Capítulo 28 - Alívio.

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Capítulo 28 — Alívio.

Francisco e Gregório permaneceram discretos durante a semana que se seguiu, até mesmo as mensagens que trocavam pelo celular eram de teor misterioso, mas inegavelmente de um casal. O estagiário mal imaginava que não era o único a estar sofrendo com aquilo, pois o gerente era o tipo de pessoa que não esboçava o que sentia, simplesmente agonizava mentalmente e não dava brecha para que soubessem o que estava pensando.

E ainda em segredo, se encontraram no fim de semana seguinte, era sábado e Gregório havia ido de táxi para a casa de Francisco, conseguindo sair de casa sem ter que dar satisfações ao irmão. Se sentia adolescente de novo, era até engraçado pensar na adrenalina que tomava conta de si, que não necessariamente refletia um medo de ser pego, só não queria ter que dar satisfações agora.

O gerente foi recebido em meio a beijos e riu com a empolgação do mais novo, que o abraçava e o puxava para dentro de casa com pressa. Se deitaram no sofá, ficando agarrados, somente apreciando a companhia um do outro.

Estavam quietos, apenas curtindo o vento fresco que entrava pelas janelas da sala e trocando carinhos melosos. Mas aquela tranquilidade e o silêncio inquietava o estagiário, principalmente por ver que tinha algo de diferente na expressão do mais velho, algo que não parecia normal.

— Você tá preocupado ou é impressão minha, Greg?

— Só estou um pouco pensativo... — Pontuou. — Mas tá tudo bem.

— Quer desabafar?

— Ah, eu só estava me perguntando o que o Gui pensa quando eu saio assim, sem dizer nada e sem o meu carro... — O gerente revelou, se ajeitando no sofá, ficando de frente a ele.

— Olha... Eu não quero te causar problemas, Greg. Apesar de não querer isso, saiba que caso você queira dar um tempo, tá tudo bem. Não precisa ter a obrigação de vir aqui em casa sempre... — Francisco afirmou, com um sorriso triste no rosto. — Eu vou entender.

— Mas eu quero. Não fale como se você estivesse me obrigando à alguma coisa, eu não quero me afastar de você. — Segurou o queixo de Francisco, espremendo suas bochechas e fazendo-o rir. — E, na verdade, senhor Chico, estou pensando em uma maneira de contar para o Gui sobre a gente... Isso se você quiser que eu conte, é claro.

— É sério? — Falou, após ver ele levar a mão que antes estava em seu rosto, para seus cabelos, lhe acariciando.

— Sim, é sério. — Confirmou, mordendo rapidamente os lábios, recolhendo sua mão. — O que você acha?

— E-Eu... Eu nem sei o que te dizer, é que... — Desviou o seu olhar do dele por um instante. — De verdadinha?

— Sim de "verdadinha". — Riu com o termo usado por ele, vendo-o sorrir como uma criança. — Se você achar que é um passo rápido demais, não tem problema, a gente não precisa contar para as outras pessoas agora.

— Não, mas eu quero! Eu não tô me aguentando na verdade! — Desabafou, surpreendendo Gregório pela tonalidade empolgada da sua voz.

— Por que não me disse então? — O gerente riu com a expressão envergonhada dele.

— Eu não sabia o que você queria, não achei que a gente fosse chegar nesse ponto... Não que tivesse problema no fato da gente só ficar sem compromisso, mas é que contar para as pessoas é um passo importante!

— Eu sei, eu sei. — Gregório concordou, não conseguindo deixar de sorrir com a empolgação dele. — Mas eu quero que você me fale o que acha disso tudo, se vai ficar confortável ou não... Quero que seja sincero, até porque a gente ainda não tá namorando, mas você sabe pode levar a algo mais sério.

WorkaholicWhere stories live. Discover now