Capítulo 25 - Manhã.

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Capítulo 25 — Manhã.

Francisco abria os olhos sem raciocinar nos primeiros segundos, lembrando-se da noite passada em um estalo, virando-se, vendo Gregório dormir relaxado atrás de suas costas.

Falou um palavrão sem que nenhum som saísse de sua boca. Olhando para a expressão sonolenta a sua frente, querendo enchê-lo de beijos, ao mesmo tempo que queria abraçá-lo com força. Pensou em agradá-lo e nada melhor vinha em sua mente do que um belo café da manhã na cama.

Levantou-se e botou sua calça, indo ao banheiro para arrumar-se e ficar decente para quando ele acordasse e o visse. Na ponta dos pés saiu, fechando a porta do quarto com cuidado para que ele não escutasse seus barulhos na cozinha.

Lembrou-se de uma receita de crepe que havia testado poucos dias atrás e pegou tudo o que precisaria, ligando o liquidificador torcendo para que Gregório não acordasse.

Estava mais atrapalhado que o normal, porém motivado para dar o seu melhor, conseguindo fazer os crepes recheados com presunto e queijo sem fazer muita sujeira ou quebrar algo. Picou as frutas que encontrou na geladeira e misturou-as numa tigela, colocando sobre a bandeja, completando com um copo de suco.

Levou tudo para o quarto, pensando que deveria ter aberto primeiramente a porta da suíte antes de sair equilibrando tudo em apenas um braço, mesmo assim, conseguiu entrar sem derrubar nada.

Apoiou a bandeja na escrivaninha e percebeu que Gregório já tinha acordado, parecendo estar esperando por ele, sentando-se na cama ao vê-lo, exibindo um sorriso.

— Bom dia... Eu te acordei?

— Bom dia. Não se preocupa, acordei com meu despertador. — Respondeu, olhando para o que ele havia trazido. — O que é isso?

— É só um agrado, nada demais... — Francisco sorriu como uma criança, colocando agora a bandeja sobre a cama.

— É bem melhor que os meus cafés da manhã costumeiros. — Riu baixinho.

Gregório olhou para a expressão esperançosa do estagiário e em seguida para a bandeja, tendo um calafrio, não dos bons. Olhar para aquela cena tinha lhe trazido uma lembrança nada agradável, conseguindo ver perfeitamente o ex-namorado tentando se redimir, pois era daquela forma do qual Otávio sempre apelava para que ele o perdoasse.

Sem querer demonstrar que estava sem apetite, tomou primeiramente um gole de suco e pediu para que ele comesse consigo. Francisco aceitou e melhor se ajeitou ao seu lado, vendo que Gregório parecia querer lhe dizer algo.

— Me lembrei do que você me disse aquele dia, sobre os seus pais... — O gerente tentou distrair-se do que estava lhe perturbando. — Como é a sua relação com eles hoje?

Francisco roubou um pedaço de morango e fez uma careta pelo sabor azedo, pegando uma rodela de banana em seguida. Não reparou que o gerente não parecia bem, porque por mais que ele parecesse para baixo, imaginou que apenas era timidez pelo que fizeram. Terminou de mastigar e encarou-o, respondendo:

— Então, eu sou bem ligado com a minha mãe hoje, nossa relação é ótima, já com meu pai é inexistente, não me lembro a última vez que conversamos. — Falou, forçando um sorriso em seguida. — E seus pais? Como eles são?

— Também sou bem ligado com minha mãe... E eu tenho uma relação ótima com meu padrasto, que é o pai do Gui. — Respondeu, roubando um pedaço de fruta. — Apesar de não ser meu pai biológico, ele me criou com muito carinho, então não importa, não deixa de ser meu pai.

— Melhor do que ter um pai biológico como o meu... — Suspirou, levemente chateado, logo percebendo que havia trazido um assunto melancólico. — Me desculpa por isso, eu não queria quebrar o clima...

WorkaholicWhere stories live. Discover now