Capítulo 21 - Ciúmes?!

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E a vida finalmente entrou nos eixos... A frase pode até ser piegas, mas pra mim, nunca me pareceu tão verdadeira. A paz estava de volta e junto com ela, a minha felicidade. Tudo isso por um motivo muito simples com nome e sobrenome: Alfonso Herrera.

Sei que posso parecer idiota, não... certamente eu sou idiota por me contentar com tão pouco, mas por acaso não é isso que dizem sobre o amor? Que nos faz tolos? Pois bem, sou tola, a mais tola que pode existir, porém uma tola extremamente feliz.

Poncho se converteu no meu príncipe por esses dias. Cuidava de mim, me dava carinho, me mimava, me levava ao médico e até mesmo dormia comigo no sofá da sala já que o médico havia recomendado que eu não fizesse esforço algum, inclusive subir escadas. Alfonso também fazia questão de passar todo o seu tempo livre comigo, mesmo que fosse só pra assistir televisão...

Eu sei o que vai pensar diário, que eu devo estar mais louca do que sou e iludida como sempre, por pequenos gestos que em nada além de amizade deveriam significar, mas é algo que não consigo evitar. Quem dera eu pudesse me apaixonar por quem quisesse, mas não é assim que a vida funciona. Meu coração tem dono, é por ele que bate mais forte. E ainda que ele nunca chegue realmente a me enxergar com outros olhos, já me dou por satisfeita com toda a atenção. Afinal meu amor por ele não exige nada, é completamente despretensioso...

- Eu saio cinco minutos e já sou trocado por um livro velho!

Como se fosse uma criminosa pega em flagrante, fechei o diário. Arregalei os olhos assustada e Poncho sorria pra mim encostado na porta da cozinha. Tratei de sorrir ao vê-lo distante o suficiente pra não ter lido nada.

- Não é um livro velho, é o meu diário. – O protegi com o braço direito e Poncho balançou a cabeça de um lado pro outro ainda com um sorriso lindo nos lábios.

- Prefere pipoca doce ou salgada?

- Doce! – Respondi como uma criança ansiosa e ele gargalhou.

- Já venho, não saia daí! – Voltou para cozinha e eu suspirei de amor.

Era tão bom viver nesse clima. Era como se fossemos um casal aproveitando o início de namoro. Tudo tão fácil, tão leve que eu queria ficar assim pra sempre! Ainda que pareça absurdo, não me importaria nem um pouco se tivesse que passar tudo de novo só pra ter a atenção dele como tinha agora. Eu diria que isso era pra mim essencial, quase como respirar.

- Humm o que uma gatinha faz abandonada?

Ah esses Herreras! Do outro lado da sala, Damian estava encostado na porta assim como Poncho fizera. Alfonso podia reclamar, mas era igualzinho ao primo. Tinham o mesmo sorriso que me encantava, os mesmo olhos verdes que hipnotizavam e até o mesmo bom humor matinal que me era extremamente irritante.

- Não estou sozinha. Poncho está fazendo pipoca.

- Que pena... pra ele! – Disse já se atirando no sofá onde minhas pernas estavam.

- Seu louco! – Recolhi rapidamente as pernas.

DespretensiosaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora