Ana Steele
O ar da casa de campo é tão tranquilo e sereno. Nem parece que temos uma vida fora daqui ou mesmo esquisito não ouvir o barulho irritante do dia a dia.
Kate e Elliot contavam do planejamento de comprarem uma casa para eles, o que é uma ótima oportunidade para Kate sair do aluguel do apartamento e para o caso de vier filhos desse casamento. Mia inventava mil e alguns planejamentos para ajudarem nessa futura mudança.
- Não quero uma mansão gigantesca igual ao santuário do Christian – disse Elliot tirando sarro do Escala.
- Cala a boca, Leliot – retrucou Christian e demos risadas.
- Meninos, acalme-se – disse Carrick – Bem, uma mansão só para dois seria um exagero. Agora vocês precisam pensar nos filhos que vão ter depois.
Elliot afogou com o vinho e Christian escondia o rosto no guardanapo para rir da cara do irmão mais velho.
- Amor – repreendi ele baixinho e parou, tomando um gole da taça de água.
- Elliot e eu vamos esperar um pouco antes de planejar uma gravidez. Ainda veremos uma casa, organizar nosso ritmo de trabalho e queremos fazer muitas viagens em casal – disse Kate – Afinal, acabamos de nos casar.
- Isso mesmo, gata – disse Elliot e recebeu um selinho em troca.
Cindy e Blade resolveram vim para casa de campo da família almoçar conosco. Eu estava achando estranho ver nossa melhor amiga quieta e distraída de tudo que falávamos. Blade tentava anima-la, mas sem sucesso.
- Que foi, baby? – perguntou Christian mexendo no meu cabelo.
- Estou percebendo Cindy muito quieta. Ela não está bem – digo e Christian olha para Blade, que fica desesperado por ver sua esposa tão mal.
- Vamos conversar com eles lá na sala de estar – diz meu marido e sinaliza para que Blade leve Cindy para dentro da casa, pois estamos todos almoçando perto do lago com uma cabana enfeitada de pano branco e flores.
- Família, peço licença a todos. Eu, Christian e nossos amigos iremos descansar um pouco lá dentro – digo e Grace nos olha preocupada.
- Se sente bem, Ana? – pergunta ela.
- Sim, Grace. Só precisamos encostar em um sofá gigante – brinco e todos riem.
Christian abraça meu corpo e vamos para dentro. Lá encontramos Cindy chorosa e sendo amparada por Blade.
- O que houve, Cici? – pergunto e Christian me senta ao lado dela.
- Blade, vamos até o mini bar conversar um pouco. Deixe nossas garotas a sós – pediu Christian e eles saem do cômodo.
Cindy deita a cabeça no meu ombro e acaricio suas costas. Desde que nos conhecemos, temos essa conexão de irmãs e grandes amigas uma com a outra.
- Ana, será que sou uma pessoa tão marrenta assim? – pergunta ela triste.
- Você é – brinquei e ela riu sem emoção – Brincadeiras à parte. Por que perguntou isso?
- Blade está afastado esses dias e minha mãe quase nem fala comigo. Só fica atrás do meu irmão – confessou ela chorando – Será que não me amam?
- Hey, amiga. Não é isso – digo – Christian também andou afastado uns dias, mas porque essa novidade toda de uma gravidez mexe com eles e vem o típico medo de que algo possa sair errado.
Venho pensando nesses dias como tudo mudou para Christian e isso ainda o assusta.
- Tento tirar isso do Blade, mas parece que se irrita comigo por tudo – diz ela – Falo com ele do chá e tudo mais do bebê, nada resolve.
- Cici, você também é uma pessoa que fica em cima e está eufórica demais com a gravidez – aconselho ela – Pelo que noto, toda essa novidade te deixa pensando só nisso e acaba colocando seu marido de lado. Por vez, ele quer te chamar a atenção e mostrar que precisa de você.
- Será, Ana? – pergunta ela em dúvida.
- Sim, Cici – digo – Olha, quando conhecemos a pessoa que amamos e sabemos que vamos construir um futuro juntos, ela se sente um prêmio na sua vida e passa a ser aquele ser humano que mais gastamos o tempo. Exemplo, o Christian nunca se deu a esperança de um dia dividir a cama comigo ou o espaço no Escala. Até que aconteceu tudo de uma única vez e passei a ficar com a cabeça cheia, deixando ele de lado e só fui perceber isso em uma discussão chata que tivemos. Quanto a sua mãe, deixe ela sentir um pouco a sua falta e dê uns dias "mudo".
- É. Tenho ficado tanto tempo pensando em coisa boba, que Blade fica ali no canto e vou deixar um pouco a minha mãe de lado – diz ela e acaricia a enorme barriga – É maravilhoso poder sentir meu pequeno Alessandro. Ele é parte minha e do homem que amei desde o início, mesmo implicando bastante com Blade – diz ela e rimos.
- Phoebe também foi uma recompensa e tanto que Christian e eu recebemos – digo e acariciamos a barriga uma da outra – Agora se anime e vai lá falar com o Blade.
- Tá bom – diz ela – Obrigada Ana. Saiba que foi uma conversa maravilhosa e sempre soube a amiga maravilhosa que é – nos abraçamos e ela vai atrás do marido.
Tiro minha sandália e me estico no sofá super confortável, suspirando com o tremendo alívio da dor nas costas. Phoebe dava cambalhotas dentro da barriga, aproveitando a folga que dei a ela.
- Isso. Relaxe junto com a mamãe, filha – falei e comecei a acariciar minha enorme barriga – É uma benção sentir seu calorzinho dentro de mim e a pulsação da sua vida, Phoebe. Um milagre e tanto para o papai e eu.
Phoebe chutou sinalizando ouvir a minha voz e senti a presença do meu marido atrás de mim.
- A conversa está boa ai? – pergunta ele se acomodando atrás de mim e encosto nele, trazendo suas mãos para minha barriga.
- Sim, papai – respondo – Não é, filha?
- Olha que chute gostoso – diz ele ao sentir – Me sinto um homem melhor cada dia que passa ao ver que você está perto de chegar, princesa do papai – ele conversa com a minha barriga e Phoebe se mexe, dando para ver através das ondas que fazia na pele.
Ficamos só nós dois curtindo a presença constante da nossa princesa dentro do meu ventre.
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Deve ter sido o acaso
RomanceAnastasia Steele se forma na faculdade de Literatura e passa a trabalhar como assistente de Jack Hyde na SIP (Seattle Independent Publishing). Aos 22 anos, independente e sem filhos, curte a vida depois de um relacionamento conturbado com seu namora...