Capítulo 41 - Afronta.

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Capítulo 41 — Afronta.

Viu o irmão deixar todas as roupas para trás, vendo-o correr para longe, saindo de casa mais rápido do que conseguiu se desculpar com ele. Gregório caminhou pelo corredor lentamente, incrédulo, não acreditando no que tinha feito, vendo Otávio encostado em uma das paredes, tendo ouvido toda a discussão.

— O que foi que eu acabei de fazer? — O gerente inquiriu, estático.

— Você tentou me defender, apesar de não precisar disso. — Otávio afirmou, indo abraçá-lo.

— Eu deveria ter ido atrás dele. — O gerente sentiu os braços dele em suas costas, confortando-o. — Deveria ter pedido desculpas.

— Se serve de consolo, vocês não conseguiriam resolver nada nesse estado de choque.

— Você não está entendendo... Eu nunca bati no Gui, nunca. — Gregório afirmou, com voz trêmula. — Tirando as vezes que a gente brincava de lutinha quando criança, mas fora isso, nunca.

— É horrível machucar quem a gente ama. — Otávio falou, sentindo a respiração dele em seu ombro. — Eu sei muito bem como é isso.

— Então era assim que você se sentia? — O gerente afastou-se o suficiente para encará-lo.

— Eu ficava péssimo, não conseguia me perdoar. — Falou, suspirando. — E isso estava fora do meu controle.

— É um horror, eu não sei o que deu em mim...

— Me abraça. — O empresário enlaçou-o mais uma vez. — Vai ficar tudo bem, eu prometo.

•••

Guilherme estacionava o carro após dirigir com dificuldade, enquanto enxugava os olhos na barra da camiseta, assim descendo com pressa. Abriu a porta com a chave reserva da casa do namorado e assim que entrou, pegou-o de surpresa.

— Voltou rápido, esqueceu alguma coisa, Gui? — Augusto viu-o chegar, notando sua expressão em seguida.

— Guto... — Murmurou, choroso. — Eu sei que você não estava esperando uma resposta tão rápida, mas eu posso vir morar com você? Tipo agora?

— É claro que sim... — Afirmou, enquanto o caçula abraçava-o. — Mas o que aconteceu? Por que essa cara?

— O Greg... — Soluçou. — Ele... Ele tá com aquele imbecil do Otávio! Ele não é mais a mesma pessoa! Ele se tornou aquele cara!

— Calma, calma. Me fala o que aconteceu. — Pediu, acariciando os cabelos dele, sentindo-o respirar fundo.

— O Greg me deu um tapa. — Guilherme murmurou.

— Ele te bateu?! — Assustou-se.

— Sim. — Falou, manhosamente. — E não foi um simples tapa, foi um tapa com raiva, só porque eu não estava feliz com o Otávio ali e ele demonstrou que estava defendendo esse cara quando me bateu... Eu não sei mais quem é ele, porque meu irmão, ele não é mais.

•••

Francisco chegava do dia de treinamento cansado, somente querendo seu sofá. Era bom conhecer o pessoal novo, gostava das novidades. Mesmo vendo que algumas pessoas não eram muito sociáveis, sua equipe não era de todo modo ruim.

Se jogou com as pernas para cima, passando alguns minutos nas redes sociais. Sua curiosidade falou mais alto quando se lembrou de uma pessoa que há tempos não conversava. Vasculhou o perfil dele e, não contente, curtiu algumas fotos recentes do antigo paquera.

Não demorou para que seu celular começasse a tocar, surpreendendo-se ao ver uma chamada dessa mesma pessoa, não imaginando que o atingiria tão rapidamente.

WorkaholicWhere stories live. Discover now