Jéssica Lin é uma garota de 18 anos que acaba de se formar no Ensino Médio. Está sob a pressão dos pais com a escolha da carreira, a matrícula da faculdade e ainda tem que lidar com um ex- namorado que a traiu com metade das garotas do colégio.
Tudo...
Após minha conversa reveladora com Chen, pude entender um pouco mais de sua realidade e natureza sobrenatural. Mas sua história, traumas e cicatrizes, também serviram para me dar uma nova visão da vida. Nossas vidas estão totalmente interligadas desde nosso nascimento.
Quando criança, minha avó Lan contava-me várias lendas chinesas. A minha preferida era a (Akai ito) sobre "O fio vermelho ". Segundo a lenda, quando uma pessoa nasce, os deuses amarram um fio vermelho invisível no tornozelo de cada um. Deste modo, aconteça o que acontecer, passe o tempo que passar, essas duas pessoas, que estiverem ligadas pelo fio vermelho invisível, acabarão se encontrando, pois estão predestinadas a ficar juntas.
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Agora, mais do que nunca, acredito nessa história. Hoje pude entender muitas coisas sobre mim. A causa desses sonhos, que me perseguem desde a infância, a falta de empolgação com as coisas que me rodeiam, a dificuldade de tomar minhas próprias decisões e de fazer as escolhas que definirão meu futuro. Tudo era consequência do total deslocamento em que eu vivia. As pessoas sempre comentavam de como eu era passiva, conformada, fácil de conviver, porque sempre aceitei o que me ofereciam. Nunca fui aquele tipo de garota contestadora e rebelde, que quer mudar o mundo. Me conformava muito fácil com o que as pessoas escolhiam para mim. É como se tivesse vivido todo esse tempo aguardando esse momento chegar.
Me faltava paixão pela vida. E a única coisa que me fazia sonhar era a possibilidade de estar aqui, na terra natal de meus avós. Na China, finalmente encontrei um motivo para o qual lutar. Minha vida está aqui. A cada dia me envolvo mais com essa cultura e esse povo. Não digo que nunca mais voltarei para a América, mas não posso abrir mão de quem eu sou aqui. Estou totalmente envolvida e pela primeira vez, darei prioridade a minha vontade. Meus pais precisarão entender minha escolha.
Sinto que meus sonhos repetitivos, todo esse tempo, nada mais eram que um chamado do Oriente. Sentia-me atraída para essa missão. Não sei como, mas a história de Chen e a minha estão interligadas, e eu o ajudarei a descobrir tudo o que for necessário para que ele encontre também sua paz e quem sabe a libertação.
Pela manhã, assim que chego no Instituto, coloco em prática outra decisão importante que havia tomado. Sei que Chen vai se opor, mas ele terá que respeitar minha vontade. Sempre levei uma vida sedentária, nunca gostei de praticar esportes, mas agora isso mudou e se tornou uma questão de sobrevivência. Mediante essas perseguições e ataques que tenho sofrido, preciso ao menos estar mais ágil para correr e me defender. Não posso contar sempre com Chen, para me proteger. Não tenho a pretensão de sair por aí brigando com os outros, mas posso pelo menos aprender um pouco de auto-defesa. Então, vou direto me inscrever nas aulas de Artes-marciais.
Durante o intervalo, começo a pesquisar pistas sobre o paradeiro de Liang e anotar possíveis endereços dela em Linqian, Província que ela teria ido se refugiar depois da morte de seu companheiro. E enquanto lanchava com Meili, tive que enfrentar um Chen emburrado, pelo fato de me encontrar treinando, sem antes ter falado com ele. Mas não cedo a sua cena de superproteção, porém me conformo em tê-lo monitorando minhas aulas.
