Operação Pinguim | ✓

By JulesBraga

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⭐ História ganhadora do Wattys 2019 ⭐ Ana Carolina perdeu o marido de maneira repentina e cedo demais. Ele a... More

Notas Iniciais
São Mariano
01. Pinguim-Azul
02. Benito vs Bentinho
03. Skin
04. Golfinhos
05. Looking Too Closely
06. Orgulho e Preconceito
07. Odisseia
08. Not Today
09. Os Três Mosqueteiros
10. Benito vs Ágata
11. Jogos Vorazes
12. Fiquei Com o Seu Número
13. Urso
14. Crime e Castigo
15. Quando Bate Aquela Saudade
16. Benito vs Tia Júlia
17. Águia
18. Borboletas
19. In My Blood
21. Benito vs Vitor
22. Cachorro
23. Benito vs Aurora
24. Um Bonde Chamado Desejo
25. Benito vs A Culpa
26. Benito vs O Sótão
27. Benito vs A Verdade
28. Elefante
29. Felicidade
30. Rinoceronte
31. Pinguim-Imperador
Epílogo
Notas Finais
Peixes
ESPECIAL DE NATAL

20. Pavão

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By JulesBraga

ANA CAROLINA

Ana estava encarando o espelho com certa apreensão. Mordia o lábio inferior e mexia nos cabelos de segundo em segundo.

Deveria soltar o cabelo? Deveria passar um batom mais claro? Colocar um vestido mais longo? Ou quem sabe colocar uma roupa mais casual?

Definitivamente não sabia mais lidar com encontros. Ela precisava de um tutorial.

— Você está linda, mamãe — Lívia comentou parando no batente da porta do quarto dela.

Ana sorriu e encarou o próprio reflexo. Estava com um vestido preto de alcinhas que ia até metade das coxas, o cabelo estava preso em um rabo de cavalo e um colar delicado pendia em seu pescoço. Os pequenos brincos de prata reluziam nas orelhas e o batom vermelho deixava-a com uma aparência mais sexy.

— Obrigada, querida — ela falou encarando Lívia pelo reflexo do espelho. — Não acha que está muito exagerado? — perguntou apontando para o próprio rosto.

— Está perfeita! — Lívia elogiou sorrindo e se aproximando da mãe.

Ana suspirou e sentou-se na beirada da cama. Deixou que seus ombros caíssem um pouco e fechou os olhos lentamente.

— O que foi? Não está animada? — Lívia questionou confusa pela expressão um pouco desistente da mãe.

— Não é estranho eu estar indo para um encontro? — perguntou abrindo os olhos e encarando o azul oceânico dos olhos da filha.

— Não... — Lívia respondeu sentando-se ao lado da mãe. — Estranho seria passar a vida inteira esperando pelo papai, e nós duas sabemos que infelizmente ele não vai voltar. Você é jovem, cheia de vida e apesar dos pesares nós não somos mais crianças. Daqui dois anos nós estaremos entrando na faculdade e vamos provavelmente nos mudar, isso significa que você vai ficar nessa casa sozinha. E nós sabemos que você não precisa ficar assim. Nós só queremos te ver feliz. E se para transbordar a sua felicidade você precisa de um cara legal ao seu lado, acho justo que comece a ter encontros.

— Às vezes vocês me assustam com tanta maturidade — Ana comentou sorrindo e passando um dos braços pelos ombros da menina e puxando-a para mais perto de si em um abraço carinhoso. — Obrigada, querida.

Ana saiu do quarto pronta para ir ao encontro com Lorenzo, estava sentindo-se insegura como se estivesse indo ao primeiro encontro da sua vida. O que não era muita mentira. Fazia tanto tempo que não se preparava para aquilo que a sensação de estar saindo pela primeira vez como uma adolescente estava crescente dentro de si.

Girava a aliança no dedo nervosamente e ponderava se deveria tirá-la do dedo.

Não... Ainda não estava pronta para isso.

— Uau — foi o primeiro comentário que ouviu quando entrou na sala e sorriu para Nicolas que a encarava com um sorriso largo.

Ela sentiu as bochechas corando e revirou os olhos.

— Arrasou, mamãe! — Helena falou empolgada com um livro em mãos e sentada na poltrona. — O chef vai ficar impressionado!

— E quem não ficaria, não é mesmo? — Nico reforçou ainda sorrindo.

— Eu falei que ela estava maravilhosa — Lívia disse sorrindo convencida e se jogando ao lado de Benito no sofá. — Elogia a mamãe, Bê.

Ana encarou o garoto e ele sorriu dando de ombros.

— Linda, pena que essa arrumação é pra alguém que tem ligação com o imbecil do namorado da Lívia.

— Cala a boca, Benito — a garota respondeu empurrando o irmão rudemente e logo o menino estava pegando uma das almofadas para jogar na irmã.

