Capítulo 45🐉Suzhou🐉

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No dia seguinte, Chen e eu, já estávamos prontos para a viagem de volta à Pequim, bem cedo, pois iremos de moto e faremos algumas paradas para descanso.

Gostaria de ficar mais alguns dias com Liang, mas preciso retomar logo à minha rotina de estudos no Instituto, se não me prejudicarei.

Sentada na garupa da moto de Chen, observava divertida, Liang se despedir de seu neto, pela terceira vez. Ela assumiu com muita propriedade seu papel de avó e enchia Chen de recomendações, conselhos e carinho. Chen ainda ficava um pouco sem jeito, mas logo ele se acostumaria.

"Prometam que tomarão cuidado e que voltarão logo! Não se esqueçam de mim." Disse Liang emocionada.

"É claro que não esqueceremos de você, Liang! Isso é impossível!" Respondi.

"Em breve estarei de volta." Disse Chen.

Com um último abraço, nos despedimos.

Fizemos algumas paradas para descansar

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Fizemos algumas paradas para descansar. Uma delas foi em Suzhou, cidade a oeste de Xangai. Essa cidade é conhecida como a "Veneza chinesa", por causa de seus canais, lagos, piscinas, ilhas conectadas, pontes e jardins.

Chen estacionou a moto e seguimos andando pelos vários jardins que decoram a cidade

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Chen estacionou a moto e seguimos andando pelos vários jardins que decoram a cidade. Depois, embarcamos em uma espécie de gondôla, que nos atravessou para o outro lado do canal, onde havia vários restaurantes de comidas típicas. Escolhemos um restaurante, que servia espetinhos de todo tipo de carne exótica. Pedi o meu de frango e fiquei feliz por ter uma opção para mim.

Após nosso almoço, caminhamos de volta, fazendo paradas para admirar a beleza do local. Em um informativo, dizia que a cidade possui 68 jardins e vários lagos com carpas enormes e coloridas, além de muitas flores.

 Em um informativo, dizia que a cidade possui 68 jardins e vários lagos com carpas enormes e coloridas, além de muitas flores

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Dei uma parada em uma ponte clássica, para admirar a vista do canal e suas embarcações

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Dei uma parada em uma ponte clássica, para admirar a vista do canal e suas embarcações.
Minha mente vagou para longe. Fiquei, por muito tempo, pensativa. Lembrando de tudo que me aconteceu, desde que coloquei os pés na China.

Há um mês, se alguém me contasse tudo que eu já vi e vivi, eu diria que esse alguém estava louco.

Lembrei da história fantástica, que Liang nos contou ontem à noite. Tudo aquilo, juntamente com a explosão e o quase ataque do tigre, mexeram bastante comigo.
Estou abalada emocionalmente. Foram tantos segredos, mistérios e descobertas, que vivenciei, que não tive tempo para assimilar tudo. Se tivesse na América, voltaria rapidamente à terapia, tudo isso estava sendo demais para mim.

A pressão que eu estou vivendo agora é muito maior do que tudo que já experimentei, enquanto estava em minha vidinha pacata na América.

Sinto que preciso tirar um tempo para mim. Sem precisar me preocupar em estar sendo perseguida, ou que existe algum psicopata atrás de mim, querendo me matar o tempo todo.

Estou com saudade de conversar com minha mãe pessoalmente. E queria tanto contar para Vó Lan tudo que já descobri.

Amo esse país, o povo e a cultura, e acima de tudo, amo Chen, mas sinto que preciso respirar um pouco de normalidade.

Passei muito tempo assim, absorvida por meus pensamentos, que não notei Chen me encarado sério. Parecia preocupado e tenso.

"Chen, o que foi?"

Ele me olhava intensamente. Parecia nervoso.

"Sei exatamente o que está pensando."

Me assustei.

"O quê? Você também pode ler pensamentos?"

Ele respondeu impaciente.

"Não quis dizer isso. Eu simplesmente estou muito ligado à você. E sinto que há algo errado."

Abaixei a cabeça, olhando para minhas mãos e suspirei.

Então, Chen continuou:

"Eu sei que tudo isso tem sido demais para você. "

"Chen, eu só..."

Ele me interrompeu:

"Você irá me deixar, eu sei!"

Ele pressionava as mandíbulas de tensão.

Segurei seu braço.

Chen fechou os olhos.

"Chen não! Eu só estou exausta e confusa com tanta coisa acontecendo..."

Chen abriu os olhos e segurou minha mão que o acariciava. Levantou minha palma e depositou um beijo ali. E então disse:

"Eu te entendo. Se tivesse em seu lugar, talvez teria desistido antes. Afinal, quem é capaz de suportar um relacionamento com alguém como eu?"

"Chen, pare de dizer essas coisas! Não é nada disso!"

Chen me segurou firme e olhando em meus olhos, disse:

"Jéssica, eu te amo! Mais que tudo! E é exatamente por isso, que preciso tomar essa decisão!"

"Que decisão?"

"Não permitirei que estrague sua vida, como aconteceu com todas as mulheres que se envolveram com essas gerações de dragões, como Liang, Kelly e minha mãe."

"Mas Chen..."

"Você merece algo melhor, Jéssica! Merece alguém normal. Que te dê uma vida boa. Sem esses dramas que eu vivo. Você merece ser feliz!"

"Mas Chen, sou feliz com você!"

Mas nada que eu dissesse o convenceria. Eu já conhecia bem Chen.

Ele pegou seu capacete, que estava na mureta e disse;

"Vamos! Ele disse isso, seguindo em direção à moto.

Obedeci, mas ele se fechou. Não queria mais conversa. E eu não tinha mais argumentos.

Ele me deixou na porta da casa dos Yang, em um silêncio doloroso.

Desci da moto e tentei falar algo, mas ele me cortou:

"Adeus Jéssica!"

E partiu em sua moto em alta velocidade.

Fiquei ali parada, por um tempo. Os olhos cheios de lágrimas.
Chen me disse adeus. Terminou comigo..

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