Capítulo 19⛩Cidade Proibida⛩

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No dia seguinte ao passeio da Ilha Shamian, Meili e Wen quiseram saber tudo o que aconteceu na Ilha, mas dei respostas vagas. Evitei contar os detalhes mais perturbadores, como o quase beijo de Chen e o ataque do macaco.

Durante o dia permaneci desanimada e triste. Meus amigos tentaram descobrir o que eu tinha. Dei a desculpa de que ainda estava cansada pelo passeio. Mas na verdade estou me sentindo rejeitada e envergonhada.

Chen não apareceu nesse dia. O que foi um alívio para mim, pois não quero encontrar ele agora.

No fim da aula, Wen e Meili tentaram me animar, me convidando para conhecer outro ponto turístico de Pequim, a Cidade Proibida. Aceitei ir com elas, afinal estão sendo amigas e se esforçando para me verem bem. E não posso me entregar e estragar minha viagem, só porque me iludi, mais uma vez com a pessoa errada.

Dessa vez fomos de táxi.
Ao cruzar o "Portão do céu", me transportei para o período imperial, quando a Cidade Proibida era a residência do imperador e sua família, desde a Dinastia Ming até a Dinastia Qing. Ela recebeu esse nome, porque somente o imperador, sua família e os empregados especiais, tinham permissão para entrar no palácio. Qualquer outra pessoa, que tentasse, era executada, sem misericórdia.

Meili, Wen e eu, percorremos toda a cidade. Visitamos a Torre do Canto Noroeste, além das outras, que cercam a Cidade, a praça celestial e as galerias, com coleções de cerâmica, pinturas e peças de bronze e jade.

Durante uma parada para o lanche, fizemos amizade com um casal de brasileiros, que estão visitando a China pela primeira vez também. Eles me contaram que levaram mais de um ano para economizar dinheiro e programar a viagem.

"Foi um prazer conhecer vocês, meninas! Se um dia forem ao Brasil, entrem em contato conosco." Disse a mulher, se despedindo depois de trocarmos os números de telefone.

Seguimos caminhando pelo pátio externo, quando comecei a sentir aquela sensação na nuca, que já se tornou uma rotina na China. Paro e olho em volta, fixo o olhar em alguém parado, nos observando de longe. Usa o mesmo capuz daquele dia, no aeroporto. Novamente não dá para ver seu rosto.

"Esperem!" Estanco no lugar.

"O que houve Jess?" Pergunta Meili.

Um grupo de turistas animados passa na hora, atrapalhando minha visão. Quando liberam o caminho, não vejo mais ninguém no lugar que achei ter visto alguém nos espionando.

"O que foi Jess?" Viu alguma coisa?" Wen também perguntou, preocupada.

"Não, não. Achei ter visto um conhecido, mas foi só impressão minha." Respondo.

Essa situação estava cada vez mais esquisita. Agora eu tenho certeza, que não foi um fato isolado. Aquele cara está me seguindo. Impossível ser conscidência. Mas o que ele quer de mim? Eu não tenho nada de valor em meu poder. E pior, como posso me proteger? Como contar minhas suspeitas para alguém, se eu nunca vi seu rosto? Só sei que ele tem uma tatuagem de dragão, no braço direito e que deixou um bilhete ameaçador em minha bolsa.

 E pior, como posso me proteger? Como contar minhas suspeitas para alguém, se eu nunca vi seu rosto? Só sei que ele tem uma tatuagem de dragão, no braço direito e que deixou um bilhete ameaçador em minha bolsa

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