Capítulo 36

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Christian Grey

Deixei Ana em casa e vim para o escritório trabalhar em alguns relatórios e alguns documentos para assinar. Semana passada toda foi só reuniões, emails e muita pauta para organizar e quase não dei muita atenção a minha esposa grávida. Mas um pequeno susto me fez parar de ficar levando trabalho para casa, que foi um escorregão que Ana levou no degrau da escada e meu coração parou por uns minutos.

Ros mexia em seu tablet, me ajudava a organizar os documentos enquanto terminava os dois últimos emails e escuto uma confusão vindo da porta do escritório.

- Senhorita, não pode entrar assim – escuto minha assistente.

- Ele vai ter que me ouvir – escuto outra voz e a porta do meu escritório se abre em um rompente.

- Mas que diabos está havendo aqui, hein? – berra Ros.

- Senhor Grey, eu tentei impedi-la – diz minha assistente e sinalizo que pare.

- Pode deixar, Olívia. Não foi sua culpa – digo e ordeno que ela volte ao trabalho – Ros, me deixe a sós com a senhorita Morgan.

- Tudo bem – diz ela e encara Elizabeth com um olhar furioso.

Espero a porta do meu escritório se fechar e sento na minha cadeira de chefe.

- Quem pensa que é para ordenar que mande um contrato assim? – ela joga as folhas na minha mesa e as pego com calma, sem demonstrar a vontade que tenho de jogar essa mulher pela janela – É muita palhaçada mesmo. Foi aquela incompetente da sua esposa, não foi?

- Anastasia não tem nada a ver com meu trabalho e da compra da SIP, porque se alguém aqui é incompetente, esse alguém é você e o sem vergonha do Hyde – digo e a encaro.

- Só porque é um multimilionário conhecido, acha que pode tudo? – pergunta ela irônica e levanto da cadeira.

- Essa editora estará em ótimas mãos e quero administrar esse ramo. Já que o Jack Hyde abusava das suas assistentes, melhor que outro administre com capacidade. Não acha? – digo e ela empalidece – Tem algo que possa dizer?

- Você acha que vale alguma coisa nessa vida, Christian Grey. Mas saiba que lá fora só está acumulando "lista negra" – joga essas palavras na minha cara.

- Não me importa o que pensam de mim ou o que falem. Que se foda! – digo com maior cautela – Agora se manda daqui, se não quer que eu chame as seguranças.

Ela respira com força e sai pisando em ovos da minha sala, batendo a porta. Olívia entra logo em seguida, toda trêmula e assustada pelo que acabou de ocorrer aqui. Minha assistente se aproxima de mim com um copo de água e deposita em minha mesa.

- Há mais alguma coisa que eu possa fazer, senhor Grey? – pergunta ela

- Não, Olívia. Apenas repasse toda a minha agenda com a senhorita Bailey e estarei indo para casa – digo e ela assente, saindo do escritório

Termino de escrever o email e me preparo para ir embora pra minha casa, o que me alivia só de ver minha esposa com aquela linda barriga carregando nossa princesa.

[...]

O apartamento está muito silencioso, mas sinto um aroma delicioso vindo da cozinha e vou até lá. Gail, junto com uma outra funcionária que contratei, está cuidando do jantar, enquanto uma cuida da parte de cozinhar a outra monta a mesa já no intuito de servir.

- Menino Christian. Achei que viria mais tarde – diz ela e beija minha bochecha – Como está?

- Estou bem, Gail. Apenas tive um momento de stress no trabalho, mas nada grave – digo e seguro sua mão – E Ana?

- Tomou banho e foi se distrair na sala de TV, enquanto fiquei aqui preparando o jantar com a Wilma – disse Gail e sorri.

- Vou ver minha mulher e depois tomar um banho também – digo e vou até a sala de TV.

Não sei porque coloquei uma sala de TV, sendo que nunca me dei ao luxo de assistir a enorme tela e passava meus dias trancado no escritório ou na biblioteca lendo alguns artigos. A sala ficava como parte de um imóvel nunca utilizado por mim, só quando Elliot inventava de vim jogar vídeo game ou querer ver jogo.

Escuto a televisão e abro a porta, vejo Ana prestar a atenção em algum programa e acariciava a barriga rindo quando sentia ela se mexer. Fico vendo essa cena por alguns minutos e me aproximo.

- Baby – chamo e sento em sua frente – Tudo bem?

- Oi meu amor – trocamos um beijo apaixonado – Estamos bem e você, papai?

- Ótimo. Só de estar em casa com você, já me sinto nas nuvens – digo e ela ri.

- Muito meloso, Grey – diz ela com a língua afiada – Sente isso aqui.

Ela pega a minha mão e coloca na barriga, mexendo do lado e sinto como um pequeno pé chutando minha palma. Fico totalmente abismado e emocionado de sentir minha filha se mexer embaixo da pele da mãe.

- Nossa. Isso é lindo – digo e continuo com a mão no local, cutucando para sentir de novo e dessa vez ela vem com força, fazendo Ana gemer de dor.

- Ai Phoebe. Devagar filha – diz ela e respira fundo, esfregando o local – Tem hora que ela me desconforta.

- Passou, baby? – pergunto preocupado e acaricio o local chutado – Mais carinho com a mamãe, mocinha.

- Por incrível que pareça, ela ama ouvir você – diz Ana e sorrio deitando minha cabeça no topo da barriga – Aconteceu alguma coisa, amor?

- Só um pequeno stress no trabalho, mas nada grave – digo e resolvo não contar ainda sobre a compra da SIP.

- Pelo menos não tive que aturar seu mau humor hoje – diz ela afiada e reviro os olhos rindo. Como tive sorte de casar com essa mulher!

- Porque minha esposa e minha filha merecem um homem menos marrento hoje. Foi só um discussão boba que tive hoje, nada demais pra ficar surtando – respondo da mesma maneira e ela ri.

Ela acaricia meu cabelo, enrolando entre os dedos e a outra mão está em cima da minha em sua barriga. Beijo a protuberância e Phoebe se move devagar, conseguindo arrancar um enorme sorriso meu. 

Deve ter sido o acasoOù les histoires vivent. Découvrez maintenant