Capítulo 1

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Ana Steele

Desde muito nova sempre amei o mundo da leitura e dos livros, sendo o meu sonho em se formar no que mais tenho amor e conseguir um emprego bom na área. E aqui estou eu: aos 22 anos formada e trabalhando na melhor editora de Seattle, lendo cada manuscrito e participando de muitas reuniões com editores importantes.

Trabalho na SIP há um 1 ano e não tenho do que reclamar, recebo elogios e sempre dando o melhor pelo emprego que amo.

- Ana, venha até minha sala – chamou senhor Hyde e imediatamente sigo pra lá.

- Em que posso ajudar, senhor Hyde? – pergunto colocando postura profissional.

- Por favor Ana, me chame de Jack – diz ele e sorrio educadamente. Ele é meu chefe e sou sua assistente paga pra cumprir o que ele ordena, não deveria dar tanta bandeira o chamando pelo nome – A SIP acaba de fechar sociedade com um empresário importante e quero que entre em contato com ele para marcar o horário da reunião de amanhã.

- Sim, senhor – disse e ele ergueu uma sobrancelha – Qual empresário seria?

- Christian Grey – responde ele

- Ok. Vou entrar em contato e já passo o horário da reunião. Mais alguma coisa? – pergunto e ele balança a cabeça em negação.

Saio de sua sala e volto a minha mesa, peço para Hanna o número de telefone da empresa aonde Christian Grey comanda e começo a discar.

- Grey Enterprises, Andrea falando – a voz enjoada ecoa ao telefone.

- Anastasia Steele, assistente de Jack Hyde da editora SIP. Poderia estar falando com o senhor Christian Grey? – pergunto em tom profissional.

- Estarei passando a ligação, senhorita Steele – diz ela educadamente.

Não demoro muito na espera e logo escuto uma voz masculina.

- Grey na linha – a voz grossa, rouca e ríspida soa ao telefone. Suspiro e fecho meus olhos voltando a realidade.

- Senhor Grey, o editor Jack Hyde gostaria de marcar o horário da reunião de amanhã – digo

- Amanhã às 8 horas na minha sala de reuniões – diz ele sem paciência. Estúpido!

- Tudo bem, senhor Grey. Tenha uma boa tarde! – encerro a ligação.

Christian Grey deve ser um daqueles ricos do nariz empinado que só falando grosso e sendo estúpido pode controlar tudo a sua volta. Idiota!

Anoto o recado e passo para Jack.

- Amanhã às 8 horas da manhã na empresa Grey Enterprises – digo.

- Obrigado Ana – agradece ele – Pode ir para casa se quiser, por hoje não irei precisar de seus serviços.

- Tudo bem, senhor Hyde – digo e agradeço pelo meio período de folga que ele me deu hoje, aliás é sexta feira e precisava sair um pouco.

Desligo o computador da minha mesa, pego minha bolsa e meu casaco e saio do prédio. E de repente me deparo com José, meu ex namorado apaixonado e chato na porta do meu trabalho.

- Ana – diz ele sorrindo e acena. Reviro os olhos e vou até ele.

- José, o que faz aqui? – pergunto e ele muda a expressão.

- Precisava ver você. Tenho saudades – diz ele com aquele melodrama de ex namorado.

José e eu sempre fomos melhores amigos até eu descobrir seus reais sentimentos por mim, então dei uma chance para nós dois. Nosso namoro durou pouco tempo, mas foi com ele que perdi minha virgindade e no começo nos dávamos muito bem. Não sei o que houve para terminarmos de uma maneira esquisita.

- José, o que tivemos foi ótimo. Mas não tenho mais aquele carinho de antes – disse e ele pegou minha mão.

- Ana, me perdoe se fui um idiota. Ainda te amo – disse ele e segurou minha nuca se aproximando do meu rosto devagar. Ergui a mão e dei-lhe um tapa dolorido e barulhento na bochecha.

- Nunca mais faça isso. Estamos entendidos? – me soltei bruscamente dos seus braços e fui caminhando até um ponto de ônibus.

Por causa do nosso término, José e eu deixamos de ser aqueles bons amigos de anos atrás. Eu fico muito triste ver que todo aquele carinho de irmão, companheiro e amigo foi se perdendo dessa forma. Eu sentia muito por José, mas nada poderá ser feito para que ficamos juntos como homem e mulher.

Meu celular toca e vejo que é Kate.

- Oi Kate – atendo.

- Ana, estamos no Lori's. Venha para cá – convida ela e imediatamente respiro aliviada.

- Claro. Chego em 20 minutos – digo e ela dá um grito quase me deixando surda.

- Ok Ana. Te espero – diz ela e desligamos.

Era uma aventura e tanto ter Kate como amiga. Ela foi a única que me ajudou quando fui para Washington estudar Literatura na WSU, me convidando até para morar com ela no apartamento. Até hoje não me mudei para nenhum canto.

Caminhei dois quarteirões até chegar ao meu destino: Lori's Bar. Abri a porta e avistei Kate na companhia de um rapaz, entrei no bar e fui até eles.

- Olá pessoal – disse e Kate me abraçou.

- Oi Ana. Que bom que veio – disse ela.

- Ia falar mesmo de irmos dar uma volta hoje. Não aguento mais ficar em casa – disse e eles riram. O rapaz tinha uma aparência formal, bonito, olhos claros, cabelos bem penteados e na cor mel.

- Ana, esse é Elliot – apresentou Kate e apertamos as mãos.

- Prazer Ana – disse ele e sorri simpática – Kate fala muito de você.

- Aposto que sim. Fala mais que muitos – digo e recebo um beliscão na cintura.

- Seu irmão vem, Elliot? – pergunta Kate e ele balança a cabeça em dúvida.

- Acho que sim. Ele é seco para esses passeios – diz ele e rimos.

Pedimos cervejas e alguns petiscos. Papeamos um pouco até que notamos a escuridão cair lá fora, botamos todas as novidades em dia. E reparo mais quando a porta do bar abre e por ela passa um perfeito Eros: cabelos louro escuro, jovem, os braços fortes, corpo robusto e traços de barba por fazer.

Ele avista a mesa em que estamos e se aproxima. Meu Deus, o que ele fará aqui?

- O senhor simpático chegou – diz Elliot e se levanta para cumprimentar o rapaz.

- Oi Elliot – cumprimenta ele e me olha. Desvio meus olhos para algum canto do bar, disfarçando minha admiração pela sua irreal beleza – Kate.

- Olá – diz minha amiga em tom educado e me cutuca em seguida.

- Ana, este é o meu carismático irmão Christian – apresenta Elliot e Kate ri do seu jeito palhaço. Notei uma certa repreensão no olhar fulminante que o rapaz jogou para ele.

- Sou Anastasia, prazer em conhece-lo Christian – estendo a mão e ele aperta com firmeza.

- Prazer em conhece-la pessoalmente, senhorita Steele – diz ele e o olho confusa.

Então me dou conta que ele é Christian Grey. Sócio da SIP e o empresário com quem marquei reunião no telefone há algumas horas atrás. 

Deve ter sido o acasoOnde histórias criam vida. Descubra agora