Capítulo 29 - Namorada?!

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A festa pareceu deixar de existir. Ali naquele ambiente, pra mim, só tinha eu, Diego e Poncho. A sensação de ter cometido um crime era grande, a julgar pelo olhar do meu melhor amigo.

Seus olhos pareciam soltar chispas na minha direção e de Diego. O babaca por sinal, ainda me segurava pelos braços, mas fitava Poncho com surpresa e algo mais como desafio.

- Ora ora, quanto tempo Ponchito! – Diego o provocou e Poncho bufou irritado. Tentei me soltar novamente, mas meu ex resolveu atiçar Alfonso mais um pouco e me colocou a sua frente passando o braço fortemente pela minha cintura.

Jurei que os olhos de Poncho soltariam chamas em nossa direção. Diego estava brincando com fogo e eu estava no meio daquela situação sem ter a certeza se ele estava me condenando junto.

- QUE MERDA É ESSA? – Ele gritou sem se importar se tínhamos público ou não.

- Hey, eu não posso cumprimentar velhas... amigas? – Diego encostou os lábios no meu pescoço e achei que fosse vomitar de tanto nojo.

- TIRE AS MÃOS DELA! – Poncho gritou e avançou pra cima de Diego.

A confusão estava armada. Fui parar no chão assim que os dois se atracaram. Não demorou muito e uma roda começou a se forma em volta de nós.

Meia dúzia rapazes tentaram afastá-los o que só foi feito cinco minutos depois com muito custo e muito sangue derramado.

- SEU FILHO DA MÃE, NÃO SE APROXIME DELA DE NOVO! – Poncho gritou apontando o dedo.

- ATÉ PARECE QUE É DONO DELA!  - Diego provocou e meu amigo tentou passar pelos dois rapazes que o seguravam.

- Poncho não! Por favor, não. – Pedi querendo abraçá-lo e sumir de toda aquela confusão.

- Não moça, vai se machucar. – Um garoto que devia ter a minha idade me deteve.

- Ele não vai me fazer nada, me solta! – Com um safanão, me livrei do rapaz e corri para Poncho.

Apenas o abracei. Senti que naquele momento, isso era tudo que eu precisava fazer. Sabia que ele não me machucaria. Ele era muito cuidadoso quando se tratava de me manter em segurança.

- Está correndo atrás do cara errado Anahí. – Diego retrucou. – Deveria procurar um homem de verdade.

- Oras seu...

- Para Poncho, para! Não vê que ele só quer te provocar? – Segurei seu rosto e não deixei de fitá-lo. “Está tudo bem”, é o que os meus olhos diziam a ele.

- Mas que cena comovente! – Alice entrou em cena batendo palmas.

Era só o que me faltava, ter que aguentar a perua ruiva novamente! Era um daqueles momentos em que você acha que não pode piorar e então... certamente piora. Murphy com certeza deve estar rindo, em algum lugar, da minha sorte!

- Não achei que fosse tão longe e agora corresse atrás de menininhas querido. – A biscate provocou me olhando de cima  abaixo. – Estava acostumado com coisas... melhores!

Estava me segurando pra não voar no pescoço daquela...! Mas ela estava quase pedindo por isso.

- Por que não cai fora Alice?

- Engraçado, não me lembro de ter falado com a mosquinha sonsa?!

Não perca o controle, não perca o controle, não perca o controle! Ok já é demais, ela está realmente tentando me provocar!”

Sem pensar em mais nada voei pra cima da biscate. Minhas mãos foram direto pra aqueles cabelos ruivos falsos que eu estava louca pra arrancar. A idiota tentava me estapear sem muito sucesso é claro, devia a Poncho pelas aulas de defesa. Os rapazes que separaram a briga anterior agora davam gritos de torcida. Mas eu não estava nem ai, tudo o que queria era acabar com ela. Mostrar quem era a mosquinha sonsa!

- Parem vocês duas! – Ele gritou já me puxando pela cintura. Diego fez a parte dele e arrastou a sirigaita.

- Sua louca! – Ela berrou tentando se soltar. – Como pode ficar com uma descontrolada dessas Ponchi?! – Fiz uma careta. Só ela o chamava daquela forma ridícula.

- Você provocou Alice. – Alfonso respondeu. – Quieta você também! – Me apertou, mas eu estava doida pra voltar a arrancar mais uns fios de cabelo dela.

- Alfonso que tal trocar? Pegue a sua mulher que eu pego a minha sim? – Diego propôs e pude ouvir meu amigo bufando no meu pescoço.

- Nem pense em voltar a colocar as patas em cima dela. – Sua voz era baixa, mas extremamente perigosa. – Até porque... eu já estou com a minha mulher. 

- Como é que é? – Diego e Alice disseram ao mesmo tempo e quase me uni ao coro. 

Poncho me virou de frente para ele e seus olhos me hipnotizaram. Nunca os tinha visto tão sérios, mas ao mesmo tempo tão lindos.

- Annie não é minha amiga, é minha namorada.

E sem mais, simplesmente me beijou...

DespretensiosaWhere stories live. Discover now