Capítulo 20 - Ordem.

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Capítulo 20 — Ordem.

Gregório deu um passo para trás, assustado, não querendo encará-los, o constrangimento que o dominava era tão grande a ponto de não querer abrir a boca, não queria sequer ousar em dizer a causa daquele hematoma.

— Foi um assalto? Tem alguém lá fora? — Dante insistiu, percebendo o desespero nos olhos do filho. — Fala, Gregório!

— Dante, se acalma, deixa ele respirar um pouco. — Valquíria recuou, com medo de que o filho se sentisse pressionado demais, não vê que ele ainda está em choque?

— Eu não vou ficar calmo enquanto ele não me disser! Olha a cara dele! — Apontou, enquanto Gregório dava as costas, segurando as lágrimas.

— Vem cá, meu amor. — Valquíria andou até o filho mais velho, tentando puxá-lo para um abraço, porém, foi evitada por ele.

— Eu só quero entender o que está acontecendo! — Dante continuou, vendo que Guilherme parecia querer dizer algo.

— Greg... — Guilherme chamou o irmão, em voz baixa, diferente dos pais. — Foi o Otávio que fez isso?

Gregório apertou os lábios, olhando de relance para eles, com seu coração aos pulos, não podia deixar que eles soubessem, sabia que seria um inferno caso descobrissem.

— Ah, eu sabia! — O pai voltou a se exaltar. — Eu desconfiava que tinha o dedo dele nessa história! Fala, Gregório! Ou vai ficar aí em silêncio? — Inquiriu, sabendo que aquele silêncio era uma resposta positiva para o que o preocupava. — Vai defender esse imbecil depois disso?!

— Amor, calma! — Valquíria, colocou-se à frente do marido, querendo afastá-lo do filho.

— Mãe, o papai tem razão, como você quer que ele fique calmo depois do Otávio fazer isso com o Greg de novo?

— De novo? — A tonalidade da voz de Dante saiu fria e grave, com sua expressão tornando-se ainda mais séria. — Como assim de novo? Tiveram outras vezes?

Valquíria tentou disfarçar, olhando para o caçula, que também sabia da situação. No entanto, Dante não deixou que isso passasse despercebido, indagando:

— O que vocês estão escondendo de mim?

— Aconteceu uma outra vez, já faz bom um tempo... — Guilherme, mordeu o lábio inferior, receoso. — Ele nunca mais fez isso de novo, então achamos que tivesse sido sem querer, sei lá...

— E você perdoou isso, Gregório? — O pai quis saber, vendo que ele não responderia tão facilmente.

— Eu sei que o Greg não imaginava que ele seria capaz de fazer isso de novo... Todos nós pensamos nisso.

— E foram por isso que esconderam de mim?

— Foi. — Valquíria permaneceu em silêncio, arrependida.

— Quando foi isso? — Dante olhou para a esposa e o caçula.

— Eu não vou saber te dizer, pai... — Guilherme respondeu, olhando para o irmão em seguida, sentindo seu coração apertar.

— Mas agora o principal é deixar o Gregório descansar um pouco. — Valquíria percebeu que por mais que nada dissesse, o filho ficava cada vez mais desconfortável.

— Isso é o principal? Porque pra mim, o principal é saber o que aconteceu e ir atrás desse infeliz que fez isso e fazer a mesma coisa com a cara dele!

— Dante! — Valquíria bufou.

— Eu não criei filho meu pra apanhar de nenhum canalha! Eu sei que eu não criei nenhum covarde!

WorkaholicWhere stories live. Discover now