Capítulo 14 - Solucionando.

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Capítulo 14 — Solucionando.

— O quê? Como assim?! — Augusto quase perdeu a força nas pernas, espantado.

— Não dá mais pra mim... — Ouviu a voz chorosa de Guilherme. — Adeus.

Ainda sem entender a situação, Augusto foi deixado falando sozinho, olhando para o celular que exibia a ligação finalizada. Tentou insistentemente retornar a chamada, até ser contrariado, sendo obrigado a desistir.

Tomou o banho mais rápido de sua vida e vestiu-se sem pensar muito no traje, somente precisava ir correndo vê-lo. Já no carro, saiu pela garagem com pressa, atravessando as ruas de modo irresponsável. Mas razão não era algo que tinha em mente naquele momento, pois somente queria entender o que tinha acontecido.

Estacionou em frente à casa de Gregório, descendo do carro com uma pequena esperança de que Guilherme quisesse recebê-lo. Tocou o interfone e esperou, com sua mente voando longe, tentando imaginar os motivos daquele término surpresa. Já passava pela sua cabeça de que não era bem-vindo quando Gregório abriu o portão para si, convidando-o para entrar.

— Obrigado. — Augusto agradeceu, seguindo-o. — Me desculpe pelo horário.

— Tudo bem, imagino que seja importante. — O gerente agora entrava com ele na sala de estar. — Fica à vontade, vou chamar ele.

— O que você está fazendo aqui? — Guilherme revelou-se na entrada da cozinha, com um olhar nada agradado pela visão de Augusto.

— Pelo que eu vejo, vocês precisam conversar e eu preciso dormir, sejam civilizados, por favor. — Gregório repreendeu o irmão, retirando-se ao seu quarto.

— Pelo visto, não entendeu o que eu quis dizer. — Guilherme voltou a falar, em baixo tom.

— Eu não estou acreditando até agora no que aconteceu, você falou sério? — Augusto encarou-o. — O que houve?

— Não banca o espertinho pra cima de mim.

— A única coisa que você pode estar se referindo é a minha foto de mais cedo, é isso? — Indagou.

— Você acha certo isso que você fez? Sair sozinho com seu amigo pra uma balada sem nem falar comigo? É isso que você acha que o namoro é?

— Você me disse que estaria ocupado, além disso, não saí pra me divertir, pelo contrário, eu só queria que o Fran se divertisse, eu fiz isso pra ajudar ele, se você soubesse como ele estava mal...

— Essa era a única maneira? Ir a uma balada gay para beber no meio da semana? Pelo visto, o Francisco é uma pessoa difícil de consolar.

— Eu entendo completamente o que você está falando agora e, sim, imagino como você se sentiu, mas por que simplesmente não esclareceu tudo mais cedo quando me ligou? Você disse que teria compromissos e eu simplesmente não quis te atrapalhar! Se eu tivesse más intenções, não acha que eu tentaria esconder isso de você ao invés de postar no me perfil pra todos verem, inclusive você?

— Você pode argumentar como quiser, isso é fora do normal pra mim. É errado. — Guilherme bufou, controlando a raiva que tinha dentro de si, passando as mãos pelo rosto para tentar abafar a expressão de impaciência que guardava.

— Olha, eu quero me desculpar sinceramente com você, mas antes disso, quero que saiba que por mais que eu tenha falhado no meu papel de namorado, quero mesmo que entenda o meu lado. Eu não fiz isso pra te aborrecer.

— Sinceramente, eu não tenho ideia do que pensar agora, Guto. A minha decisão ainda parece a melhor, no momento. — Guilherme finalmente aproximou-se dele.

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