Capítulo 24🐉Conclusões precipitadas🐉

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Passei, o fim de semana inteiro, preocupada com Chen. Só assim, me dei conta, que não sabia onde ele morava, para ir visitá-lo, ou tinha um número de telefone, para ao menos ligar e perguntar se está tudo bem.
Precisava muito falar com ele. Fiquei arrasada, com toda aquela injustiça. Chen não merecia isso. Como Hu pode inventar tantas mentiras? O que ele ganharia com isso?

Na segunda-feira, fui decidida para o Instituto. Se Chen não aparecesse para a aula, eu ia tentar pegar seu endereço, na direção, e ia atrás dele.

Enquanto caminhávamos, pelo corredor principal, do Instituto, Meili e eu ouvimos sons de gritaria, palmas e torcidas

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Enquanto caminhávamos, pelo corredor principal, do Instituto, Meili e eu ouvimos sons de gritaria, palmas e torcidas.
Havia um movimento na sala de Artes Marciais. Nos dirigimos para lá, e nos deparamos com uma calorosa torcida de alunos, em função de um treinamento, que ocorria.
Me aproximei do vidro, para observar. Dois rapazes fortes lutavam. Ambos eram bons. Percebia-se que dominavam todas as técnicas da luta. Um conseguia prever as investidas do outro. Mas um deles, o de costas para mim, demonstrava perfeição em todos os movimentos. O suor já escorria pelo seu tórax, mas ele era incansável. Depois de algum tempo, ainda insistindo, seu oponente foi derrotado, com um golpe final, preciso e certeiro.
A torcida veio à loucura. Os meninos gritavam e comemoravam. Foi então, que sorrindo e agradecendo, o lutador virou, e de frente, me encarou.

Meu Deus! Era Chen! Mas o pior não foi isso. O pior, foi ver aquela tatuagem de dragão, em seu braço direito, quando ele virou seu peito nu.

Faltou-me a cor no rosto. E minha expressão de pavor, imediatamente foi percebida por ele, que ficou sério e me chamou.
Precisava sair dali, ir para bem longe dele. Então, sem dar qualquer explicação a uma Meili atordoada, saí correndo, o mais rápido que pude.
Corri até a saída da Instituição, mas ainda assim, pude ouvir sua voz me chamando e vindo atrás de mim.
Peguei o primeiro táxi, que apareceu e pedi que fosse rápido. O pobre motorista, ficou confuso e constrangido com a minha situação, chorando e balbuciando coisas sem sentido para ele, mas não me fez perguntas, apenas me deixou em casa.
Já na casa dos Yang, subi as escadas e me tranquei em meu quarto. A Senhora Sying, tentou saber o que houve comigo, e eu dei uma desculpa qualquer, de que estava com dor de cabeça e precisava repousar.

Não saí daquele quarto, pelo resto do dia. O telefone não parava de tocar, mas eu não queria falar com ninguém.
Meu coração sangrava. Como pude me enganar tanto com alguém? Mas porque ele estava fazendo tudo isso comigo? Pra quê, me perseguir, por tanto tempo, desde que cheguei no Aeroporto? O que ele queria? Por que deixar aquele bilhete ameaçador em minha bolsa?
Essas, eram algumas, das muitas perguntas que martelavam em minha cabeça, desde que descobri que Chen tinha uma tatuagem idêntica à do meu perseguidor, que roubou minha bolsa no Aeroporto, deixou aquele bilhete e continuou me perseguindo, como se quisesse algo de mim e ainda não tinha encontrado.
Me sentia desamparada, insegura e uma perfeita idiota. Como não percebi, que tudo aquilo era fingimento? Mas ele disfarçou muito bem para se aproximar. Deveria ser um psicopata! Meu Deus, como fui me enveredar nessa situação? Pior que ele tentou me avisar, várias vezes, de que era perigoso!

Deitada em minha cama, em posição fetal, eu chorava e não parava de me questionar. Como pude me apaixonar por ele...

Mais tarde, quando Meili chegou, foi direto para o meu quarto

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Mais tarde, quando Meili chegou, foi direto para o meu quarto. Bateu na porta e eu a deixei entrar. Ela trouxe uma bandeja com uma refeição.

"Jéssica, oi! Mamãe me disse que você não saiu do quarto hoje, nem se alimentou."

Ela falava baixo, cuidadosa, me sondando e encarando meu rosto inchado de tanto chorar.

"Coma pelo menos uma fruta, se não, vai adoecer."

Aceitei uma fatia de maçã, pois já estava fraca, mas não tinha fome.

Meili sentou na beira de minha cama e cuidadosa perguntou:

"O que aconteceu? Você nos assustou. Saiu correndo daquele jeito, como se tivesse visto uma assombração."

Abaixei a cabeça e respirei fundo para não chorar mais.

"Até o Chen, queria falar com você, mas não conseguiu. Tentamos ligar, mas você não atendia. Ele pirou, queria vir comigo, mas não deixei, por causa de meu pai."

Arregalei os olhos.

"Não quero falar com ele! Não deixe ele entrar, ouviu Mei?!"

"Shi, Shi, tudo bem! Calma Jéssica! Não vamos deixar ele entrar. Mas preciso que você fale o que aconteceu, para que eu possa te ajudar! Sou sua amiga. Confie em mim."

Concordei, e então, desabafei com Meili. Contei para minha amiga, tudo que vinha acontecendo, desde que coloquei os pés na China. Da cena no Aeroporto, do bilhete ameaçador, os passeios, que sempre me sentia sendo observada e perseguida, do cara de capuz, da tatuagem, e agora, dessa descoberta, de que Chen tem a mesma tatuagem, e por coincidência no mesmo braço.

Meili ouviu tudo estarrecida. No final, estava com a mão na boca, tensa.

"Meu Deus, Jéssica! Como você conseguiu guardar tudo isso por todo esse tempo? Porque não me contou antes? Poderíamos ter te ajudado!"

"A princípio, pensei que o bilhete, podia ter sido uma brincadeira de mal gosto, depois achei que estava sendo paranóica, e também não queria que meus pais soubessem, e acabassem querendo que eu voltasse para casa."

"Entendo, mas você não deveria ter ocultado isso. É muito grave e perigoso! E pior agora, que suspeita de Chen! E se ele for um psicopata? Se bem que, ele já teve inúmeras oportunidades para fazer algo, e não fez. Você acha mesmo que é ele?!"

"E que outra explicação eu tenho?" Perguntei, meio desesperada.

"Verdade. E conversar com ele, pode ser arriscado. De repente, ao perceber, que foi descoberto, ele pode se tornar violento. Não se sabe!."

Concordei.

"Você me entende agora?!"

"Entendo, sim, amiga. E vou te ajudar. Não se preocupe. Nada irá te acontecer."

Segurei a mão de Meili.

"Só te peço uma coisa, não conte nada ao seu pai. Se não, essa história chegará aos ouvidos de meus pais. E o Senhor Qiàng, já não gosta muito de Chen, por causa de umas mentiras, que Hu inventou. E seu pai pode fazer algo contra Chen, para me proteger."

Os olhos de Meili se encheram de lágrimas.

"Mesmo depois de todas as suspeitas, você ainda o protege."

Suspirei chorosa.

"Pois é, sou uma idiota mesmo."

"Não, amiga! Você não é nada disso! Simplesmente você o ama!"

Sorri sem alegria.

"Verdade. Mas uma vez, me apaixonei pelo cara errado."

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