— Vocês dois, chega! — Ana falou colocando as mãos na cintura e parando de frente com o sofá. — Chega, pelo amor de Deus. Já deu dessas brigas.

A mulher percebeu que Lívia bufou impaciente e Benito revirou os olhos.

— Eu vou indo, vocês se comportem com o tio Nico — orientou enquanto pegava uma bolsa pequena e preta. — E Nico, nada de deixá-los fazer o que quiser.

— Eu nunca deixo, mas depende — ele respondeu sorrindo e dando de ombros.

Nicolas estava de babá porque Ana não estava exatamente confiante que encontraria os três filhos quando retornasse para casa. Poderia também encontrar um elemento a mais chamado Antônio.

— Ok, vamos até a porta para que eu possa te dar orientações de um bom encontro sem os três pares de olhos me encarando — apontou para os três adolescentes jogados no sofá da sala.

— Ei, cuidado com o que vai falar, hein? — Benito resmungou. — Não escuta ele não, mamãe.

— Benito, deixa de ser chato e vai ligando o videogame pra eu ganhar em qualquer jogo que você escolher — Nicolas respondeu dando uma piscadinha e logo acompanhou Ana até a porta.

— Ok, primeiro: você está linda. Deslumbrante — ele falou encarando-a com atenção e ela sentiu o rosto corar mais uma vez. — Segundo: fica em paz em relação aos três mosqueteiros aqui dentro. Nós vamos pedir um lanche, jogar videogames e provavelmente discutir até entrar em um consenso de série ou filme para assistir — Ana riu com o segundo item, conhecia os filhos bem o suficiente para saber que eles demorariam mais de uma hora para decidir o que assistir. — E terceiro: aproveite o seu encontro. Aproveite mesmo. Você merece isso. Lembra do que eu te disse antes, você não precisa escolher alguém para ter um relacionamento sério o resto da vida, mas curta de maneira descompromissada.

Ela sorriu e o abraçou fortemente. Sentia os braços dele em torno da sua cintura e sentia o perfume amadeirado que ele usava sempre.

— Ei, vai lá curtir a vida. Você sabe que eu vou estar aqui te esperando — ele falou no ouvido dela e Ana deixou um beijo na bochecha dele.

— Obrigada — ela falou sincera encarando os olhos dele. — Obrigada por tudo.

Os dois sorriram e Nico passou as mãos pelo rosto e falou com os olhos levemente cerrados:

— Vai logo antes que eu desista de te incentivar e comece uma onda de convencimento para que você fique em casa assistindo filmes e comendo lanches com a gente.

Ela riu enquanto se afastava do amigo e mordeu o lábio inferior.

— Até mais, Nico...

— Até... 

O Gioia era bem localizado em uma rua do centro da cidade de São Mariano. Era semelhante a um bistrô, parecia ser pequeno e despretensioso, mas já havia saído nos melhores rankings de restaurantes do Brasil. Para conseguir uma reserva era burocrático e demorado, mas absolutamente todos diziam que valia a pena graças à excelente comida, ao bom atendimento e ao ambiente acolhedor. Ana nunca tinha estado lá, diziam que o preço era absurdo, mas que compensava o investimento.

O restaurante era dividido em três ambientes: um externo que era muito concorrido nas noites de verão, outro interno e com ares mais familiar e o último ficava no segundo andar da construção, onde se podia desfrutar de uma vista privilegiada da cidade por meio da janela panorâmica.

— Ana, seja bem-vinda! — Lorenzo falou animado assim que ela chegou no estabelecimento. Ele vestia um domo preto e parecia ocupado. — Onde gostaria que fosse nosso jantar especial? — perguntou dando um beijo no rosto da mulher.

— Hum, não sei, qual a dica do chef? — Ana perguntou com um sorriso discreto.

— Sinceramente todos os ambientes são ótimos, mas acho que poderíamos aproveitar a bela vista da cidade no segundo andar — Lorenzo recomendou sem dar maiores chances de resposta e caminhou para dentro do restaurante.

— Ok... — Ana sussurrou para si mesma e se apressou para andar ao lado do homem.

Os dois passaram pela área interna e logo subiram uma escada metálica e vermelha para chegar ao segundo andar.

O primeiro andar e a área externa estavam mais movimentados em comparação ao segundo andar. Lá até a iluminação era mais diminuída para criar um clima mais íntimo.

— Você não faz ideia da quantidade de pedidos de casamento que esse espaço já viu — Lorenzo comentou rindo sozinho e escolhendo uma mesa próxima a janela. — Você vai amar a vista!

Ana sorriu e sentou-se à mesa escolhida por ele e Lorenzo sentou-se a sua frente.

— Eu tomei a liberdade de pedir os melhores pratos para nós — o chef falou colocando as mãos sobre a mesa. — E pedi o vinho que melhor combinaria com a ocasião.

