas próprias conclusões.

Entrou rápido em seu carro, pressentindo que ele estava em perigo. E para sua sorte, as ruas em pleno sábado não estavam movimentadas, onde dirigiu por poucos minutos até chegar em seu destino, descendo com pressa.

Em sua mente, ainda correlacionava a informação passada por Maximiliano com o fato de Francisco não estar em casa. Caso o estagiário ainda estivesse desaparecido, iria atrás de Otávio para ter certeza de que ele não estaria aprontando.

Queria saber se o que Max havia dito seria realmente verdade, pois se era somente a si que Otávio obedecia, aproveitaria todo aquele tempo que foi enganado por ele, para agora entrar em seu jogo.

O portão da casa do estudante estava apenas encostado e, ao entrar, logo encontrou o irmão na sala, enquanto Augusto desligava o telefone, com Guilherme permanecendo calado, como se ele não estivesse ali.

— Vocês ainda não acharam o Francisco? — Gregório insistiu, se aproximando deles.

— Não. — Augusto suspirou.

— Eu estou preocupado com ele... — O gerente assumiu, envergonhado.

— E desde quando você se preocupa com alguém além de você? — Conseguiu roubar uma resposta do irmão.

— Olha, Gui... Você tá totalmente certo. — Fez uma pausa. — Eu sei que eu sou um imbecil egoísta, mas eu posso ajudar...

— A última pessoa que viu o Francisco foi o irmão dele, o Fabrício. — Augusto falou, ainda com o celular em mãos. — Os dois discutiram essa manhã, depois disso o Fabrício foi embora e a hora coincide com o horário que o Gui ouviu os gritos dos dois hoje. Estou me sentindo um detetive.

— Por favor, nem me fale essa palavra. — Gregório reclamou, em voz baixa.

— Por quê? — Augusto quis entender.

— Nada... — O gerente disfarçou. — Mas e aí? O Francisco está com o irmão?

— Não, o irmão tá na casa da mãe deles. Eu não queria preocupar a Dona Vandinha, mas a velha já tá desesperada. Tentei inventar algo para não preocupar tanto ela, mas foi impossível.

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