Capítulo 17 - I Feel Good!

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Incrivelmente, o nascer do sol do novo dia me parecia maravilhoso. Eu não dormia tão bem já fazia um bom tempo, mais especificamente desde que Alfonso dissera aquelas coisas horríveis depois de descobrir sobre Diego.

Mas surpreendentemente, o causador da minha perda de sono, fora o mesmo a devolvê-lo. Descobri que expressar a raiva, além de ser um ótimo antidepressivo, me fazia sentir muito mais leve.

I feel good

I knew that I would now,

I feel good

I knew that I would now,

So good, so good, I got you

 

O despertador tocou. Puxei os lençóis para o lado e levantei me espreguiçando. A sensação era deliciosa. Eu me sentia realmente bem. Olhei para o lado e ri quando vi que o Whiskas, ao seu modo, me imitava.

- Alguém desliga essa porcaria! – Dulce atirou o travesseiro numa tentativa falha de desligar o despertador.

- Vamos Dulce. Temos que visitar a Mai no hospital.

Minhas palavras tiveram efeito imediato em Dulce. No instante seguinte ela já estava de pé, andando de um lado pro outro, procurando o que calçar e o que vestir. Revirei os olhos e sai do quarto. Se ficasse em seu caminho acabaria ou sendo derrubada no chão ou toda arranhada pelo gatinho nada simpático. O Garfield até pareceria bem humorado do lado dele.

- Desci as escadas cantarolando como há muito tempo não acontecia. Como estava de bom humor resolvi fazer minhas deliciosas panquecas.

Dez minutos depois e o aroma das panquecas já tinha se espalhado pela cozinha. Estranhei ninguém aparecer, afinal pareciam sempre como mortos de fome naquela casa.

Levei meu café da manhã pra sala. Pelas minhas contas tinha ainda uns 20 minutos até Dulce finalmente aparecer. Apesar de não ser patricinha, ela não conseguia ser nada pratica pra se arrumar.

- AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!

Sabem aquela sensação de estar num pesadelo? De você estar sonhando que está caindo? Ou então aquela em que a mocinha do filme encosta em algo que não devia? Foi exatamente isso que aconteceu.  Não sei de quem o susto foi maior,  se meu, por sentar nele quando esperava encontrar o assento do sofá, ou de Damian pelo meu grito.

- O que faz aqui garoto? – Levantei depressa.

- Bem, eu estava dormindo até um traseiro gordo cair em cima de mim!

- Como é que é? – Perguntei avançando pra cima dele.

- Nada, nada, quer dizer... essas pompas lindas, de protuberância arrojada.

Por mais que eu quisesse, não consegui manter a irritação. Eu só o conhecia há 24 horas, mas estava certa de que ficar sério ao lado de Damian era uma missão quase impossível.

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