Ana continuou sorrindo, mas por dentro estava um pouco... sufocada. Lorenzo não parava de falar, andava rápido demais, havia feito os pedidos sem deixar que ela chegasse perto do cardápio. Estava sentindo-se uma criança sendo arrastada pelos pais de um lado para o outro sem ter poder de decisão.

Os encontros atuais eram assim?

— Hum, espero que eu goste das suas opções — ela comentou passando a mão no colar delicado que pendia no pescoço. — Aqui é sempre bem cheio, né?

— Sim, sim... um dos melhores restaurantes do país! Modéstia à parte, eu dedico todo reconhecimento somente a mim. Minhas mãos fazem o trabalho pesado — ele apontou com a cabeça para as mãos e Ana assentiu.

Ok. Lorenzo não era um cara modesto. Ok. Ela poderia lidar com isso.

— Tito me falou que você é professora — o homem comentou aparentemente interessado. — Profissão difícil.

— Ah sim, com certeza, mas eu amo. Não me vejo fazendo nada mais na vida — Ana respondeu sorrindo abertamente e encarando os olhos escuros do homem. — As aulas são ótimas, eu adoro e o colégio é... — sua fala foi morrendo aos poucos quando notou que Lorenzo não estava exatamente atento no que ela falava. Ele observava um garçom que estava há algumas mesas de distância.

— Desculpe, eu preciso verificar uma coisinha, volto já — ele falou levantando-se rapidamente e caminhando até o funcionário. Parecia estar dando alguma bronca no homem, mas ela não tinha certeza. Ele parecia quase sussurrar as palavras para o garçom.

Quando Lorenzo retornou à mesa, sentou-se com um suspiro e sorriu.

— Não se pode tirar os olhos por dois minutos que alguém faz algo que possa destruir a reputação do meu restaurante.

— Ah, eu espero que esteja tudo bem — Ana falou colocando as mãos sobre o colo e desejando internamente que aquele encontro ficasse magicamente bom, porque até ali ela não estava sentindo-se exatamente confortável.

— Está, está... enfim, você tem três filhos, né? — ele questionou voltando a sua atenção para a mulher.

— Sim, eles são ótimos, me divirto muito, apesar da maternidade não ser o mar de rosas que todos pintam.

— Ah, sem dúvidas é horrível — ele reforçou com uma careta. — Eu namorei por sete anos e nós terminamos o relacionamento porque ela queria ter filhos e eu não. Detesto essa ideia de responsabilidade pela vida de outras pessoas, se eu quisesse esse tipo de responsabilidade teria feito medicina e não gastronomia.

Ana soltou um riso nervoso e encolheu os ombros.

— Sim, sim... é uma escolha de vida. Alguns nasceram para isso, outros não e está tudo bem.

— Você acha que nasceu para isso ou foi forçada a isso? — Lorenzo questionou em um tom um pouco maldoso. — Porque, seja sincera, ter três filhos na adolescência não era sua opção de vida, né?

Ana piscou os olhos lentamente e abriu a boca para falar algo, mas não sabia o que dizer.

— É claro que ficar grávida na adolescência não era meu plano de vida, mas hoje em dia eu percebo que foi bom. Eu não deixei de fazer nada por causa disso, tive sorte com a minha família e com meu marido. Eu tive apoio.

Lorenzo assentiu com a cabeça e olhou para o lado novamente. Ele bufou impaciente e levantou-se.

— Eu já volto.

O homem saiu como um raio da mesa e chamou o mesmo garçom de antes mais ao canto para uma conversa. Ana suspirou baixo e apoiou a cabeça sobre uma das mãos.

Aquilo estava sendo um completo desastre.

Após quase dez minutos, Lorenzo retornou para a mesa e pigarreou ao sentar-se novamente.

— Desculpe a demora, parece que sem mim esse lugar não caminha direito...

— Ah sim, eu compreendo totalmente — Ana falou pegando a pequena bolsa e sorrindo forçadamente. — Eu recebi uma ligação de casa, Helena comeu algo que fez mal e está vomitando. E como você disse, filho é uma responsabilidade. Preciso ir.

— Ah... poxa, estava divertido — Lorenzo falou com certa decepção no olhar.

— Pois é, mas... são prioridades. Você com certeza entende — ela falou levantando-se e apontando para o restaurante de um modo geral. — Foi um prazer, mas eu preciso ir.

Ana saiu rapidamente, sem se dar ao trabalho de olhar para trás ou se despedir decentemente do chef de cozinha. Aquilo havia sido tão ruim que ela poderia colocar no currículo como o pior encontro de todos os tempos.

Talvez aquilo fosse um sinal de que ela não estava pronta e não deveria ter encontros. Definitivamente um sinal.

Assimque deixou o Gioia para trás, ela sóqueria ir para casa e comer qualquer coisa. Estava morrendo de fome.

