Capítulo 19 - Dor.

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Capítulo 19 — Dor.

Chegando em casa da faculdade há pouco tempo, Francisco deitou-se ao sofá com o celular em mãos, em uma chamada de vídeo com o rapaz que o papo lhe agradava, não só o papo, como a aparência.

— Ai, Rafa, só você pra me animar depois das aulas de hoje. — Francisco sorriu, colocando os pés para o alto, sem deixar de olhar para a tela do celular.

— Eu poderia te animar bem mais se tivesse aí. — Rafael abriu um sorriso sugestivo. — Quando eu vou te ver de novo?

— Por mim você já estaria aqui agora. — Mordeu suavemente o lábio inferior, encarando o rapaz charmoso, donos de cabelos e olhos castanhos. — Nesse fim de semana você tá livre?

— Eu queria estar, mas sábado é o aniversário da minha mãe e vamos pra cidade vizinha, vou ficar até domingo na casa da minha avó... Você poderia ir comigo se quisesse.

— Não é cedo demais pra eu conhecer a sua família? — Francisco brincou.

— Bom, não foi nesse sentido que fiz o convite, mas caso já queira algo sério, eu não vou hesitar. — Devolveu a brincadeira, rindo com ele.

— Olha, eu posso dizer essas coisas brincando, mas eu gosto mesmo de você, Rafa. — O estagiário afirmou. — Qualquer outra pessoa teria receio de fazer esse convite para uma ocasião tão íntima e gostei disso em você.

— Ah, sei lá, eu não gosto de enrolação, essa é a verdade. — O rapaz concordou com ele, sorrindo. — Eu fui sincero desde o início dizendo que eu tinha me interessado mesmo por você.

— Sei... — Francisco esboçou outra expressão brincalhona. — Foi o meu beijo que te enfeitiçou, não foi? Pode falar.

— Ok, assumo, foi sim! — Gargalhou.

— Ninguém mandou elogiar o meu beijo, assim eu fico me achando.

— Mas é verdade, você beija bem demais. — Rafael pareceu levemente envergonhado. — Quero só ver o que mais você pode fazer com essa boca.

— Eu não tenho aula na quinta, sabia? — Francisco sugeriu, fazendo o rapaz soltar uma risada gostosa.

— Na quinta tá ótimo pra mim.

— Onde você tem vontade de ir?

— Não sei, a gente pode comer alguma coisa e resolver pra onde ir depois. — Rafael analisou. — Só não dá pra ir pra minha casa, meus pais não nos deixariam em paz.

— Não sei se já te falei, mas eu moro sozinho... Eu não sei o que você acha, mas é uma opção. — Francisco continuou. — Sem segundas intenções, claro.

— Eu não tenho nada contra às segundas intenções. — Falou, fazendo o estagiário erguer uma das sobrancelhas, sorrindo maliciosamente.

•••

Após chegar da casa de Augusto, Guilherme deixou suas chaves sobre a mesa de centro da sala, procurando por Gregório, vendo a luz de seu escritório ligada. Em outro momento não o interromperia, mas como já passava da meia-noite, decidiu ver se o irmão precisava de ajuda com algo.

Sentiu pena de Gregório quando antes mesmo de chegar à porta, viu-o debruçado sobre a mesa, dormindo com o rosto em meio a papéis. Aproximou-se dele e tocou-lhe o ombro, chamando:

— Greg... acorda.

— Hum? — O irmão levantou o rosto, esfregando os olhos.

— Vai dormir na cama. — Guilherme aconselhou.

WorkaholicWhere stories live. Discover now