Strong of Character - Quente como o inferno

Um Strong Owl não se zanga quando é derrotado.

— O que você quer, bebê? — Apertou os dedos ao cabo da espada, insinuando seja lá o que pensasse em sua mente perversa. Era o óbvio. A personalidade desprovida de pudor aperfeiçoava todas as características de sua espécie. — Vai perder a razão comigo, também?

Simplesmente abominável...

— Não seja ridículo. — Revirei os olhos, apesar de que os lábios transparecessem malicia. Fazia exatos vinte minutos desde que havíamos começado e talvez apenas estivesse ansioso para que esse confronto cessasse antes que de treino, sem querer, a lâmina da espada cortasse o pescoço alheio.

Não é como se eu fosse desprovido de quaisquer informações de como usá-la, uma vez que havia rumores reais de que a situação chegou a ocorrer. Não fora um corte tão fundo a ponto de matar alguém, mas sim para perder bastante sangue preocupantemente. O cara tinha tocado em um assunto totalmente delicado, além de que era um novato quando dizia respeito a mim e insuportavelmente ele era bom em extremamente tudo. Porém, estou na School of Strong Character há tanto tempo que a conheço como a palma de minhas mãos.

— Ou está com medo de que aconteça o mesmo com você? — Ironizei, atacando-o quando notei os movimentos nada cautelosos.

— Jimin, você não esmaga nem mesmo uma mosca. — Movimentou o braço, fazendo com que ambas as lâminas tilintassem e cruzassem-se, formando um ‘’x’’. As pessoas ao redor gritaram, eufóricas o suficiente enquanto desejavam, naquela aposta ridícula, que um de nós dois perdesse.

Estava ofegante, sentindo a dor em meus braços pulsar. Meu coração palpitava freneticamente descompassado desde o último treino que queriam me matar de verdade.

Movimentei-me para frente, fazendo o corpo dele avançar para trás habilidosamente. O deslocamento era perfeito, quase não poderia ser visto.

— Cuidado, Jimin! — Berrou da plateia a voz reconhecida por mim: meu melhor amigo. Apenas era incompreensível como ouvira somente a dele entre tantas as que faziam a endorfina correr entre minhas veias.

A adrenalina no meu adversário é notável e óbvia. Por ser quem é — além de intolerável e impertinente — não se importava em uma das preocupações mais intensas das pessoas da turma H: A morte. Jungkook faria qualquer coisa que fosse para obter o que deseja, até mesmo matou pessoas importantes após seduzi-las, para alcança-los. É o que dizem. Mais frio que o polo sul e, na mesma medida, mais quente que o próprio inferno. Algo em mim quer que seja somente um boato sem significado ou importância.

As gotículas de suor contornavam os traços salientes de Jeon como água benta. O miserável realmente é bonito, porque nem dessa forma parecia nojento.

Pisquei rapidamente, esquivando-me da lâmina que passara por poucos centímetros perto do meu rosto, absorvendo a expressão competitiva de Jeon, ainda mais quando se referia a mim. Simplesmente me detesta.

Em um único manuseio ele conseguira tirar a espada de minhas mãos, fazendo com que ela voasse para longe. A força em seus braços fizera com que meu corpo tombasse para trás. Minhas pernas cambalearam e tremeram. Sabia o que estava por vir.

Senti o chão gélido encostar minha pele, trazendo arrepios constantes. A ponta da espada de Jeon tocava minha garganta à medida que o sorriso satisfatório transpareceu os lábios, brincando com a mesma de fazer riscos invisíveis.

Alguns suspiravam de tristeza, outros gritavam o nome de Jeon Jungkook como se suas vidas precisassem mesmo daquilo. A maioria deles queria que Jeon tivesse vencido, de qualquer forma. Para um novato, se enturmara bem e tão rapidamente que qualquer outro que demorou para conquistar o ápice da popularidade deve estar claramente depressivo, agora.