Capítulo 5 - Esconderijo.

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Capítulo 5 — Esconderijo.

— Por favor, não comece com as suas gracinhas. — Gregório lhe lançou um olhar amedrontador, rumando para fora.

— O carro tá no estacionamento aqui do lado. — Otávio deu passos rápidos para acompanhá-lo, também saindo. — Ei! Me espera, pra que todo esse estresse?

— Estresse? — O gerente ergueu uma das sobrancelhas, entrando no carro. — É você que estava tirando as suas famosas conclusões desse universo maluco que acontece apenas na sua cabeça e agora eu estou estressado!

— Calma! — Soltou uma risada. — Ficou na defensiva só por causa da piada com aquele carinha?

— Por favor, respeite os meus funcionários. — Colocou o cinto de segurança. — Eu não estou com saco hoje.

— Percebi. — Otávio deu a partida no carro. — Segunda-feira difícil?

— Nem me fala. — Suspirou, passando a mão pelos cabelos.

— Quer falar sobre isso?

— Agora não.

— Quer ir mesmo pra sua casa? — Indagou, olhando para as ruas que atravessava. — Você poderia ficar comigo hoje.

— Nem se eu quisesse, não posso, essa semana vai ser puxada. — Gregório respondeu.

— Tudo bem, não tem problema, eu pelo menos posso ficar com você, Sr. Business?

— Engraçadinho. — Soltou uma risada fraca. — Você sabe que sim.

Chegando em casa, Gregório abre a porta de entrada e deixa suas coisas sobre uma das mesas da sala, puxando o nó da gravata para afrouxá-la, enquanto o namorado jogava-se sobre o sofá, puxando-o também, fazendo-o cair sobre seu colo.

— Pelo que eu percebi, o Gui não chegou ainda, né? — Otávio olhou tudo em volta, agarrando as coxas que estavam nas laterais de seu corpo.

— O que você está pensando em fazer? — O gerente terminou de arrancar a gravata, ainda sem descer de seu colo.

— Você sabe muito bem. — Subiu com suas mãos para o quadril de Gregório, ali puxando sua camisa para fora da calça social. — Aqui na sala mesmo.

— Você sabe que aqui não, ele pode chegar e... — Interrompeu o que dizia para suspirar, sentindo os beijos do namorado estalarem em seu pescoço.

— E?

Antes mesmo que respondesse, o som do interfone tomou conta da sala, onde Otávio bufou, fazendo o namorado rir.

— Eu avisei. — Gregório levantou-se. — Mas é estranho, porque o Gui sempre leva as chaves, será que ele esqueceu?

— Por que você ainda não foi morar comigo, hein? — Reclamou, vendo-o ir olhar a imagem na câmera de segurança.

— Porque você sempre arranja alguma desculpa para me fazer sair correndo no momento que eu tento. — O gerente abriu um enorme sorriso ao ver quem era, indo pegar as chaves com pressa.

— Quem é? — Otávio indagou, ainda no sofá, vendo sua correria.

— A mamãe.

— E o que ela veio fazer aqui? Ela não estava viajando? — Novamente perguntou, vendo que ele já estava longe, assim pegando o controle da televisão.

Gregório voltou para a sala, agora acompanhado da sua chamativa mãe, onde ela esbanjava seu visual sempre refinado e sensual, com seus cabelos negros bem cuidados e olhos castanhos marcantes. A mulher sabia que era elegante mesmo com seus cinquenta anos e que ainda atraía muitos olhares por nunca dispensar um bom decote para ressaltar seu novo par de seios.

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