— Ei, já chegou? — Lívia questionou levantando-se do sofá rapidamente e encarando a mãe com a testa franzida em sinal de confusão.

— Sim, sim... foi interessante, mas não irá se repetir — limitou-se a responder somente isso. — Onde estão os outros?

— Helena está lendo no sótão e Benito e tio Nico estão no quarto tentando achar o manual do videogame... parou de funcionar do nada — Ana assentiu e deixou que um sorriso fechado tomasse conta do rosto antes de caminhar até o quarto dos filhos.

Ela parou no batente da porta com um sorriso aberto no rosto. Nicolas e Benito estavam com vários papéis nas mãos e a testa franzida em confusão enquanto encaravam a bagunça.

— Meu inglês é péssimo, meu espanhol nem se fala... — Nicolas falava coçando a cabeça.

— Imagino que seu japonês seja uma porcaria — Benito respondeu brincalhão e Nico gargalhou.

— Posso ajudá-los? — Ana perguntou com os braços cruzados e um sorriso desafiador nos lábios.

— O que está fazendo tão cedo em casa? — Benito perguntou confuso e Ana notou que Nicolas a observava com atenção.

— Lorenzo é um ótimo empresário, mas para as outras questões falta um pouco de... noção — ela respondeu dando de ombros. — Enfim, posso ajudar?

— Se conseguir decifrar o manual do videogame será nossa heroína — Nico falou colocando a mão sobre o peito e fazendo uma voz dramática.

Ana Carolina riu e se aproximou para resolver aquela questão que era quase de vida ou morte.

Ana estava sentada no pequeno sofá que havia no sótão com uma taça de vinho nas mãos e olhava para a pequena parcela de céu estrelado que a claraboia permitia que ela visse.

— Ok, eu não sou nenhum chef de cozinha, mas eu sei fazer um macarrão decente — Nico apareceu com dois pratos nas mãos e sentou-se ao lado dela no sofá.

— Você é ótimo na cozinha, não seja modesto — Ana respondeu pegando um dos pratos que tinha macarrão com molho de tomate.

— Ok, eu te conheço, o que aconteceu nesse encontro? — Nico perguntou antes de tomar um gole de vinho.

Ana deu de ombros e colocou um pouco de macarrão na boca. Nicolas sabia cozinhar, só tinha preguiça. O macarrão estava ótimo e ela deixou que um sorriso fechado aparecesse nos lábios quando terminou de mastigar.

— Está perfeito como sempre — elogiou.

— Já que está tão bom, pode ser sincera sobre o encontro também — ele pediu encarando os olhos dela com preocupação.

— Foi um sinal... Eu não deveria ter um encontro hoje. Foi péssimo.

— O que ele fez de tão ruim? Se ele encostou em você de maneira inapropriada, Ana... — Nico perguntou estreitando os olhos em desconfiança.

— Não. Não — ela negou rapidamente. — Ele só tem uma grande prioridade na vida e essa prioridade é o restaurante. Ele nem conseguiu focar no encontro porque estava preocupado resolvendo problemas. Eu deveria ter suspeitado no momento em que cheguei e ele veio me encontrar vestido com o domo ainda. Quer dizer, ali pra ele é trabalho, não é diversão ou lazer...

— Sinto muito por isso... queria que você tivesse curtido, seria ótimo pra você.

— Ah, tudo bem, só me sinto meio patética por ter me produzido feito um pavão e ele nem me olhou direito — Ana respondeu dando de ombros. — No fim, eu gastei esse tempo me produzindo para nada. Não foi um encontro, foi mais uma amostra de um desencontro.

Nico mordeu o lábio inferior pensativo e a encarou com um sorriso leve.

— Bom, nós podemos fingir que isso aqui é um encontro — ele falou calmo e Ana riu baixo. — Olha, é sério, nós temos macarrão como em um restaurante italiano, temos vinho tinto e um céu estrelado acima de nós — apontou para a claraboia. — Principalmente, temos boa companhia — levantou a taça para brindar e Ana o acompanhou com um sorriso no rosto. — E eu reforço, você está linda e deslumbrante.

A mulher suspirou e deixou que um sorriso tomasse conta do seu rosto. Ela encostou a cabeça no ombro de Nico e ficou observando o pedaço de céu estrelado.

No fim havia tido um encontro hipotético que foi infinitamente melhor do que o oficial.

N/A (13.06.2019)

Boa noite, como estão?

Demorei, mas atualizei hahaha

Eu tinha esquecido como esse capítulo é gigante (quase 3 mil palavras!)

O que acharam? 

#Nicolina ou #Loreana???

Votem, comentem, indiquem...

Beijinhos e até segunda-feira com a estreia oficial do Benito na Operação Pinguim ;)

Bom fim de semana e juízo! 

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