Capítulo 49 — Estrutura.
A festa continuou e Francisco não se separou de Gregório, mesmo enquanto reabastecia os aperitivos e pegava mais gelo. O gerente lhe ajudava com os afazeres de auxiliar do anfitrião e, enquanto arrumava tudo, não deixavam de conversar.
Receberam a companhia do aniversariante em alguns momentos e permaneceram próximos o restante da noite. Era bom estarem juntos e se sentiam bem, com os assuntos fluindo e as horas voando.
A maior parte dos convidados já tinha ido embora quando Augusto se aproximou do amigo e o cunhado, interrompendo-os:
— Fran, a gente exagerou na comida, mesmo dando para o pessoal levar, já não tem mais espaço na geladeira pra guardar aqui... Teria como você levar umas coisas lá pra sua casa?
— Posso levar sim, só não prometo devolver tudo. — Sorriu brincalhão.
— Tá bom, vou te trazer os potes. Vou pegar um pouco pra você levar também, Greg. — Augusto afirmou, se retirando novamente.
— Eu acho que já vou indo, então. — Gregório declarou, colocando as mãos no bolso.
— Foi legal conversar com você hoje... — Francisco afirmou, desviando o olhar por um segundo.
— Foi mesmo.
Permaneceram em silêncio por alguns segundos antes de Augusto voltar, quase sem conseguir segurar tudo, tentando equilibrar todos os potes nos braços. Francisco ajudou-o e Gregório também participou, dividindo o peso com ele.
— Eu te ajudo a levar. — O gerente indicou, já com os potes em mãos.
Francisco agradeceu e despediu-se do amigo, indo para sua casa, acompanhado de Gregório. Apoiou o excesso de coisas na perna para abrir o portão e entrou, ligando as luzes e indo para a cozinha com ele.
— Não repara a bagunça, tá? — Francisco riu baixinho, deixando as coisas sobre a mesa.
— Que bagunça? — O outro respondeu, sorrindo. — Sua casa é sempre arrumadinha, você é caprichoso.
— Ah, mas só porque você vinha me visitar. — Abriu a geladeira, organizando o interior para abrir o espaço. — Você pode ir me passando os potes? Os maiores, primeiro.
— Aqui. — Começou a entregar, por ordem.
— Obrigado. — Recebeu-os, abaixando-se na altura das prateleiras, enquanto arrumava tudo.
— Quer ajuda? — Ofereceu, enquanto ia entregando os próximos.
— Não, tá dando certo aqui. — Levantou-se. — Mais um.
— Aqui.
— Obrigado, foi tudo o que dava. Esses não couberam e como você precisa levar um pouco, são seus. — Finalizou e deu as últimas embalagens nas mãos dele.
— Tudo bem, eu levo. — Segurou-os, sorrindo. — Obrigado.
— Sabe? Você deveria vir mais pra cá, quer dizer, eu sei que faz tempo já que... você sabe, que a gente não conversa mais. — Sugeriu, fechando a geladeira.
— Eu acho que não seria uma boa ideia. — Protestou, vendo que o outro mudava a expressão. — Me desculpa, eu sei que você não queria ouvir isso e que você só queria ser educado, mas eu acho melhor não...
— Tudo bem, Greg. — Engoliu em seco, desfazendo o sorriso. — Fica tranquilo.
— Você não percebeu? — Gregório perguntou, preocupado.
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Workaholic
RomanceGregório é um executivo de notável sucesso financeiro atribuído a trabalho duro. Não apenas duro, como também excessivo. Diante das complicações de sua vida pessoal, Gregório não percebe que se tornou um Workaholic e que usa seu ofício para fugir de...