Capítulo 5 - Esconderijo.

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Ao ver Otávio no sofá, ela esboçou uma expressão nada contente, exibindo seu famoso sorriso de desprezo, onde entortava somente o canto do lábio direito para baixo. Gregório encostou a porta da sala e notou que sua mãe ia caminhando reto para a cozinha, sem nem cumprimentar seu namorado.

— Boa noite, Valquíria. — Otávio se manifestou, ao vê-la de costas, onde então a mulher virou-se.

— Boa noite. — Ela respondeu, secamente

— Está tudo bem? Como foi a viagem?

— Foi tudo ótimo. — Ela continuou, sem retribuir suas perguntas.

— Você está ainda mais bonita do que a última vez que eu te vi. — O genro a elogiou.

— Obrigada. — Dessa vez a mulher entortou o canto do lábio um pouco para cima, demonstrando ter gostado do ato.

— Tá com fome, mãe? — Gregório inquiriu, enlaçando o braço dela com o seu, caminhando assim para a cozinha.

— Só com sede.

O gerente pegou um copo no armário, enchendo-o com água gelada, vendo sua mãe sentar-se à mesa de jantar, um pouco mais distante da sala de estar, que dava vista para onde estavam antes. Ela cruzou as pernas, sanando sua sede antes de finalmente perguntar:

— Você ainda está com esse babaca?

— Mãe! — Reclamou.

— Eu fico fora, acreditando verdadeiramente que esse relacionamento fiasco que vocês ostentam irá por água abaixo e quando eu volto, tomo uma surpresa nada agradável dessas.

— Você sabe que eu te amo, mas se você não consegue controlar o que sai da sua boca, pelo menos fale mais baixo.

— Eu não tenho medo dele. — Ela rebateu.

— Mas eu tenho. — Gregório bufou.

— Espero que ele tenha escutado. — Valquíria insistiu.

— O que eu faço com você, hein?

— Você poderia tentar me ouvir, para variar. — Ela bebeu o último gole do copo d'água. — Você acha que eu não fico sabendo do que ele faz você passar? O Gui me informa de tudo.

— Você está explorando o Guilherme para descobrir coisas sobre mim? — Riu de nervoso.

— Mas ele não é muito útil, nunca sabe me dizer o motivo correto dos desentendimentos de vocês, só diz que são frequentes.

— Mãe, por favor, eu não gosto de discutir a minha vida amorosa com você. — Gregório pediu. — E eu já estou cansado de te dizer que amo ele.

— Então por que brigam tanto?

— As nossas discussões duram pouco tempo, é só porque nossas personalidades não batem. — Reafirmou. — Mas nós dois fazemos esforços para melhorar.

— Há quanto tempo estão juntos?

— Completamos um ano e dois meses no dia cinco.

— Não sabia que já era tudo isso, fiquei tanto tempo fora?

— Mãe, por que tá fazendo isso? — Gregório puxou uma cadeira para ficar próximo a ela. — Você age como uma criança birrenta toda vez que o Otávio está por perto.

— Não é verdade.

— Ah, não é? — Ergueu uma das sobrancelhas. — Você só sabe atacar ele, eu não vou falar mais nada.

— Certo, eu realmente não vim aqui para isso. — Ergueu as mãos, como se fosse se render. — Eu voltei de viagem porque estava morta de saudade dos meus bebês e precisava ver vocês... E falando nisso, cadê seu irmão?

WorkaholicWhere stories live. Discover now