Capítulo 10 - Desiludindo.

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Capítulo 10 — Desiludindo.

— Ei... — Otávio murmurou, enquanto distribuía beijos no pescoço do namorado.

— Hum? — Gregório indagou, grunhindo, se mexendo na cama.

— Bom dia. — Deu-lhe um selinho. — Eu estava pensando em uma coisa.

— Fala. — Sentou-se, se espreguiçando.

— Já faz um tempo que você não dá um pulinho lá na chácara... O que você acha de ir hoje?

— Hoje?

— É. — Otávio confirmou.

— Ah, eu estava pensando em passar a tarde na mamãe, queria aproveitar que meu pai está aqui.

— E se você os chamar também? Vamos todos juntos.

— Bom, eu não sei...

— Essa cara não me engana, está com medo do que sua mãe pode falar dessa vez, não é?

— Não é bem isso, é só um receio, está tudo bem agora e eu não quero que nada estrague. — Gregório falou, apreensivo.

— Não custa nada convidar eles, chame seu irmão também, passar um dia ao ar livre vai fazer bem a todos.

— Tudo bem então, mas você convida.

— Por que eu? — Otávio inquiriu, rindo.

— É bom que você se acostume a conversar com a minha mãe, não quero ter que ser intercessor de vocês dois sempre

— Ok, é justo. Eu ligo.

•••

Valquíria desceu da caminhonete de passeio do marido, tinha se preparado calçando um sapato fechado e baixo. Colocou os óculos de sol e olhou ao redor do terreno, muita coisa havia mudado ali desde sua última visita.

A chácara de Otávio era equivalente a dois hectares, sendo metade dela separada para a indústria de blocos de cerâmica e armazenamento da mesma, e a outra metade para a casa onde Otávio passava as férias e alguns de seus finais de semana. Por mais que fosse mais vezes para lá durante a semana, não conseguia relaxar na casa por não conseguir separar o trabalho do descanso, durante a semana era somente a indústria que importava.

Dante acompanhava o filho e o genro pelo caminho de pedra que dava até a área da casa, observando os canteiros de flores bem cuidadas na região. Valquíria andava com eles, deixando o seu olhar crítico para cada canto que olhava, via a extensão da chácara e uma curiosidade batia ao olhar para a indústria ao longe.

— Otávio. — Ela chamou.

— Diga. — Afirmou, abrindo a porta de entrada.

— Quantos funcionários mesmo você disse que tinha?

— Atualmente, cerca de quarenta.

— É uma boa quantia. — Dante se surpreendeu.

— É mesmo. — Ela lançou outro olhar observador para dentro da casa quando entraram.

— Você redecorou, não foi? Eu não me lembro desses móveis. — Gregório deixou a mochila que carregava sobre uma das poltronas de couro da sala de recepção.

— Tem um tempinho. — Otávio abraçou o namorado pelas costas. — Você gostou?

— Adorei. — Gregório beijou-o discretamente.

— Então, estão com fome? Querem um café? — Perguntou aos convidados, ainda envolvendo o gerente com seus braços.

— Eu aceito. — O namorado riu.

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