Capítulo 4 - Prosas.

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Capítulo 4 — Prosas.

Francisco não podia deixar aquela descoberta subir a sua cabeça, ainda tinha o restante daquela noite para aproveitar com os amigos. E com a ida de Gregório, teria mais liberdade para conversar com Augusto e Guilherme.

— Sabe o que eu estava pensando? — O estagiário indagou ao amigo.

— O que, Fran?

— Que a gente poderia ir amanhã na churrascaria dos seus pais, que tal? Você vai trabalhar?

— Ah, eu trabalho na parte da tarde, mas de noite é o turno dos meus pais, então fico livre. — Augusto respondeu. — Quer ir, Gui?

— Eu posso? — Arregalou os olhos, feliz com a ideia.

— É claro que sim. — Augusto sorriu. — Vai ser uma boa oportunidade pra você conhecer eles, o que acha? Muito precipitado?

— Não, eu tô ansioso por isso.

Francisco admirou os olhares que aqueles dois trocavam, via o brilho em seus olhos e teve a certeza de que eles realmente se gostavam. Por mais que tivesse os outros colegas para conversar, era impossível o estagiário não se sentir um pouco deslocado, principalmente quando todos os outros também estavam em casais.

Apesar de estar sozinho, o amigo não o deixou de lado, envolvendo-o em todos os assuntos, onde também conheceu melhor Guilherme e soube de seus gostos. Já sabia que aquele era dos seus e que se dariam muito bem, além de ter um grande ponto positivo, que era sobre ser irmão de seu gerente.

Já era madrugada e Augusto tinha bebido pouco, controlando-se porque dirigiria. Foi para a casa com Guilherme e Francisco aproveitou a carona, despedindo-se dos dois no portão de sua casa, vendo que o pretendente de seu amigo também tinha ficado surpreso em descobrir que eram vizinhos.

Guilherme e Augusto passaram a noite juntos, a casa era confortável e do tamanho suficiente para um solteiro. Bem decorada do jeito que podia e agora estava organizada somente porque ele sabia que o rapaz viria para passar a noite, tinha a arrumado com antecedência.

Deixou alguns mimos comprados para ele e que estavam espalhados pela casa. O mais novo reclamava que não precisava que ele se preocupasse tanto, mesmo assim, sempre recebia doces e outros presentinhos. Guilherme tinha vinte e quatro, era sete anos mais novo que Augusto, que tinha a mesma idade que seu irmão, trinta e um.

A idade não era um problema para ambos, que sentiam que tinham sido feitos um para o outro, pois seus gostos batiam e suas personalidades combinavam. E o principal era que os dois gostavam de compromisso e não gostavam de enrolação.

E foi sem enrolação que caíram na cama.

Guilherme acordou com dor de cabeça, sendo envolvido pelos braços do loiro, recebendo beijos no pescoço e rindo com as cócegas. Logo depois sentiu o peso do corpo de Augusto sobre o seu, que mesmo sem escovar os dentes, deu-lhe um selinho.

— Se eu pudesse passaria o dia todo com você aqui... — Resmungou. — Tenho que me trocar para ir para o restaurante.

— Mas eu vou te ver mais tarde, não vou? — Guilherme abriu um sorriso.

— É claro que sim, a menos que você não queira. — Brincou, levantando-se de sobre ele.

— Guto, você tem algum analgésico aí? — Sentou-se na beirada da cama.

— Tá com dor, Gui?

— Minha cabeça tá explodindo... — Reclamou, passando a mão na testa.

— Vou fazer um café pra você, depois que você comer te dou um remédio.

Guilherme recebeu um beijo na testa, primeiramente indo ao banheiro com ele, onde usou a escova de dentes dele emprestada. Tomou o café da manhã e logo depois engoliu o remédio com pressa.

WorkaholicWhere stories live. Discover now