Um Strong Owl sabe que nunca é um adeus.

683 76 81
                                    

Todos os adolescentes da Strong encontravam-se chocados, ainda mais convictos de que não queriam ir para outra missão tão cedo. O corpo de Jimin estava dilacerado, totalmente cortado profunda e gravemente. Com isso, boa parte do internato estava traumatizada.

O ar transparecia frescor, o tipo de ambiente que Park Jimin costumava adorar e que, agora, ele mal podia senti-lo. O caixão marrom-escuro e maravilhosamente esculpido revestia-se de flores, tais como tulipas, margaridas e rosas; o som de alguma música triste ressoava paulatinamente, em medidas baixas, porém perturbadas. O dia estava perfeito em demasiado para um enterro, o que era uma puta ironia dos céus, reconhecendo o quanto Park é importante para nós, essencialmente para mim.

Os alunos organizavam-se em uma roda circular envolta do caixão, apreciando Jimin vestido em um terno acinzentado, deitado sobre ele. Em uma extremidade Hoseok chorava incessantemente — refletindo o que outros adolescentes próximos de Park também faziam —, sendo consolado por Kim Taehyung. Ao meio, alguns professores e membros da C.D clamavam aos céus para que guardassem a alma de Jimin com muito amor — mal sabiam eles. Cretinos! — E por fim, ao meu lado, me sentindo mais culpado e imperdoável do que realmente sou, as pessoas envolvidas para que o achassem sem sequer resquícios de provas. O que me faz cogitar, na verdade. Tínhamos que obter muita sorte para não encontrarem os pedaços da descendente no lixo.

— Que babado. — Ouvi Jason proferir e Maggie rira.

— Bons, alguns têm o que merece.

— Você é ridícula, ele não merecia. — Ethan o defendeu, o que me surpreendeu. Fora a ação inesperada que me fizera esquecer de como Maggie era uma cretina. — Você e Áurea o invejavam.

— Conseguiu sair do quarto, Ethan? — A tonalidade irônica, recordando do nudes que haviam espalhado.

— Quer que eu pegue outro pepino pra você ter o que se ocupar, Maggie?

— Não sejam ridículos. — A voz feminina ecoou de Francine, deixando rastros sutis de sensibilidade e tristeza.

— Queria saber como o professor de história ficaria em saber que a putinha dele morreu. — Maggie riu comicamente e Jason suspirou, boquiaberto com a crueldade proferida pela garota.

Essa vadia vai ter o que merece, isso eu garanto.

— Desde que denunciaram ele, o cara sumiu.

— Ele foi preso, Maggie. — Jason murmurou, ridicularizando-a.

— Uma pena.

— Cuidado, queridinha. Vai que um dia aí te encontram morta também. — Amber proferiu, ameaçando-a assim que passara por perto de si.

A garota berrou em nervorsismo, roendo as unhas como Áurea costumava fazer.

— Isso sim foi um baque. — Benny aparecera aleatoriamente de outro grupinho, a voz deprimente. — Ele até era legal.

— Só por que te defendeu? — Maggie questionou. — Só falta dizer que Elliot, Conan e Andrew também estão sentidos pela perda.

— Cala a boquinha, Maggie. Já falou muita merda por hoje, não acha?

A garota mordeu as unhas com mais intensidade, corroendo-se por dentro. Foi bom Amber ter comentado, porque a partir desse momento Maggie não tiraria o amedronto de seus pensamentos. Ou seja, poderia usá-la e fazê-la temer o quanto podia, o que, convenhamos, já era muito fácil. Ela tentava demonstrar uma personalidade tão inabalável quanto de Áurea, mas não passava de uma garota insegura e cheia de defeitos que, para ela, tem como obrigação moldá-los para atingir o auge da perfeição.

Strong of Character - Quente como o infernoWhere stories live. Discover now