Deve ter sido o acaso

Capítulo 17

Ana Steele

Cheguei até a sala de Jack Hyde, pronta para enfrentá-lo depois daquele dia tenso e me surpreendo ao ver Elisabeth Morgan sentada na cadeira ao telefone. Quando me nota, fecha sua expressão e pede que me sento na cadeira a sua frente.

- Soube da demissão de Hyde? – pergunta ela firme enquanto coloca o telefone no gancho.

- Não – respondo olhando para ela.

- Ontem no final da tarde recebi uma ligação meio estranha dele, dizendo que precisava se demitir da SIP – diz ela e continuo atenta – Senhorita Steele, peço que seja honesta comigo e me diga o que aconteceu.

Ela olha firmemente para mim e pigarreio. Decido então contar do dia que Jack Hyde encostou a mão nojenta em meu corpo.

- Antes de ontem houve um grande incidente envolvendo o senhor Hyde – começo a falar – Ele tentou me tocar e começou a me dizer ofensas enquanto recolhia minhas coisas para ir embora.

- Há quanto tempo isso vem acontecendo? – pergunta ela seca.

- Só aconteceu uma vez, mas ele vem dando em cima de mim há alguns meses – respondo.

- Bem, já me disseram muitas coisas sobre Hyde. Não duvido que ele seja o culpado das demissões de outras assistentes – diz ela coçando a testa – Anastasia, vou ocupar o cargo de Jack temporariamente e conto com você para seguir em frente com a SIP. Não vou ajustar ninguém por enquanto.

- Tudo bem – digo e me alivio ao saber que vou continuar trabalhando.

- Remarque a reunião com o Roach e vamos usar o dia de hoje para organizar algumas coisas por aqui – ordena ela e vou para minha mesa de imediato.

Ligo para Roach remarcando a reunião com o novo autor e passo a digitar alguns documentos no computador. Vejo Hanna chegar, me cumprimentando e sentando em sua mesa.

Dou um tempo do computador e começo a ler um novo manuscrito que está na minha mesa, é sobre uma história de romance erótico e olho o nome de quem escreveu. Dessa vez é uma mulher, não fico surpresa por ter tantos pensamentos femininos durante a leitura e acabo por me perder naquele belo manuscrito. Precisava passar minha opinião a Elisabeth, pois ela agora é a minha nova chefe.

Abro um arquivo em branco e começo a digitar algumas palavras elogiando o manuscrito e sobre o meu ponto fonte da história. Me pego feliz por saber avaliar tão bem uma escrita perfeita, detalhada e cheia de segredos. Imprimo a interpretação e deixo junto com o manuscrito.

Vou até a sala de Elisabeth.

- Em que posso ajudar? – pergunta ela e para o que está fazendo.

- Preciso que leia minha interpretação perante ao manuscrito – digo e ela ri.

- Você é rápida, Ana – diz ela e pega a folha de cima do manuscrito – Vou ler com atenção e pode ficar com o manuscrito. Faça bom aproveito!

- Obrigada, senhorita Morgan – agradeço e volto para minha mesa.

Hanna está organizando alguns arquivos e vou ajudá-la para que logo possamos terminar o serviço. São muitas papeladas e cartas enviadas por editores.

As horas voam no relógio e logo vemos que já é hora do almoço. Meu estômago ronca de fome, aviso que vou sair para comer e convido Hanna.

- Até iria, Ana. Mas por hoje vou comer um lanche aqui na SIP mesmo – responde ela e sorrio.

- Ok. Mas na próxima não aceito não como resposta – digo e ela ri assentindo.

Saio da editora e vejo Cindy encostada em um poste com um rapaz alto ao seu lado. Deve ser o tal noivo!

- Ana – diz ela e me dá um abraço – Christian me falou o horário que sai pra almoçar e quis te acompanhar.

- Ai que ótimo. Precisava conversar com alguém – digo e olho para o rapaz ao lado dela.

- Ah! Esse é o meu noivo Blade Kurt – apresenta ela – Amor, essa é Anastasia Steele.

- É um prazer conhece-la – diz ele educado e nos cumprimentamos. Blade é um rapaz muito bonito, corpo robusto, olhos claros e cabelos negros como a noite. Um tremendo partidão mesmo!

- Ela é o cristal de salvação do Grey – sussurra Cindy para Blade e caímos na risada – Vamos?

Assentimos e vamos caminhando até o restaurante conversando bastante, porém fiquei segurando castiçal para o casalzinho jovem que ficavam aos beijos e declarações. Eu mereço!

Chegando ao restaurante e entramos no estabelecimento, me assusto ao ver Mia e Christian já sentados na mesa e acena para nós. Achei que tinha combinado de jantarmos juntos depois do trabalho.

- Bom, pedi ao meu irmão que fossemos almoçar juntos – disse Mia e nos abraçamos.

- Devo confessar que não desconfiei quando Cindy e Blade foram me buscar na SIP – disse e eles riram – Mas será um prazer almoçar em grupo.

Christian está com uma expressão relaxada e com aquela barba por fazer marcando sua irresistível sensualidade. Dou a volta na mesa, abraçando ele e esfregando a bochecha em sua barba.

- Oi – digo e ele sorri torto.

- Oi – responde ele e me dá um beijo caloroso. Arrancando risadinhas de quem nos via.

Sentamos na mesa e batemos um longo papo até vim o garçom anotar nossos pedidos. Cindy contava como Blade lhe pediu em casamento, depois de 2 anos de namoro, ele ficou deveras de nervoso no dia. Mia se aventurava em falar do primeiro rapaz por quem se apaixonou e namorou um tempo. Christian e eu só olhávamos um para o outro sem escutar nada do que eles falavam.

Como se fosse só nós dois ali, ele grudou sua testa na minha e acariciei seu rosto sentindo a barba espetar. Passeava nos longos momentos em que nossos corpos nus se esfregavam enquanto fazíamos sexo, seus lábios em meu pescoço dando beijos molhados e suas mãos passeando pela minha pele. Só de pensar fico excitada e aperto a mão de Christian, segurando um gemido.

- Mais tarde eu melhoro seus pensamentos – sussurra ele em meu ouvido.

Cindy belisca minha cintura e a fuzilo com um olhar, fazendo ela rir muito.

O garçom traz os nossos pedidos e começamos a almoçar, entre risos e algumas conversas.