Deve ter sido o acaso

Capítulo 31

Ana Steele

A recepção do casamento estava ótima e fiquei a festa toda olhando para o salão inteiro, a decoração maravilhosa com flores brancas e bem organizadas em seus devidos lugares. Eu já achava um exagero ter uma festa grande como essa para meu casamento, mas Christian faria questão de fazer algo até mais caro que isso para recordar o dia mais feliz de nossas vidas.

Cindy estava tão animada e empolgada com seu dia, fazia qualquer sacrifício para atender a todos e sem desgrudar do seu marido.

Estou sentada na mesa reservada especialmente para Christian e eu, como padrinhos de honra, mas Grace se juntou a mim com Carrick.

- Minha querida Ana, vendo esse casamento magnífico, estou ansiando pelo de vocês – diz ela e segura em minha mão.

- Achava que meu filho não estava mais disposto a enfrentar um relacionamento depois de... Suzannah – diz Carrick e sorrio simpática pra ele.

- Eu e o Christian somos diferentes e iguais ao mesmo tempo. Será que aguento ele por muito tempo? – pergunto brincando com eles e riem.

- Vocês dois são maravilhosos juntos. Ainda mais com esse lindo bebê a caminho, unindo-os em amor e ternura – disse Grace e acaricio meu ventre ainda liso – Não tive a divindade de carregar um bebê, mas Deus me presenteou com os três tesouros preciosos: Christian, Elliot e Mia.

- É. Foi a melhor coisa que fizemos: dar amor e um lar cheio de carinho para esses três filhos – disse Carrick e observamos os três irmãos se divertindo juntos, abraçados e bebendo. Sorri com uma felicidade tão plena, que daqui alguns meses meu filho veria isso tudo e irá aprender com essa linda família.

- Grace, o que aconteceu com Elliot e Mia quando crianças? – pergunto e ela acaricia minha bochecha.

- Elliot vivia com os avós paternos, pois a mãe morreu no parto e o pai ficou muito deprimido com a perda da esposa. A avó materna não quis cuidar dele – conta ela – Infelizmente, quando ele completou seus 6 anos de vida, os avós paternos faleceram em um acidente de caminhonete. Ficou no orfanato por alguns meses até que o adotamos, nunca deixou de ser esse rapaz alegre e engraçado.

- Mia foi deixada para adoção, porque os pais eram muito doentes e não tinha melhores condições para cuidarem dela – conta Carrick – A mãe biológica de Mia deixou uma carta, implorando perdão por ter que deixá-la e agradecia a família que daria o conforto que ela precisava. Ela era um bebê pequenino, dócil, as bochechas vermelhas e os cabelinhos ralos. Lembro de ficar horas perto do berço vendo-a dormir e Christian ficava o tempo todo admirando a irmãzinha sentado no meu colo – ele se emociona ao ver os filhos unidos e se aproximando de nós.

É tão bom ver essa família bondosa e amorosa, que foram capazes de doarem seu amor para crianças que precisavam e lhes deram um lar. Tenho orgulho do homem que Christian é e do seu apego com o bebê que vamos ter, ele é tão carinhoso e mudou tanto por mim.

Saber dessas histórias de superação dos três, me faz sentir segura quando estou com eles. Estou longe da minha mãe e do meu pai, que faço deles a minha família próxima.

- Baby, está bem? – pergunta Christian e se senta ao meu lado, acariciando minha barriga.

- Ótima. Graças a Deus o enjoo não voltou – digo e ele sorri, beijando minha bochecha e deito em seu peito – Festas de casamentos são lindos, mas cansam. Cindy correu para todas as mesas e nem sei como consegue ficar em pé.

- Quando se é a anfitriã e o protagonista de uma festa dessas, não se senta ou come direito – diz ele e suspiro.

- Nem pense que vamos fazer uma puta festa gigante dessas, Grey – repreendo ele – Lembre-se que vamos nos casar com um bebê ainda no ventre – coloco a mão em cima da dele.