Capítulo 46 - Proximidade.

602 62 5
                                    

Capítulo 46 — Proximidade.

Francisco se despediu de Gregório assim que ouviu Guilherme bater na porta para entrar. Indo para o corredor, encontrando-se com Augusto do lado de fora, que deixou que o namorado fosse ver o irmão sozinho, puxando o amigo para conversar.

— E aí, Fran? Do que conversaram?

— Ah, nada demais. — Ergueu os ombros.

Augusto não sabia se acreditava naquela resposta, mas queria dar a privacidade que ele precisava, até porque não sabia se aquele assunto seria sensível demais para o amigo. Ainda estava curioso para saber qual era a relação que ele e Gregório teriam no momento, mas tinha que respeitar o espaço deles.

— Entendi... — Falou, um pouco decepcionado. — Quer que eu te leve pra casa agora? Ou vai ficar mais um pouco?

— Eu fico mais um pouco com vocês e mais tarde eu vou. — Francisco sorriu, simpático.

Augusto continuou ao lado de Francisco, enquanto Guilherme ficava na sala com o irmão por um tempo, até outra pessoa chegar apressada na recepção para vê-lo.

•••

— Gabi! — Gregório surpreendeu-se com a chegada da amiga.

— O que tá aprontando aqui, hein? — A mulher bem-humorada riu, indo em direção a maca.

— Gente, vou deixar vocês conversando e volto depois. Me chamem se precisarem. — Guilherme informou.

— Tá bom, Gui. — Gregório confirmou, vendo-o sair da sala.

— Ei... — Gabriela abaixou-se na sua altura, dando-lhe um beijo na bochecha. — Como você tá? O que tá sentindo agora?

— Ah, eu tô bem... — Ergueu os ombros, vendo uma carranca se formar no rosto da amiga. — Na verdade, não sei nem porque tenho que ficar aqui em observação, já até posso voltar pra casa.

— Gregório. — Falou seriamente. — Fala sério, vai. Você até pode estar bem agora, mas o que o Gui me disse do que te levou a ser internado me preocupou demais... Eu sabia que você gostava de trabalhar, mas não imaginei que fosse mesmo um workaholic. Isso é perigoso, Greg.

— Calma, não é nada demais, foi só um susto, prometo que vou me alimentar melhor daqui em diante... — Tentou amenizar a situação.

— Não, você não entendeu, não é esse o ponto. — Ela reforçou, pegando a mão dele. — Você precisa de ajuda, sabe disso, não sabe?

— Eu sei, Bibi, mas eu... Você tem que entender a minha situação, você sabe bem o que aconteceu. — Entristeceu-se. — Só hoje o Gui me perdoou pelo que eu fiz... Sem contar de todas as outras coisas que eu me arrependo... Eu só quis esquecer de tudo isso por um momento e trabalhar sempre foi o que me distraía de todo o resto.

— Mas você não podia assistir um filme e se entupir de sorvete como qualquer pessoa normal? — Ela brincou, conseguindo roubar uma risada baixinha dele. — Mas eu suponho que um dos seus arrependimentos veio te ver aqui hoje...

— Você viu o Francisco lá fora? Ele ainda não foi embora? — Perguntou, esperançoso.

— Vi sim. E do jeito que você perguntou por ele agora só me confirma o que eu tava pensando. — Ela debochou. — Mas eu achei que vocês não estavam se falando mais.

— Eu me desculpei com ele hoje, naquele dia ele estava estressado demais pra me ouvir, então...

— Se desculpou pelo que aconteceu com o Otávio ou sobre terem terminado?

WorkaholicOnde as histórias ganham vida. Descobre agora