Capítulo 21⛩Déjà vu⛩

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Mais tarde em meu quarto, logo após Chen me deixar em casa, repassei em minha mente tudo que havia acontecido naquela tarde. Apesar do aborrecimento com Enlai, eu mantinha um sorriso no rosto desde que desci da moto de Chen. Só consigo pensar em suas declarações e nos seus beijos.

Sei que estou enveredando por um caminho arriscado para meu coração, mas não sou capaz de recuar agora. Ele mesmo me avisou que é complicado e isso não faz diferença alguma para mim. Muito pelo contrário, parece que até me atrai mais. Eu só quero estar com ele, custe o que custar.

À noite sonhei com florestas, neblina, perseguições, olhos com chamas azuis e os beijos de Chen...

No dia seguinte na Instituição, só se falava na confusão armada por Enlai na lanchonete. Para minhas amigas Wen e Meili contei o que aconteceu depois que me despedi delas, omitindo alguns detalhes. Mas Wen, não se conformava e queria saber mais.

"Ah Jéssica! Não há mais dúvida alguma de que Chen está muito interessado em você! Ele quase partiu a cara de Enlai em dois! Todos estão comentando!"

Lok estava por perto e quando ouviu falar no amigo intercedeu por ele:

"Por falar em Enlai, ele me ligou. Está arrasado. Disse que não vem hoje. Está com uma ressaca terrível e morrendo de vergonha pelo papelão que fez ontem."

Wen respondeu com a cara amarrada:

"Melhor ele não aparecer mesmo! Porque tem muita gente doida para torcer o pescoço dele! Onde já se viu tentar ficar com uma garota à força?! Tomara que o namorado de Jéssica dê uma lição nele!"

Eu corei de imediato. Tapei a boca de Wen com a mão, porque tudo isso ela falava aos berros, com a sua voz estridente.

"Wen! Ele não é meu namorado!" Falei baixo, implorando para ela ser mais discreta.

E Meili que permanecia calada rindo, disse:

"Se ainda não é, com certeza quer ser!"

Ela disse isso olhando para alguém que vinha atravessando a ponte de entrada do Instituto.
Todos acompanharam seu olhar, principalmente eu.

Chen vinha sério, caminhando em minha direção. O foco era eu. Ele não fazia questão de ser educado e cumprimentar as pessoas, nunca fez.
E pra dizer a verdade, eu também já não via nem ouvia ninguém. Quando ele está por perto, parece que tudo fica meio que em suspenso para mim.

Enquanto ele caminhava em minha direção, aproveitei para admirá-lo.
Hoje ele usava jaqueta de couro, camisa escura, calça preta, botas e luvas de motociclista nas mãos.

As vozes ao meu redor ficaram em segundo plano e eu caminhei ao seu encontro. Sua moto estava estacionada do outro lado da ponte.

"Bom dia!" Falei parando bem de frente à ele com um doce sorriso.

"Oi." Ele respondeu apenas, me olhando de cima a baixo.

"Tudo bem? Mais calmo hoje?" Perguntei meio sem graça com seu jeito sério de encarar.

Ele deu um leve sorriso.

Ah, ainda bem!

"Vamos dizer que...controlado. " Ele respondeu.

"Ah, isso é bom..."

Essa conversa estava sendo mais difícil do que eu imaginava.
Olhei para meus pés sem saber mais o que falar.

"Mas isso não quer dizer que seja seguro para você. " Ele disse em um sussurro.

Levantei minha cabeça e disse impulsivamente:

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